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R1B (M269) - Sem imagem!

  

Eu só queria falar de vinho, cães e cavalos e meto-me na embrulhada que viram.  Isto da genética populacional de pessoas, equídeos e canídeos é viciante mas não quero que este blog se transforme nisso. Vou antes escrever um documento, extenso e holístico desta questão e colocar aqui ao lado.

 

Quase por brincadeira fui falando de “Parte … - Cães, vinho…e, pasme-se, cavalos!” e na verdade saiu-me melhor que a encomenda. Não quero continuar a inundar este meu blog com esta questão porque entendo que será um gosto muito pessoal meu. Mas não vou largar o assunto pese embora tenha que o fazer de outra forma. Ou abro outro sítio ou (aquilo que prefiro) vou fazer uma tese que seja analítica, expositiva e argumentativa e colocar num pdf aqui como “ao lado” como embeded para quem quiser ler.

 

Mas fazendo um resumo:

 

1 - Fui atrás do vinho, mandei email para o Professor Antero Martins do Instituto superior de agronomia, ele respondeu, através dele fui ler paper de Rosa Arroyo Garcia nossa hermana da academia em Madrid e fui percebendo a questão. Ponto:

 

a. – O vinho começou por ser inventado por domesticação de vinhas no Cáucaso pelos Shulaveri Shomu e apesar de não ser ainda possível apurar quando também o foi em Portugal porque ainda falta encetar toda uma componente complicada de análise molecular o que é facto é que a domesticação das videiras selvagens ocorreu aqui na região do tejo e toda a área a norte de lisboa onde mais tarde vimos a tal civilização VNSP com epicentro em Zambujal. – Analisando a VARIABILIDADE GENÉTICA INTRAVARIETAL DAS CASTAS, em particular temos uma casta, o serdial, chamada de bucelas que apresenta uma CVg (coeficiente variabilidade) de nada mais do que 43… ou seja foi domesticada há muito, muito tempo. Em tempos imemoriais… daí que a enologia portuguesa comece a bater o pé e exigir que seja reportado que a domesticação ocorreu no Cáucaso mas também aqui! --- E eu concordo, quando os R1b aqui chegaram sabiam fazer vinho e encontraram um paraíso com centenas e centenas de castas de Vinis vinífera selvagens…! Nunca devem ter visto algo assim ou se voltou a ver, ali… claro, na região à voltar do estuário do tejo (ali entre Salvaterra de Magos, Alcochete e Montemor-o-Novo)…

 

2 .  Atirei-me aos cães - Outra referencia que eu tinha era que o Serra da Estrela era relacionado com o pastor do Cáucaso. Não é preciso ser um génio, basta olhar para um e para o outro. Aquilo não são cães, são quase ursos. Ponto:

 

a. Mas nunca imaginei encontrar o que encontrei – Reparem os cães tem haplogrupo genéticos como os humanos e os maiores e mais abrangentes estudos sobre genética canina, colocam os cães em haplogrupo de A a F… agora, encontrar em estudos de quase 700 cães e 22 lobos, um cluster de elevada frequência de cães do haplogrupo D os seguintes: o cão Kangal (este de anatólia junto ao Cáucaso) o galgo espanhol e…. claro o SERRA DA ESTRELA Português! What?! - De notar que juntaram também um cão da Escandinávia (esse foi com o pessoal que levava as mulheres U4 para lá) mas que está 5-8  passos mutacionais mais longe do que o  Kangal e o Serra da estrela. Quando se junta o facto de outros estudos genéticos revelarem que o nosso Serra da Estrela ter uma diversidade de dna Mtdna (mitocondrial) estranhamente elevada para um cão que aparentemente terá vivido numa região especifica tira-se a conclusão. Os R1b chegaram e trouxeram muitos Pastores do Cáucaso, muitos e muitos. Deviam ser assustador para quem os via chegar ou tinha que se atravessar no seu caminho.

 

3 . E cavalguei cavalos. Nem vale a pena elaborar. Basta dizer Sorraia e Lusitano. Sorraia (sorraia.org) é um cavalo da zona do rio Sorraia aqui ao lado, raríssimo e em vias de extinção, para os lados do infantado e de Coruche, ou seja a mesma zona que mencionei nos vinhos e é um tipo de cavalo que apresenta muitos traços de cavalos pré-histórico, os denominados Tarpan. ponto:

a. - O Sorraia está demasiado inbreed com o Lusitano mas o que é facto é que estudos genéticos (jansen et al) colocam o Sorraia geneticamente colado ao o Przewalski  (o do lado de ”lá”) e ambos no tipo A1 ou seja grudados então aos primeiros cavalos domesticados na região do Cáucaso e que eram Tarpans. O Sorraia ainda possui as listas como o tarpan e a parte frontal arqueada, etc. Aliás o cavalo barb puro aqui de Marrocos, que eu acho que é da mesma leva dos R1b que vieram pelo norte de Africa, também possui alguma dessas características. Mas o Sorraia é que é importante porque é nosso, está aqui e existe boa gente que está a tentar salva-lo. Os antecessores do sorraia foram abandonados ali, na zona também em que os R1b da Shulaveri Shomu começaram a produzir vinho, porque na verdade quando aqui chegaram já existiam os cavalos Lusitanos (Lira et al) que eram bem mais doceis e maiores, daí que dos 22 cavalos geneticamente analisados da idade do bronze… todos eram no essencial cavalos lusitanos e foram com estes cavalos que os R1b da Bell beaker dominaram a europa.

                                                                                                                         

 

Não é por mero acaso que no site do Bellbeaker agora estão a falar da raça de vacas menorquinas ligadas aos bell beaker folks e que terão vindo também pelo norte de Africa, não é por mero acaso que por volta desta altura que eu acho que os R1b entraram na Península (na minha opinião) as facas e as setas mudaram de forma e técnica de fabrico (prismáticas longas), etc,etc,etc. Mas isso fica para a tal tese.

 

 

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Uma explicação... !

por Olympus Mons, em 14.01.16

Quem tenha lido a minha conversa em comentários com Maju no post anterior, se não entende de pré-história ou de genética populacional deve considerar aquilo tudo chinês.

 Neste mapa é fácil de explicar.

 My Haplogroup_R1b_World 1.png

 Caveat lector: O ser humano tem tendência para padrões interpretativos mesmo quando só há barulho (noise). Por isso provas são coisa boa. OK, dito isto…:

 

O que eu digo, e muitos outros, é o seguinte:

1 - No 1 (mapa)  mostra um Hotspot, algo descontextualizado, uma mancha no mapa onde existe ainda uma considerável parte da população que é R1b… Mas é R1b M72 ou M343, ou seja são das primeiras emanações dos R1b, antigas (mais de 16,000 anos) por isso se defende que tenham começado ali. Estas estão mais ou menos estabilizadas ali sem grandes mutações.

2 -  No 2, Posteriormente, já no neolítico migraram para aquela ponto a sul do Cáucaso e eu acho que eram as pessoas da cultura Shulaveri Shomu e terá sido aí que surge uma mutação no Cromossoma Y destes R1b que é a mutação M269 e aquela que é o pai dos europeus. Os shulaveri surgem do “nada” acerca de 9.000 e algo se passou há 6000 anos atrás para também desaparecerem dos sítios que habitavam e curiosamente muitos deles não voltaram sequer a ser ocupados por outras culturas, que bem diferente deles eram.

  •        Diz-se que eles eram um povo do norte da mesopotâmia e que depois voltou para a mesopotâmia após algo. Se estão certo não então devemos encontrar muitos R1b… vamos ver. Eu aposto que são.  Aposto que vão ser praticamente todos R1b (talvez algum r1a no meio);
  •       E que quando debandaram, literalmente, com os seus cavalos, cães e gado, ficaram ali pela região e são um dos povos que formou a Suméria, fundou sumer e por exemplo acidade de Ur (daí a mancha mais clara no norte do Iraque). Sabem de onde vem a história do diluvio e da arca de Noé? … pois isso mesmo esse mesmo monte Ararat ali ao lado.
  •       E que foram para a Turquia e mais tarde deram nos Hititas e depois nos assírios, etc.

 3 - Se o grupo que ficou para trás rapidamente teve uma mutação (L23) e por anatólia e pela parte norte do mediterrâneo se foi movendo, eu acho que ouve um grupo grande (a serpente) que em fila,como que em caravanas,  se movia grandes distancias e assim atravessaram todo o médio oriente e rapidamente entraram por africa e passaram no Egipto. Se formaram ou não as elites dos faraós não sei. Mas que Tutankamon era R1b era (pese embora as pessoas façam confusões com esse facto). Existem coisas marcas no nosso código sistema imunitário, existem setas das “deles” por todo o lado e ouve ainda outro grupo que se deslocou para a Arica subsariana e deu nos R1b-V88

4 - Na mesma altura em que o grupo chegava a 5 (península ibérica) ou um grupo que se desviou para sul e for dar ao Chade e Camarões onde fundaram esta linhagem patriarcal genética.

 

5 - E por ultimo a Península ibérica. Quando aqui chegaram começaram ja deviam ter a mutação L51 (ou pouco depois) e começaram a suceder-se as mutações (P312, L11)  todas atrás umas da outras quase e, daqui, de Lisboa, estes arqueiros nos seus novos cavalos Lusitanos, já hierarquizados e com as suas cerâmicas em forma de sino, numa europa de pequenos e mais frágeis agricultores do neolítico na certa bem mais pacíficos que eles, substituíram todas as linhagens masculinas da europa. Os G2a fugiram para as montanhas (Otzi não se escapou porque tinha até uma flexa no ombro antes e ser morto com uma pedra na cabeça).

 

                        E não muito tempo depois, a europa era assim:

 

 

 

 

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Parte 2 - Cães, vinho…e, pasme-se, cavalos!

por Olympus Mons, em 10.01.16

 Decore este nome – Shulaveri-Shomu… outra vez  Shulaveri-Shomu.

 

 

 

 

Se eu estiver certo, e posso não estar, e até aceito todos os graus de variabilidade dessa hipótese e, tendo eu tempo, até vou picar os gurus como Maju, ou Chad, ou Jeanl (que no mundo real tem nome no mercado cientifico) para me provar errado. Eu duvido e aposto que o consigam! – Mas, se eu estou certo que fique aqui escrito que eu disse primeiro:

 

* A ocorrência do haplogrupo dominante na europa ocidental, R1b, tem origem numa cultura muito específica do Cáucaso, denominada de Shulaveri-Shomu. Não é Yamna, não é Maikop ou Kura-araxes… não. Sítios como Kwemo-Kartli e até Mentesh tepe são a Urheimat (homeland) de todos os europeus ocidentais. E o começo milenar dessa ocidentalização genética e cultural começou na península ibérica, porque após o fim da SSC não milénios mas séculos depois R1b (M269) puros estavam a habitar a península ibérica surgindo daí depois as subclades que fizeram a europa ocidental (L11 e L51).

 

*the European dominance of Y-dna Haplogroup R1b had its origin in a very specific culture of the Caucasus the Shulaveri-Shomu, Not Yamna, nor Maikop, nor Kura arexes… no! Places like Kwemo-Kartli and Mentesh tepe are the true Urheimat (homeland) of all western Europeans. And the spread of that cultural and genetic trait started in the Iberia peninsula, because after the immediate ending of the SSC not millennia but centuries later pure r1b (M269) inhabit the peninsula making the downstream clades that populate western world (L11 and L51).

 

E para mim (e malucos há em todo o lado) é perfeitamente óbvio que assim é. E eu não tinha a mais pequena ideia há uma semana atrás. Por isso é que se for verdade… é assustador a burrice humana. Se for mentira, bem, fico em boa companhia que o que não falta é malucos e idiotas.

 

Assim,  uns dias (na verdade horas) de lógica que alimentaram o meu feeling:

 

  1. Ponto 1 da lógica : R1b Cáucaso…. Cáucaso 6 mil anos atrás… algo de altamente disruptivo, Yamna não porque são muito R1a e muito a norte e aquilo deu nos Kurgans  e em pessoal muito dado a elementos diferentes de nós, como a panca de machados de guerra e a enterrar as pessoas de barriga para cima em Kurgans.  Maikop era já muito tarde… por isso não levei muito tempo a dar nos Shulaveri-Shomu do sul do Cáucaso, daquilo que hoje é o sul da Geórgia e Arménia! – Não existe continuidade da cultura anterior e com muitas dúvidas arqueólogos aceitam alguma (pouca) transição para a cultura seguinte. Tal como os R1b são um mistério, também a shulaveri-shomu o são porque desapareceram de repente – Cá estavam eles. Pronto para mim, resolvi o maior mistério na atualidade histórica (irónico!) – A origem dos R1b que formam os europeus ocidentais de hoje.

 

  1. Ponto 2 da lógica: Que tinha esta cultura de relevante? – Eu parti da conversa do vinho e do facto do instituto de agronomia acreditar que a vinicultura teve lugar em Portugal (vi bocado de artigo no Publico de 2010!) e rapidamente descobri que os SS inventaram o vinho (vinhas) e dedicavam-se à agricultura e pastorícia (cães) e eu discutia com Maju que o nosso serra da estrela era muito perto geneticamente do pastor do Cáucaso e depois fui dar á cereja no topo do bolo que foi os cavalos.

 

Nota: não resisto a contar algo. Faz pouco mais de um ano estava a almoçar com um amigo em lisboa e um senhor de idade, distinto, sentou-se na mesa ao lado. O sorriso dele levou a que fala-se-mos da cor do vinho dele. E ele ofereceu para provar. E ele a dado passo começa a falar de castas e mencionava o Cáucaso. A conversa desviou mas ficou algo no meu cérebro que me perseguiu durante um ano.

 

 

  1. Ponto 3 da lógica: Mas porque abandonariam o local? Ora a seguir a eles vieram os Kura – Araxes e esta cultura era muito diferente da Shulaveri-Shomu … e houve uma cultura de transição, a cultura dos Sioni mas que era abruptamente diferente (palavra será abrupto) e quem ler o documento a1 percebe que há 6-5 mil atrás aquela foi uma região de transição brutal de culturas. Por um lado, a norte, os Yamna formavam-se e eram de um haplogrupo genético diferente (R1a) e claramente demonstravam outras vidas, cresciam a sul os de Urak que também seriam de haplogrupos masculinos J, j2, g2a, e eles os shulevari (R1b), que estavam no meio, terão sido Sionizados para não dizer uma palavra mais feia. A sul começava o período Ubaid verdadeiramente intempestivo, com o que levou ao surgimento da suméria e a mesopotâmia e no explodir da civilização, a norte mais tarde apareceram os Maikop e no entretanto, a meio, após um período que poderá ter sido mais ou menos longo, os Kura-Araxes que tão diferentes eram dos Shulaveri -r1b, cavaleiros bebedores de vinho e na verdade os terão sido permutados de todo ali.

 

  1. Ponto de lógica 4: Qualquer que tenha sido a razão e seja de que modo for, Foi uma diáspora que deve ter durado muito tempo. Nesta altura estávamos no Holoceno médio, onde as temperaturas eram bem mais altas que hoje em dia. Estava a fervilhar tudo a norte do Cáucaso e por isso ir por ali era impossível logo foram para oeste para a Turquia (anatólia) não vejo por isso onde mais poderiam ter ido. E talvez pro isso o primeiro grupo de deixaram para trás foram os que mais tarde deram nos Hititas (como já escrevi). Para mim faz sentido. Quem olhe para um mapa percebe e se conhecer então a história Hitita…E tambem para sul passando entre os rios tigre e eufrades mas ficando por ali como nomadas.

 

  1. Ponto de lógica 5 : deviam ser muitos. E não acreditei que um povo bebedor de vinho cavaleiro e pastor começasse rapidamente e em força a fazer barcos na anatólia e a viajar pelo mediterrâneo. Logo vieram, nómadas, fugindo para um sítio onde pudessem ir a cavalo, com os cães e gado. Por isso no início apontei para o norte de Africa que na altura era verde e produtivo. Claro que não faço ideia se vieram pelas Balcãs e Itália, ou se pelo norte de Africa. Eu apostava como escrevia nos post iniciais pelo norte de Africa. O norte de Africa tem espalhadas pontas de setas com a forma que depois os bell beaker usavam e que até eram da mesma forma que as setas de obsidiana (rocha vulcânica tipo vidrada) dos shulaveri-Shomu, e será uma acaso que as que foi não muito tempo depois que apareciam os antigos egípcios com representação de cães mastiff ?ou que tutankhamun  era r1b?  ou que os r1b-v88 do Chad e camarões desceram  ali pela Líbia…Mas isto já é diversificar demasiado a história aqui.

 

  1. Ponto de lógica 6: Como se caracterizaria essa massa de pessoas? – Homens. A primeira coisa que me assolou foi homens, muitos homens, cavalos, gado e cães. Não acredito que essa diáspora levasse muitas mulheres.  Acho mesmo que estes cavaleiros devem ter criado muitos problemas por causa disso... 

 

 

Foi assim que cheguei a esta teoria:

Sim! – Estou a dizer que os Shulaveri-Shomu, cultura neolítica, são os pais ancestrais dos R1b que colonizaram a europa. Posso estar completamente errado e não quero convencer ninguém. Escrevo isto porque pela lógica acima descrita me parece tão lógico, tão lógico que assim é que até me assusta. E sei o suficiente sobre o assunto para saber que nesta altura não existe nenhum antropologista que me prove errado. O que não quer dizer que eu esteja certo. Somente que é integro o que escrevi. E se no futuro surgir esta teoria, ou descobertas futuras impulsionarem para aí, quero que se saiba que este assunto (a procura mais fina da origem dos R1b) me levou uma semana. Aí deles todos se algum dia se provar que eu estou certo.

 

A minha história é, e para que fique escrito, descrita assim:

 

R1b antecessores dos europeus ocidentais eram as pessoas da cultura Shulaveri-Shomu no sul da Geórgia e arménia. Eram altos e braquicéfalos. Agricultores e pastores e cavaleiros. Por alguma razão, seja por causa de alterações climáticas, ou porque não se deram bem com os fenómenos subjacentes à emergência de algumas culturas que claramente são proto civilizacionais tanto a sul (Uruk e Sioni) como a norte (Maikop e Yamna) abandonaram subitamente a sua região e entraram numa diáspora nómade. Claro que ficaram vários R1b na região, e claro que foram deixando bolsas de pessoas com a sua genética na anatólia (que mais tarde deram em Hititas), e claramente ficaram na região mais a sul do crescente fértil, em muito contribuindo para o aparecimento dos sumérios (eram um dos povos que fundou sumer) e eram claramente os habitantes da cidade de Ur, e que depois se transformam nos Assírios (40% de frequência de R1b), etc, etc.

Estou a dizer que os Shulaveri-Shomu eram Rb1-M269  (mutação antiga, anterior a mutações posteriores, e a aquela que é avô dos europeus)  e que após o seu fim vamos encontrar em Portugal, séculos depois e não milénios, R1b-M269 puros ficando assim claro o que digo que depois sofreram as mutações de L11 e talvez a L51 e por aí a adiante espanhando R1b através dos bell beaker a partir de Lisboa e na sua maior representação que é a Civilização VNSP(deviam arranjar um nome mais bonito).

 

Não faço ideia do que originou esta debandada e loucura de um povo que era muito neolítico e até bastante sedentário. Se calhar os 32 corpos numa única supulturaque se encontrou num dos povoados, o de Mentesh tepe, nos dê respostas (será que eram todos dos sexo feminino?) mas estes abandoaram o local de forma abrupta. Eram claramente diferentes dos outros, eram altos branquicéfalos, barbudos e em cima dos seus cavalos (turpans), com os seus enormes cães (mastiffs) e gado e bebedores de vinho, armados de arcos e flechas que na certa devem ter provocado muito medo e terror nos sítios por onde passavam. Não quero ir por aí, mas de certeza muitos mitos dos livros antigos, inclusive a bíblia, devem ter origem nesta serpente de gente, cavalos, gado e cães que se moviam apressadamente para algum lado.

Tenho a certeza que os primeiros a chegar à península vieram pelo norte de Africa e há algo como 5,5 mil anos atrás. Foi nessa altura que em Portugal passou-se de utensílios completamente descaracterizados e podre abundancia de liticos para muitos achados arqueológicos de Cerâmica, facas e setas, muitas setas, muitas e muitas. Tal como o norte de africa está apinhado dessas mesmas setas….

Querem uma aposta da razão porque vieram para cá tão rápido? – Porque ouviram falar de uma terra prometida lá para o oeste (pela voz de agricultores do neolítico) que tinha muitas vinhas selvagens, muitas, muitas como nunca visto... e cavalos, não pequenos como os seus Turpans mas grandes, rápidos e doceis… E isso provo num post a seguir porque foi por aí que tudo começou para mim!

 

E isto que fique claro: Um dia a genetica vai conseguir extrair material de amostras antropologicas suficiente para demonstrar este axioma muito simples: Vai-se encontrar R1b M269 puros em Portugal datando de há 5,500 atrás  e só depois se verificou as ocorrencias de mutações L11, L51, etc (que são posteriores a essa data). 

 

Papers que encontrei e li:

http://www.science.org.ge/moambe/6-2/153-161%20Pitskhelauri.pdf)

http://www.persee.fr/docAsPDF/paleo_0153-9345_2008_num_34_2_5258.pdf

https://www.researchgate.net/.../273789666_Mentesh_Tepe_an_early_settlements

 

Mas a seguir vou então explicar os cães, vinho e cavalos.

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Parte 1 - Cães, vinho…e,  pasme-se, cavalos!

 

 

Se pensa que estas imagens não fazem sentido neste blog... vai ficar espantado nos próximos dias...!

e há coisas…

  

Espero sinceramente que este post não fique muito grande. Por isso vou tentar sintetizar mesmo que às expensas de algum detalhe, até porque ele existe noutros posts que vou re-caracterizar com tag R1b Portugal. Ok, assim:

Até há 6 mil anos atrás a europa ocidental, a sul e Norte, foi o vazio civilizacional. E antes do início das civilizações que hoje em dia são históricas, suméria, Egipto, Babilonia, etc (boring…).  existia algo muito mais importante, relevante e essencial à nossa história que eram as culturas do calcolítico (7000-5000 atrás) que lhes estiveram subjacentes, Yamna, Maykop, Corded ware, etc (boring…) e para o caso dos europeus, a cultura que teve origem em Portugal e que me farto de falar os Bell Beaker. E Há 5000 atrás a europa não era e de repente, como um fósforo a europa ficou Bell beaker (nome que vem da cerâmica). E desde essa altura, a europa ocidental nunca mais foi derrotada ou perdeu uma guerra para com forças invasoras… (à exceção da segunda grande guerra, mas mesmo assim não foi ocupada por forças estrangeiras), e pese embora partes nas orlas tenham estado ocupadas, e por isso o seu makeshift genético não alterou. E desde essa altura nem a Corded ware, Baden culture, ou unitice nem os outros que se seguiram enquanto civilizações histórica derrotou esta europa ocidental. Evoluímos, transformamo-nos e diversificamos na idade do bronze e ferro mas ficou aquela barreira genética imutável e até agora intransponível, ali para os lados de parte sul e oeste da Alemanha, suiça e até, vá lá, Áustria. Mas um europeu ocidental é um europeu ocidental desde essa altura. Nos genes e na cultura. Ora bem. Indo ao que interessa:

 

  1. Mas que foi isso da bell beaker? – Sempre que se consegue sequenciar o genoma de um bell beaker ele é R1b. esse é o seu haplogrupo genético.  Seja na península ibérica seja na Alemanha, seja na Escandinávia. Ele é sempre R1b.  A discussão de há 15 dias atrás era cassidy et al da irlanda. Há 5 mil anos atrás a senhora Ballynahatty1 do norte da irlanda era EEF (agricultores da Anatólia) muito ibérica do neolítico e até tinha cabelo negro e olhos pretos e mil depois (4,000 anos) os dois homens Rathlin (ilha irlandesa) eram R1b com muito genoma das estepes e cabelo mais claro e olhos castanhos. E mais giro. Estes dois homens ainda hoje seriam irlandeses típicos tal como os que hoje lá habitam. Sim o genoma populacional na irlanda mantém-se o mesmo nos últimos 4 mil anos. Esta linhagem genética masculina, desde essa altura que domina completamente a europa Ocidental.

 

  1. E sempre que se sequencia um R1b ele tem uma grande componente de genética do Cáucaso, das estepes à volta do Mar cáspio e Mar negro. O problema é que, ao contrário dos R1A (seus primos ou irmãos genéticos mas diferentes dos R1b) e que formam a linhagem genética dos europeus do leste é que é fácil de perceber de onde esses mesmos r1a vieram. Eles são as Yamna, os Kurgans das estepes acima do Mar Negro e sua tralha autosomal é fácil de seguir… Mas não a do R1b. Estes não só são mais diversificados geneticamente com mais EEF (agricultores Neolítico) e WHG (caçadores)  mas também carregados de genética das estepes. E R1b até é mais antigo que os R1a.  O problema é - como é que estavam lá e de repente aparecem, como que saídos do nada, no lado oposto da Europa e ainda por cima no ponto mais a sudoeste de toda a europa, Portugal. Essa é que é essa. Bell beaker é R1b, e Bell beaker é Portugal e ora estava lá longe e no segundo depois aparece aqui. Ponto final.  
  2. Pese embora a esmagadora maioria das pessoas hoje em dia aceite essa migração das estepes a verdade é que alguns, e com bons argumentos (por exemplo Maju) advogam que eles sempre estiveram por aqui e na verdade as amostras dos extremos mais ocidentais são muito pequenas para se tomar uma decisão final. E assim discutem todos uns com os outros e ás vezes até se insultam e maltratam (bloqueiam-se nos comentários de blogs)… isto está ao rubro.

 

Ora, nessa altura entra o Olympus Mons (ironia!). E o meu cérebro não gosta de enigmas. Entra em loop até os reconciliar ou esquecer.

 

E faz-me confusão que uns pais cheio de gente formada em História e que passa a vida com a cultura na boca, tenha estes papéis na história e não faça disso a sua bandeira. Mas fica para outra altura.

Um dia parei e pensei… mas se eles apareceram aqui então deveria haver provas ou indícios desse facto. Por muito ténues que fossem… mas a verdade é que existem provas e não são ténues! Nada mesmo

. E por isso o meu próximo posts será sobre  Caes, vinho e, agora, adiciono cavalos! Inacreditável, como numa semana de investigação se descobre coisas inacreditáveis. Pena eu não ser investigador e não ter tempo nem pachorra para ir atrás destes assuntos. Mas deve haver para aí milhares sem nada que fazer.

 

Stay tunned….

 

 

 

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De Cães, Vinho e Atlantida!

por Olympus Mons, em 06.01.16

 

 

Em parte é porque só nos dedicamos a vacuidades que somos hoje em dia o povo que somos,

 

Quem segue este blog sabe que existe uma questão não resolvida com a linhagem masculina genética que domina a europa ocidental os chamados R1b. Entre 60% a 90% dos europeus ocidentais são R1b dependendo da região, tal como assim que nos movemos para Este os R1a assumem essa prevalência. Existe uma clara clivagem, quase uma barreira genética, que ironia das ironias tem no essencial a forma da cortina de ferro.  Até ao ponto em que curiosamente na Alemanha se nota esse clivagem. Na Baviera são na maioria R1b no leste norte alemão são R1A. Itália, Suiça e Áustria ainda são maioritariamente R1b mas a croacia ao lado já são I2*/I2a (a linhagem dos caçadores recolectores) e R1a, etc.

               

Indo ao assunto - Abaixo reproduzo um dos comentários, este em tom ligeiro, que coloquei no blog do historiador basco Maju, que sigo atentamente, essencialmente nestas questões de ancestralidade genética. Maju tem duas curiosidades que aprecio. Uma é ser um grande fã e impulsionador de Zambujal, em torres vedras, como a primeira superpotência europeia e o ponto de origem dos Bell beaker ou até as descobertas do centro arqueológico de perdigões.

O outro é que ele advoga pelo menos a possibilidade de a Atlântida ter sido em Portugal. Primeiro  o comentário. Depois explico:

 

Hi Maju, Just an update on that R1b and Wine stuff.

Guys at the Agronomy University say that most of their studies is for Intraverietal diversity and those point exactly to the argument that the casts we have in Portugal are extremely old and point to very local and ancient domestication of vitis vinfera for wine production. Currently they are engaging with molecular investigators to get more precise readings. However they point to a countrywoman of yours, Rosa Arroyo Garcia, Instituto Nacional de Investigación y Tecnología Agricola in Madrid, which is already engaging in Molecular studies and here studies in chloroplast microsatellites, clearly show that the domestication occurred in the east and also on the west and then moved from both sides to the center… see, J R1b did it in Armenia 6,000  years ago and not longer those same R1b where in Portugal domesticating those astonishing variety of wild grape casts to produce wine… that is why we still have the best wine in the world and that is the reason they stayed in the Iberian peninsula so long… it’s the wine gentlemen, it’s the wine!

 

Maju, should you ever drop by Lisbon I will drive you the Zambujal Castro. Not to see the damn rocks but to go then to the estuary of the sizandro river where those R1b sailed the wine and Copper and go to a great restaurant there. Best fish ever and we can have watching those pillars of Hercules, which are the two massive scarps from each side of the beach and that open up the Atlantis as described by Plato!

 

 

OK, óbvio que isto tudo é em tom de brincadeira e não sou historiador nem nada que se pareça, mas parece-me de nota. Aliás, até parece que temos falta de pessoas em Portugal formadas em história e/ou Antropologia (ironia). Adoram é passar a vida a fazer teses sobre temos em nada relevantes para o resto do mundo quando por exemplo os trabalhos em Zambujal até sempre foram realizados pelo do Instituto alemão de… Madrid.

Os factos, contudo e relacionado ao meu comentário, mantêm-se. E são muito simples.  

Os homens que são nossos (europa ocidental) antepassados terão vindo do Cáucaso. São os tais R1b.  No caso dos homens do leste, os R1a, é fácil de seguir o seu rasto deste a cultura Yamna, os kurgans do caucaso e o seu percurso pelas estepes da Ucrânia, Hungria, polonia, etc. … os R1b não. Aparecem de repente há 5000 anos na europa ocidental, ligados à cultura Bell beaker em portugal e daí sim tornam-se em menos de um fósforo na linhagem dominante na europa, como aliás agora se viu novamente com as amostras dos homens do calcolítico na Irlanda (fica para depois).

 

Quando encontrei uma referência no Google sobre apresentações da PORVID sobre as castas portuguesas e algumas referencia ao cáucaso, cheguei ao contacto por email com o prof Antero Martins do Instituto de Agronomia de Lisboa que rapidamente me deu aquela informação que no comentário explanei.

Eu tinha dito ao Maju num post (dos infindáveis post que hoje em dia existem sobre o tema)

que era prova anedótica mas a verdade é que havia referências sobre a nossa vinicultura e a teses de que a vinicultura poderia ter começado em Portugal e não no Cáucaso e sobre o nosso cão serra da estrela e o Cáucaso (fica para outro post) e já que havia esse mistério não tinha a certeza se estas pequenas provas não tinham muito de real. Deixando de lado a questão do cão serra da estrela a questão do vinho parece muito pertinente.

 

Tentarei fazer um post sobre cada um destes temas que na verdade, já se viu coisas mais estranhas do que provar desta forma que os R1b vieram por mar ou por norte de Africa para a península ibérica e com eles trouxeram duas coisas:

1 – O cão pastor do Cáucaso que rapidamente se transforou no cão serra da estrela em Portugal

 

2 – A técnica de domesticar as vinhas vinis viníferas selvagens e produzir vinho.

 

E já agora…

 

3 – Que Platão quando descreveu Atlântida estava a descrever a civilização do Zambujal (torres vedras), a primeira superpotência do oeste europeu.

 

 

Assim que tiver tempo vou brincar um pouco mais com estes temas.

 

 

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Após os 3 posts sobre os portugueses geneticamente:

* I - Portugueses… (primeiro os europeus atuais) (http://barradeferro.blogs.sapo.pt/i-portugueses-primeiro-os-europeus-28285)

*II - Portugueses… (Esperem! ....primeiro os europeus originais (sort of)) (http://barradeferro.blogs.sapo.pt/ii-portugueses-esperem-28901)

*III - Portugueses… Finalmente! (http://barradeferro.blogs.sapo.pt/iii-portugueses-finalmente-32254)

 

Voltamos á imagem do post inicial. Portugueses...( http://barradeferro.blogs.sapo.pt/portugueses-27716)

 

Por vezes quando se menciona às pessoas que somos um bocado North European, um bocado Gedrosia e um bocado Africa do Norte as pessoas pensam que nos referimos que há pessoas que são um coisa e outras que são outra. O que esta imagem mostra é que para estes 6 Portugueses que mandaram os seus dados do 23andme para o Dodecad (base de dados de genética populacional) todos temos aqueles bocados em proporções mais ou menos similares e depois alguns têm pequenas componentes de umas coisas e outros de outras ou até das duas ou 3 percentagem minúsculas mas que mostram a nossa diversidade gerografica… aliás como se nota noutros europeus como os holandeses, belgas, franceses, ingleses etc.

Assim, de baixo para cima:

 

 

 

 Podemos ver que o primeiro começa por ter uma proporção de West Asian (caucaso - azul bébé) de cerca de 7 a 12 porcento…

…  depois tem um bocado de Northwest African (africa do Norte) cujos marcadores nos SNP (single nucleoides…) são essencialmente berberes o que cria algumas dúvidas sobre se são o resultado das invasões islâmicas ou se são muito, mas muito, anteriores porque representam bem as populações paleolíticas do norte de Africa (como os mozabites) e não propriamente uma réplica fiel das populações que os substituíram posteriormente….

…  Depois o verde clarinho que é a nossa maior e mais marcante elemento e que é similar ao maior load genético agricultores do neolítico (Atlântico- mediterrânico)…

…  e depois vemos que a proporção do Southwest asian (Gedrosia) que partilhamos com o pessoal do Afeganistão e irão e até partes do extremo norte da india e que até parece aumentar ou diminuir na proporção inversa à quantidade de genética Norte Africana. …

  2 ou 3 tem uns residios de East Asian (do este Asiático ) que não faço a mínima ideia de como cá chegou essa componente e também parece ser inverso ao facto se ter East asian ou south asian o que é estranho visto os portugueses ou tem resticios da India ou da china como dizia o outro mas não os dois em simultâneo (não faço a mínima ideia porquê)…

 ... a seguir o amarelo torrado, que em alguns destes é quase tão grande quanto o substrato do neolitico e que é a North European, há quem lhe chame Hyperborean, correspondendo ao material genético dos caçadores recolectores que habitaram a europa no paleolitico... 

 Vemos uma componente East African (Egipto e Judeu) que veio com essa migração dos sefarditas e das invasões africanas (roxo claro)….

  E vemos por fim que um deles tem uma pequena percentagem de material genético da Africa subsariana (west african) , o segundo a contar da esquerda, mas os outros não tem.

 

 

E pronto... assim se criou este povo. para o bem e para o mal.

 

 

 

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III - Portugueses… Finalmente!

por Olympus Mons, em 28.12.15

Após todos os posts que fui colocando sobre a genética subjacente ao que nós portugueses somos historicamente, com todas as certezas, duvidas e novidades que aparecem, aqui vai o uma descrição em termos de grupos genéticos, pedaços de história genética que nos compõem a todos. Somos uns bocadinhos destes, mais um bocadinho de aqueles.   Isto estamos a falar de genética autossómica (autosomal), aquela que é passada tanto pelo pai como pela mãe. E os exemplos que dou são representados por grupos de pessoas que hoje em dia tem maiores quantidades daquela agremiação genética,não necessariamente que tenham sido eles a dar-nos essas componentes genéticas.  

Tudo isto é muito consistente, tanto por trabalhos feitos em portugal, até claro a partilha de análises autossomais de portugueses que se deram ao trabalho de partilhar os seus dados genéticos que obtiveram através das analises genéticas como o 23andme e que agora fazem parte de bases de dados genéticas do planeta inteiro.

 

Mas começando pela percentagem maior até à menor e alguns factos que criam contexto para essas componentes genéticas. Preparados?

 

 47%   disto (Atlantic mediterranean)

 As populações com maior percentagem deste genética populacional são os Bascos (franceses e espanhóis) e depois o pessoal da Sardenha.

 

 

  No fundo é o material genético dos agricultores do neolítico. Estes homens que vieram da Anatólia. Dantes dizia-se do levante mas agora sabemos que vieram da Anatólia antes do aparecimento da identidade turca (ou as misturas da queda do império Otomano) que ocupou aquela região. Começaram a vir para a Europa há sensivelmente 10,000 anos. Como sabemos o europeu é essencialmente feito deste material chamado de EEF (early eastern Farmer), de WHG (West Hunter gatherer) e ANE (Ancient Northern Eurasian) e o que divide um europeu do norte de um europeu do sul é que as proporções estão invertidas. No sul mais EEF e no Norte mais WHG. 

Mesmo os agricultores do Neolítico já eram uma mistura de uma componente misteriosa que é o Basal eurasiático (que ainda não se encontrou nenhuma pessoa ou material genético antropológico que fosse só isto) e já uma componente forte dos caçadores recolectores que há muito habitavam o Oeste Europeu (mas curiosamente os EEF não possuem componentes dos caçadores recolectores do leste).

 

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 23% disto (Northern European)

Lituanos, finlandeses e eslavos estão carregados disto…

 

 

Caracterizado hoje em dia como Northern European, esta é a componente mais acentuada da componente genética dos caçadores recolectores que habitaram a europa nas últimas dezenas de milhares de anos. Estamos a falar do período Aurignacian e gravettian. Razão pela qual o norte da europa tem mais desta componente que a sul, é porque quando se deu a expansão na idade do bronze dos cavaleiros das estepes, nos últimos 5 mil anos estes vinha carregados desta componente de caçador recolector (WHG - West Hunter Gatherer) e por isso existe mais a norte do que a sul, visto que a sul foi por onde entraram os EEF (agricultores do neolítico) e daí terem ficado mais carregados desta genética.

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10% disto (Cáucaso)

Os georgianos, arménios e Ossetianos do norte ou mesmo Chechenos têm proporções acima dos 50% disto.

 

Definido como caucasiano porque é a componente especifica dos povos que hoje em dia habitam a região à volta do Mar Negro e do Mar Cáspio. Este ponto terá sido o ponto de origem dos povos que colonizaram a europa após o neolítico. A famosa migração das estepes que retornou a genética dos caçadores recolectores ancestrais á europa, Os indo-europeus, os Cavaleiros das carruagens, da pastorícia e acima de tudo os bebedores de leite que trouxeram essa capacidade para a europa e rapidamente eliminaram todas as linhagens dos agricultores do Neolítico porque ter filhos que sobrevivem a leite de animais bate qualquer outra estratégia.  Foi o fim do megalitismo na europa ocidental. Este é o povo da cultura pit-grave, Yamnaya, os Kurgans ou  e Maykop e esta componente genética foi para os judeus, foi para o médio oriente e para a Asia central.  Em Portugal temos muita genética judia, dos judeus sefarditas e estes também trouxeram muito desta genética para Portugal, tal como provavelmente povos do norte de africa.

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7% disto (Norte de Africa)

Os Mozabites (100%!) e marroquinos.

 

É a percentagem que temos do Norte de África. Que muita gente chama de Árabe mas não tem nada de Árabe. É norte africano. Por isso muita gente aceita que vem das invasões islâmicas, do califado de cordoba, enquanto outros dizem que não porque esta componente é essencialmente bérber e muito paleo norte africana, e por isso andaria por aqui há dezenas de milhares de anos, muito antes da islamização ou arabização do norte de Africa. Se por um lado eles andaram por aqui, antes da reconquista, um dos maiores mistérios que há relativo a isto é o seguinte: Só existem linhagens de sangue pelo lado da mãe (MTdna), ou seja do haplogrupo U6, que é Norte Africano no… norte de Portugal.  É estranho mas é assim. As filhas, das filhas das filhas destas norte africanos estão no norte do pais não havendo no centro ou sul nda destes haplogrupos. Quando é verdade que já os short tanden repeats  (Y-Dna) que permitem identificar a descendência de homens (masculino) do norte de Africa estão grandemente concentrados no Alentejo… mas não no algarve (pese embora exista pela europa fora).

 

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7% disto (Gedrosia)

Os Brahui e Balochi, tal como o irão, Afeganistão e Paquistão e mesmo a india (partes) estão cheios disto.

 

 

 

Gedrosia é a região á volta do deserto com esse nome antes de chegar à india. Costumo dizer que é de onde a beleza vem. Algumas das faces mais simétricas do planeta estão por aqui. Mas também os maiores malucos. É só ver os afegãos. Esta genética faz parte da genética que veio com os indo-europeus para a europa e depois claro Portugal. Uns vieram para aqui pela cultura Yamna e Kurgan (malucos dos machados de guerra) e outros por culturas como Afanasevo foram para oriente, para este, indo parar ali para os lados da asia central. Atrás de Alexandre o grande também veio alguma desta genética… e é daqui que vêm a genética dos malucos que encontra no dia-a-dia em Portugal.

 

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5% disto (Sudoeste Asiático)

Estamos a falar de palestinianos, israelitas, etc.

 

 

Esta componente genética terá chegado a Portugal provavelmente com a herança genética dos Judeus sefarditas que muitos temos em Portugal. Encontramos abundantemente nas zonas onde a linhagem patriarcal do J2 (Y-dna) ainda é muito abundante como na região de santarém. Ver meu post sobre a cultura do touro e das touradas.  

 

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0,7% disto (África Subsaariana)

Do Senegal a Angola

 

 

 

Dos resíduos genéticos que ainda se encontra na população Portuguesa, uma das curiosidades é esta pequena percentagem de genética subsaariana que uma parte da população Portuguesa possui. Esta componente terá vindo da elevada população negra que Portugal chegou a ter, nomeadamente no século XVII quando cerca de 10% da população de lisboa chegou a ser de raça negra. Outros dizem que esta genética negra também é muito mais antiga, trazida pela genética bérber que integra os tais 7% acima mencionados. 

Uma coisa e certa: Apesar da nossa genética subsariana ser tão pequena e não existir descendência de Haplogrupos Y-Dna negros em Portugal (homens) a verdade é que a quantidade de portugueses que maternalmente descendem de uma mulher negra é elevado e único em toda a europa. Cerca de 6% dos portugueses descendem de uma mulher cuja ancestralidade está numa mulher do haplogrupo mtDna (maternal) L. Ora este HG só existe na Africa Ocidental. Se as linhagens matriarcais do norte de africa (U6) se encontram somente no norte do pais (… mas então as invasões islâmicas não foram a sul??!?!) a verdade é que o mtdna L está proporcionalmente espalhado pelo pais todo. Na Europa, só se encontra este fenómeno mesmo em Portugal indiciando que terá mesmo origem no comércio de escravos.

 

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Em resumo,

 

Em resumo, nós, como todos os povos europeus, somos uma mistura das mesmas componentes genéticas milenares e são essas componentes que fazem de nós geneticamente europeus. Numa análise mais elevada (K3) somos essencialmente EEF, WHG e ANE. Isto é o europeu visto mais à distância. Da mesma forma que visto mais de perto (em K7 ou K12) vemos que em pequenas alterações nas proporções dessas mesmas componentes assim detetamos europeus do Norte ou do Sul e alterações ligeiramente maiores assim definem europeus do sudeste europeu (como a Sicília ou Grécia) ou do noroeste europeu (Dinamarca ou suécia).

Pequenas componentes extrínsecas a esta caracterização genética central dos europeus definem a heterogeneidade da história dessas populações, como por exemplo no caso das populações Ibéricas os 6 ou 7 porcento da genética do norte de Africa destingem-nos do resto da europa ou a componente de 6 ou 7 porcento de componente siberiana define os finlandeses e os russos, ou percentagem mais elevada de caucasiano define os georgianos ou os cipriotas…

As misturas genética europeias, muita gente não sabe, ocorreram nos últimos 1500 anos. E foi essa mistura, junto á mistura ancestral, que nos transformou em todos… primos.

 

 

 

 

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Coming Up...

por Olympus Mons, em 22.12.15

Nos próximos tempos tenho que concluir a análise de genética populacional dos portugueses. Nos posts anteriores sobre a genética dos portugueses (tag genética) já escrevi que os portuguese tem uma percentagem de divisão de linhagem patriarcal (Y-DNA) de sangue (haplogrupo genéticos) em tudo muito similar aos restantes europeus tal como nas linhagens matriarcais  (mtDna mitocondrial) também totalmente europeu.

Quando corremos estatisticamente Principal component analysis (PCA),  verificamos nas imagens ortogonais que os portugueses em nada se distinguem dos espanhóis, ficando claro que existe um cluster genético composto por portugueses, espanhóis e Italianos do Norte e do vale de Aosta. Como a Itália do norte é uma  região europeia de elevado sucesso económico é notória a tentativa de se considerar esta região como europa de norte… quando ela na verdade é geneticamente homologa os tugas e espanhóis.

 

Pese embora todos os europeus sejam todos geneticamente muito próximos e com muita admixture, especialmente nos últimos 1500 anos, a verdade é que se consegue destrinçar um grupo de norte de europa (os chamados CEU ou UTAH whites) e um grupo de europeus do sul. Notoriamente nunca se encontram os suíços e austríacos nesses análises e começo a desconfiar e achar que (até pela proximidade do vale aosta) este seriam claramente integrados nos grupo dos europeus do sul nas análises de PCA.  A ver vamos no futuro.

 

De qualquer das formas a verdade é que as mesmas análises integram sempre o grupo de humanos mais cognitivamente dotado (diria sobredotado), os Judeus Ashkenazi , claramente num cluster sul europeu. Pese embora também os agrupe depois no grupo mais calão (na minha opinião) de todos os europeus… os sicilianos. Penso que é sintomático de como estas análises genéticas dizem muito e ao mesmo tempo tão pouco. O Grupo de pessoas que por exemplo menos hiperbolic discount faz de recompensas futuras está junto geneticamente do grupo de pessoas que mais hiperbolic discount faz! Claro que a justificação tem a ver com a genética do norte de africa que ambos possuem.

 

… bem, mas ver se oportunamente concluo esta conjunto de posts sobre os Portugueses geneticamente. 

 

 

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Entender o português primeiro é preciso entender o europeu, porque nós somos intrinsecamente europeus. E entender os europeus atuais primeiro é necessário entender as matrizes genéticas que nos compõem e que têm dezenas de milhares de anos.

Deixem-me apresentar-vos alguns dos meus mais velhos amigos. Alguns tem entre 8 e 10 mil anos, outros entre 5 a 8 mil anos e outros ainda são uns jovens entre 4 e 6 mil anos. Isto para não falar do mais velho, o Kostenki-14 de 37…mil anos!

 

  1. 37,000 anos- Kostenki , que era caçador recolector, estava cheio (mais ou menos) de ADN Neandertal. Era na verdade uma mistura do Basal Eurasian e já era também algo que se chama euroasiático do oeste europeu (west euroasian) que marca os Hunter gatherer do paleolítico na europa. Qualquer que tenha sido a primeira população não africana sofreu mais tarde uma mutação para o Basal Eurasian e na verdade ainda não encontramos ninguém que fosse só Basal-Euroasian mas encontramos a sua componente genética por ai abaixo e fora.  Kostenki (K-14) tinha definitivamente olhos escuros e 50% possibilidade de ter cabelos negros e 50% de ter cabelos castanhos. Esta é a linhagem patriarcal dos I2a1b.

 

  1. WHG - Dos restantes caçadores recolectores,  HG (Hunter gatherers) temos vários amigos. Loschbour (definitivamente olhos azuis e cabelo preto) e vivia no atual Luxemburgo, La Brana vivia aqui em León no norte de Espanha  (olhos azuis e cabelo preto ou castanho, 50-50) , os 7 amigos Motala da suécia tinham todos olhos azuis mas depois a cor dos cabelos variava: 3 Tinham cabelos negros, 3 cabelos loiros e 1 (Motala-9) até era ruivoKarelia (7000 anos), do lago onega acima de moscovo e junto à Finlândia claramente olhos negros e cabelo preto ou castanho.  Estes humanos viveram entre 9,000 anos e 7,000 anos atrás mas representavam as pessoas que habitaram a europa nos 20,000 a 30,000 anos anteriores. E a genética deles forma um único grupo que mais tarde é uma das componentes essenciais para a formação genética dos europeus. Esta é a linhagem patriarcal dos c1 e  I2a1b

 

  1. EEF - Estavam Motalas, La-brana e amigos entretidos a viver a sua vida aqui na europa, quando há 8 mil anos atrás começaram a chegar os outros nossos amigos, provindos da Anatólia (agora Turquia com outas gentes) os Agricultores do neolítico (EEF – Early eastern farmers).   A composição genética destes (dos quais os portugueses tem carradas de) já era uma mistura da genética dos caçadores recolectores do oeste, WHG, acima descritos e muito do Basal Eurasian. Reparem que o Basal Euroasian aparece infusado nos EEF muito tempo depois de se encontrar outros povos derivados deles. Toda gente ainda procura qual era o povo cheio de Basal Eurasian que se fundiu com WHG e formou os EEF (agricultores do neolítico) que vieram da Anatolia (esqueçam  levante). Mas verdade é que estes, passado milhares de anos, como demonstrado pelas linhagens patriarcais e matriarcais, substituíram completamente as linhagens e a genética dos HG. Stuttgart  e K02 tinha olhos e cabelos castanhos, os amigos NE da Hungria (1 a 7) uns tinham cabelos e olhos  escuros mas 1 ou 2 tinham olhos azuis e cabelo loiro e GOK2 (suécia), um jovem de 4 mil anos,  também era loiro e de olhos azuis. Mas geneticamente eram todos da farinha do mesmo saco. Passados pouco milhares de anos destes terem chegado à europa somente se encontra a linhagem genética destes os G2a tal como Otzi the Iceman.

 

  1. ANE - Estavam os EEF acima nas 7 quintas quando passou-lhes por cima a linhagem que hoje em dia domina a europa. Pelo menos para quem acredita na teoria Kurgan hypothesis. Estes são os caucasianos Indo-europeus que vieram de regiões entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, os Yamnaya, os cavaleiros bebedores e leite e que dizimaram toda a linhagem dos agricultores do neolítico. Trouxeram a altura de volta à europa, depois dos agricultores do neolítico a terem reduzido. Por alguma razão também vinham carregados de genética dos Hunter gatheres da europa do oeste daí que algumas pessoas denominam da vingança dos descendentes dos HG sobre os EEF. Mas o importante é que terão trazido para a europa a terceira componente dos europeus atuais: O ANE (ancient north Euroasian) das estepes da sibéria. Esta é a componente que por exemplo partilhamos com os ameríndios. E há quem diga que é daí que vem o cabelo liso e escorreito dos europeus. Além da altura mais elevada. Pela mistura que traziam estes também vinham com vários sabores e cores. Por exemplo o SVP57(Yamnaya) Olhos escuros e cabelo de certeza loiro, ESP16(CWC), guerreiro battle axe, olhos escuros e cabelo escuro e mesmo mais tarde o Bell Beaker(I0112, QUEXII16) tinha olhos azuis mas cabelo escuro.  Sendo estes os Indo europeus são as linhagens atuais da europa: R1b a Oeste da europa e R1a a este. Os primos. Os arqueiros da europa ocidental e os homens dos machados da europa de leste.

 

 

Assim entender um europeu é entender que ele é feito na globalidade de 3 materiais no essencial (analise em K3): WHG, EEF e ANE. ANE é fixo nas percentagens, mais ou menos 10% (excepto os estonios que tem muito) mas a diferença entre um europeu do norte e um europeu do sul é a percentagem de WHG de uns (mais a norte) e de EEF noutros (mais a sul) e o ANE é mais ou menos similar.

                Mas cada uma destas componentes pode-se partir em vários outros subgrupos genéticos  (K7, K12, etc) e aí sim, vamos depois aos portugueses.

 

 

Nota: Não estou nada convencido da Kurgan Hypothesis. Mas fica para outro post.

 

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I - Portugueses… (primeiro os europeus atuais)

por Olympus Mons, em 30.11.15

 

Primeiro vamos clarificar o que é, geneticamente, qualquer europeu. Os europeus estão geneticamente, como demonstrado por Fst (fixation índex),  muito perto uns dos outros. Raramente acima de 0.05 (somos todos geneticamente muito parecidos e misturados).  

 

Na Verdade Europeu é tudo o que vai de Russos até gregos. Puxamos os romenos mais para dentro e estão dentro do saco. Sim, Turco está mesmo do outro lado… lá para o fundo.

 

Novamente se nota um cluster interno europeu com os Portugueses, Espanhóis e Itália do norte e, ao lado, com o pessoal da Toscânia (Itália) mesmo colados a nós (e a Itália do sul lá para o outro lado).  

 

Os Franceses fazem a ponte dos ibéricos e NIT (north Italians) para os CEU

O pessoal do centro oeste da europa junta-se num cluster Ceu (Utah Whites) que congrega em britânicos, alemães, Suecos, dinamarqueses Balcãs, etc.  

 

Pode-se dizer que o Bielorussos fazem ponte entre os CEU e o pessoal mais a norte, como os finlandeses, lituanos e russos.

 

Os gregos estão fazem ponte um outro grupo que também é europeu, os Judeus askanazim, Sefarditas e até os judeus marroquinos. No meio desses estão os italianos do sul (Sicília, etc).

Os cipriotas fazem a ponte para o médio Oriente.

 

Depois temos os extremos: Os chuvash da Rússia nos urais (geneticamente completamente fora do baralho) e os bascos do outro lado (mas até bem perto dos portugueses) e no fim, também fora baralho e lá para os quartos dos fundos isolados estão os Sardos (sardenha)

 

Claro que os sub cluster europeus que acima falei colocam o Fst a rondar os 0.01... É quase como se fossem todos primos. Quase, porque por exemplo os suecos ou os Noruegueses são mesmo todos primos uns dos outros.

 

 

 

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Bascos e Sardos!

por Olympus Mons, em 18.11.15

 

Aliás, no seguimento do post anterior será óbvio que tinha que me referir agora à Sardenha. No Post anterior é, no PCA superior direito, aquela mancha roxa do lado esquerdo.  Nesta imagem ao lado é a mancha azul. Tal como quando nos referimos aos Bascos estavamos a falar de gentes de “outro planeta” relativo à Espanha, também quando falamos da Sardenha estamos a falar … do "tal planeta" à parte.

 

Que tem em comum? Sardos e Bascos são a mais fiel representação genética dos agricultores do neolítico, pessoal do levante que trouxe a agricultura para a europa. Os sardos ainda mais EEF puros, Early Eastern Farmers, do que os próprios Bascos porque os bascos sofreram mais alguma admixture resultante das invasões dos povos do norte da europa. E essa marca lá ficou. Mas seja como for a componente de genes que ambos possuem muito similares aos genes dos agricultores do Neolitico (10-5 mil anos atrás) é muito elevada (genes autossomas, que tanto o pai como a mãe passam à descendência).

 

 

 

Porém, uma diferença grande entre os Sardos e os Bascos é que os primeiros mantêm uma percentagem grande de linhagem patriarcal (Y-dna) do haplogrupo genético I2*/I2a do norte do Cáucaso (como os Bósnios e Croatas) e é o local da europa ocidental com a maior percentagem de homens da linhagem genética masculina verdadeiramente associada aos agricultores do neolítico … o haplogrupo G2A. Os bascos são quase todos da linhagem patriarcal R1b (sitio em todo o mundo com maior percentagem, cerca de 90%) o que é estranhíssimo e um dos maiores mistérios atuais da pré-história. Como é que estes são a representação genética dos agricultores EEF e na verdade não possuem a descendência masculina destes (mas sim dos outros misteriosos R1b que também não se sabe como é que sendo do caucaso  subitamente aparecerem aqui (europa ocidental) e eliminam praticamente todas as outras linhagens masculinas (tanto dos caçodores colectores como dos EEF).

Mas qual é o segundo sitio em toda a europa com maior percentagem de G2a? - A Cantábria, em espanha, que é mesmo colada ao pais basco! Os R1b substituiram totalmente os G2a no Pais Basco mas não na Cantabria. aliás percentagem também relativamente elevada em Portugal (6%), sendo 13% em Évora (13%) por onde provavelmente os EEF entraram em Portugal (entre os rios) e na Guarda  (10%) visto que hoje em dia é nas regioes montanhosas de toda a europa onde se encontram as maiores percentagens deste haplogrupo genético (alpes, Tirol, serra da estrela...). É para onde fogem os acossados, certo?.

Não é por mero acaso que Otzi, o homem de 5000 anos, tinha uma flecha enfiada no ombro e foi morto por uma pancada na cabeça...

Curiosidades…

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Gostava imenso de ter mais tempo para escrever um pouco mais sobre estas questões de genética populacional. Tanto a nível pré-histórico (Paleolítico, neolítico, idade do ferro, Bronze, etc.) como numa perspetiva inovadora sobre eventos históricos, estas análises estão a mudar a nossa visão do mundo.

Até para aliviar um bocado as temáticas abordadas nos últimos dias. Ok.

Escrevo isto porque tive a ler the Italian genome reflects the history of Europe and the Mediterranean basin  e na verdade a diferença, o fixation Index, entre um italiano do Norte e um italiano do sul é por exemplo maior que a diferença entre um Português e um alemão. Ou entre um irlandês e um alemão (ou pelo menos parte considerável da Alemanha).  Fst 0.0013 é igual ou maior que a maioria (mais de 50%) de todas as combinações entre os povos europeus.

 

Já escrevi no post (De Catalães a Bascos. Duas coisas bem diferentes) sobre a independência da Catalunha que estes não se diferenciam geneticamente em nada (ou quase) dos espanhóis de Madrid. Mas, na verdade num mundo de incertezas em que vivemos existiria no futuro hipoteticamente um “Pais” que seria composto por Portugal, Espanha e…. Norte de Itália. Aliás, existe em várias análises PCA (principal componente)  de genes e polimorfismos comuns que criam este cluster de pessoas.   

EthnicityGedrosiaSiberianNW_AfricSE_AsianAtlantic_MedNorth_Europ
Espanha6.000.503.250.2054.3521.95
Norte Italia5.760.282.800.2639.3624.61
Portugal6.330.216.240.2847.1422.28

 

EthnicityS_AsianE_AfricSW_AsianE_AsianCaucasusS_Saharan
Espanha0.200.055.200.007.750.60
Norte Italia0.060.395.440.2920.200.54
Portugal0.730.774.890.0910.580.46

 

Com estas percentagens de genes destes clusters geográficos, como apresentado no quadro acima, as analises de principal components criam um cluster de pessoas que são geneticamente “mais” parecidas. Assim haveria um país de pessoas geneticamente "mais próximas" composto pela peninsula ibérica e norte de itália (Pidmonte,lombardia,romangna, etc). Aliás como outros "paises" podem surgir noutras areas geográficas da europa.

Alias, nota-se em Portugal o numero elevado de genes do norte de Africa, que na verdade ninguem sabe se são antigos (paleolitico/neolitico) ou da invasão arabe sec. VII-X (só por si isto dava um post enorme). Sendo sempre esse o traço distintivo que uso mesmo sem ver a nacionalidade no 23andMe se é português (procuro cerca de 6% de genes do norte de Africa), assim como uso a percentagem de genes negros (S_Saharan) para saber se estamos perante um Portugues (0.5%) ou um Brasileiro  de origem portuguesa (3.5%).

Deste ponto em diante dava para escrever um livro....

 

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Uma curiosidade.

                Nada na Catalunha, na minha forma de ver o mundo, justifica a intenção de independência destes. Não é porque num determinado momento na história a minha região detém mais recursos que a média do meu país que eu devo pedir a independência. Penso, verdadeiramente, ser esse o fator motivador preponderante na Catalunha. Nem a língua é assim tão diferente, nem a sua história (pode ser ignorância minha) nem a sua genética é em nada diferente do resto da Espanha, pelo menos da Espanha “Madrilena” . Nada.

 Dito isto se querem mesmo ser independentes basta que se estabeleça o preço a pagar e pronto. Sair do Euro e da União parece-me ser o preço ajustado para se justificar, pelo menos nos mínimos olímpicos (já não há pachorra para sangue), essa alteração das fronteiras de um país…

 

Olhando para o quadro abaixo, sobre cluster de genes em análise autosomal vemos que não existe praticamente diferença. O Fst populacional (um dia falamos nisto),  a diferença nos genes entre eles é mínima (deve ser algo como 0.0001) ou algo do género.

EthnicityGedrosiaSiberianNW_AfricanSE_AsianAtlantic_MedNorth_EuropeanS_AsianE_AfricanSW_Asian
Espanha6.000.503.250.2054.3521.950.200.055.20
Catalunha6.350.002.150.2547.3328.480.200.083.73
E_AsianCaucasusS_Saharan
0.007.750.60
0.0511.080.25

 

 

Ora, já se passarmos para os Bascos, ui, isso sim, já é uma história diferente. Os Bascos são mesmo, mesmo, um “país” à parte. Em qualquer análise PCA (principal componente) que se analise os genes dos Bascos eles aparecem sempre como um cluster à parte. Nem se juntam à Europa do Norte nem do Sul. 

 

Neste PCA são as mancha castanha avermelhada na parte central mais para baixo, por cima do Amarelo. Reparem como não possuem traços comuns ao admixture que encontramos nos outros povos da europa e do mundo.

 

 

 

 

 

 

 

 

EthnicityGedrosiaSiberianNW_AfricanSE_AsianAtlantic_MedNorth_EuropeanS_AsianE_African
País Basco8.700.000.000.0071.1020.300.000.00

 

SW_AsianE_AsianCaucasusS_Saharan
0.000.000.000.00
    

 

Os bascos nunca se misturaram com ninguém em 5 mil anos, a sua língua é a única língua europeia que não é PIE (proto indo europeia), mistério dos mistérios, são quase todos descendentes do R1B (tem quase todos esse polimorfismo nos genes) como linhagem de sangue patriarcal  (Y-DNA).

Não entendo como os bascos (espanhóis e franceses) não são um país independente, se o quiserem ser claro.

 

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Novamente Portugal e o Neolitico

por Olympus Mons, em 18.08.14

 

Não é novidade de que gosto “disto”!

Este novo estudo de Daniel Gómez-Sánchez (PLoS ONE 9(8): e105105. doi:10.1371/journal.pone.0105105) vem mostrar que existia uma diversidade enorme de DNA mitocondrial (pelo menos deste) no tempo do Neolítico e que não se pode assumir uma continuidade ibérica na disseminação da Cultura e genes Bell beaker (que eu adoro) pela europa fora porque existe essa aparente descontinuidade ou falta de homogeneidade genética no Mtdna (mitocondrial DNA).

Os Bell Beaker tinham uma componente muito acentuada de haplogrupo mtdna H (as Helenas) que não se encontram por exemplo nas amostras de DNA das caves de El Matador no norte de Espanha nas amostras de há 4.5 mil anos atrás. A punchline do estudo é que não é assim tão simples falar da disseminação a partir da península ibérica dos bell Beaker…. ao que muitos estão a chamar a atenção imediatamente para as amostras de NPO (neolithic Porttugal)! – Mais de 50% do DNA é H!

Olhem para a imagem acima e mais ao menos a meio para o lado direito encontram NPO (Neolithic Portugal) com uma percentagem de mtdna H brutal! Se e marca dos bell beaker (BBC… do lado esquerdo) era a marca genética das Helenas (haplogrupo H .. e já agora dos R1b) então o que muitos estão a notar é que estes realmente partiram de Portugal (do estuário do Tejo) e foram seguindo uma rota junto ao mar, pais basco, Aquitânia, Britanny , e ilhas britânicas (… ou o percruso dos R1b) não tendo necessariamente de ter ido logo para este, para o resto da península ibérica. Sim Mtdna H, Y-R1b e a cultura dos Bell beakers… Tudo a partir de Portugal.

 

O grande mistério continua por isso a ser quem eram as Helenas e como é que os R1b aqui (aqui é Portugal!) apareceram. Se o seu ponto de origem é no Mar cáspio, mar negro… como aparecem subitamente há 6-7 mil anos atrás em Portugal e como é que a partir de aqui se tornaram a linhagem genética dominante na Europa Ocidental e EUA!

 

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Tinha prometido terminar esta série sobre antropologia com um post sobre HLA (human leukocyte antigens).

Muitas vezes aqui falei de Mtdna ( Dna Mitocondrial) que as mães passam aos filhos  e de DNA do cromossoma Y que os pais passam aos filhos daí criando linhagens e haplogrupos genéticos específicos.  É daí que vem a conversa dos R1B do cromossoma Y e das Helenas do DNA mitocondrial. Naturalmente o load genético de cada um de nós depois é carregado pela passagem de genes que não são específicos de um daqueles tipos atrás referido mas sim autosomal (a maioria do nosso load genético).

Tudo isto são marcas que ficam nos genes das pessoas e que estas passam ao longo do tempo e das eras às suas proles e assim verificando estas marcas entre pessoas consegue-se perceber quão relacionadas Filogeneticamente são entre si.

HLA é uma dessas partes autossomais!

 

HLA são também cicatrizes adaptativas que ficam nos genes do seu sistema imunitário relativo a essa pressão dos antigénios que encontraram. Os humanos, como todos as formas vivas são o resultado adaptativo nomeadamente da pressão ambiental a que tiveram sujeitos ao longo do tempo e das tais eras.  Por isso quando os humanos encontraram corpos que lhes eram estranhos o sistema imunitário reage com os antigens de forma a criar as reacções dos anticorpos, do seu sistema imunitário. Por isso esses alelos no cromossoma 6 por lá ficam e são uma excelente maneira de saber por onde andaram os seus antepassados.

 

Muito do que eu vou dizer nem é novidade. Está por aí dito pelos trabalhos de Antonio Arnaiz-Villena … desde 1997! Pese embora eu partilhe o criticismo aos dendogramas de Arnaiz-vilhena que não lembrariam nem ao menino Jesus… mas o que é facto é que estão lá, enterrado debaixo das suas visões politicas, os dados científicos.

 

Analisar os portugueses é encontrar  o HLA A2-B7-DR15. Este é conhecido como Europeu antigo e Paleo norte-africano.  Chamemos-lhe EPA.  E  não nos iludamos o EPA é partilhado pelos R1B da europa ocidental e pelos Africanos (paleo), aqueles que habitavam a área muito antes da sua população actual, os Árabes. Estamos a falar de Berbers e de Tamazights do norte de África que na minha opinião conviveram com os R1B quando eles por ali passaram. O EPA encontra-se em alta frequência nos argelinos (por onde passaram os R1b), nos portugueses, espanhóis, bascos, austríacos e Reino Unido, com incidências elevadas nos portugueses, bascos franceses, pessoal da Cornualha e atrevo-me a dizer que se procuraram encontram na Irlanda, escócia e Pais de gales , tal como na verdade em todo sul da Inglaterra… porque esta marca seguiu os R1b do estuário do Tejo em toda a sua Celtificação (ou pelo menos largas partes da mesma)  da Europa ocidental.

 

Esta é, na minha opinião mais uma prova da passagem dos R1b por África.

 

Já que estamos nisto do HLA, convém relembrar que os Portugueses (e em doses menores por exemplo os brasileiros e americanos pela nossa migração) possuem genes únicos que são o HLA-A25-B18-DR15 e A26-B38-DR13. Chamemos-lhe os Luso1 de o Luso2.  Isto representa uma menor  admixture da nossa parte. Convém lembrar que os estudos a que me refiro se centraram em pessoas das regiões entre o Tejo e o douro (por isso das outras regiões não sei).  Mas a existência da localidade destes genes implica realmente a existência de uma população local que não sofreu uma mistura muito grande com o passar dos milénios e que representará o legado dos misteriosos Oestreminios (provavelmente) mais tarde identificados como os Lusitanos.

 

 

Tal como é a norte de Portugal se concentra de forma mais acentuada o legado deste Paleo Norte Africano indicando que provavelmente nas incursões Árabes na península ibérica os primeiros a fugir para norte foram precisamente o legado dos habitantes mais antigos do norte de África (berberes).  Em Portugal, mesmo as clades de mutações do cromossoma Y nos mostram que não há assim muito sangue árabe em Portugal (muito menos que seria de assumir) mas sim berber. Dos Árabes não ficou uma admixture muito acentuada, não.  Excepto nos alentejanos (se é que 10%-20% se considera muito).

 

 

E já agora, tanto o A30-B18-DR3 também  berber ou o A33-B14-DR1 considerado um gene Mediterrâneo também só se encontra (pese embora em concentrações baixas) no norte (trás os montes) e no sul (Alentejo) mas é inexistente no Centro de Portugal. Mas no fundo isto indica por exemplo um menor admixture genético dos portugueses do que por exemplo os espanhois.

 

Mas o mais importante era mesmo que alguém investisse em investigar os Castros de Zambujal  (Oestreminios e amigos R1b?) e já agora que os estudos que estão a ser feitos em Perdigões, a sul de Évora ao pé do guadiana (coinos e amigos R1b?), também envolva o máximo possível de filogenética e estudos genéticos em geral.

 

Talvez seja wishfull thinking mas valia a pena.

Abrir parques temáticos com edificações representativas da origem dos R1b , Bell Beakers e Celtas posso garantir que trazia muita, mas muita gente.

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Os cegos e os que não querem ver

por Olympus Mons, em 09.03.14

Segurem-me que eu ainda faço um paper e submeto ao jornal of antrophology.

 

A mente humana não tolera vazios. E o maior vazio na actualidade antropológica é toda a confusão na pré-história europeia… Não. Temos que ser precisos. O mistério é quem eram e de onde veio a linhagem genética masculina europeia, os R1b da europa ocidental. Para a maior parte dos historiadores, antropologistas e paleo-geneticista europeus e norte-americanos existem uma verdade que lá ao fundo no cérebro os chateia. Essa verdade (e como verdade leia-se a história mais plausível), essa coisa que não se diz,  é somente esta:

 

 Os R1B da europa ocidental, vieram pelo norte de África provenientes do Cáucaso, com uma língua que não era indo – europeia mas era parecida, que vieram com o Haplogrupo mtdna H (ou pelo menos parte). Que entraram na europa pela península ibérica, que na ambientação a esta nova  casa atingiram o seu apogeu no estuário do Tejo, que partiram dali como bell beakers (a primeira vez que se viu humanos em contexto de cultura) que dominaram a europa ocidental e mais tarde o mundo.

 

Quem fizer um paper com isto que vos vou escrever tem os holofotes do mundo antropológico sobre si.

 

R1b – Estepes e Médio Oriente (R1b1)

Entre 12 mil anos e 8 mil anos atrás os r1b eram a Sub Clade M343 originária do Cáucaso e foram descendo vindo do Mar negro e do Mar Cáspio, pelo médio oriente. Esta deve ter sido um período histórico curioso, porque se foram cruzando com pessoas de outras haplogrupos (G, J, E) e como as misturas autosomal (load genético que determina nosso aspecto físico) eram menores podiam identificar-se bem uns aos outros como membros da mesma tribo  e claramente identificar quem não era.

Toda a gente assumiu durante anos (e ainda se faz um esforço brutal para fechar os olhos) que os R1b M335 (Anatólia) foram atrás dos G2a na conquista da europa como agricultores do neolítico mas a verdade é que não se encontram R1bs nem por cima nem por baixo do mar negro, nem no resto da europa durante o neolítico. Na europa aparecem muito depois há 5,000 mil anos atrás (como R1b bell beaker).

 

R1b África – Enquanto neste inicio do neolítico (9-8 mil anos) os G2A da Anatólia partiram pelo mediterrâneo norte para conquistar a europa como agricultores os R1b partiram pelo mediterrâneo sul (Africa).  Os  V88 (R1b1c)  acabaram  Curiosamente a meio de África  e os  R1b M269 (R1b1a - nós europeus) passámos pelo Egipto e foram para a Argélia.  Já num post anterior falei sobre o tutankhamun, o National Geographic e o facto de a imagem que eles mostraram numa das imagens da descodificação genética era de um r1b. Lembram-se? Começa a fazer sentido. Se as autoridades egípcias revelassem os resultado das análises genéticas à sua múmia (que se recusam determinantemente a fazer- porque será?) teria interesse saber se ele (caso se confirme ser R1b) se era de V88 (que acabaram em algumas tribos da África central e hoje devido ao admixture são negros) ou M269 ( que acabaram na Europa).

 

No meu post anterior , Por (não) falar em alterações climáticas,  está um mapa climático de todo o período holoceno.  Se lá forem ver reparam no período de climate optimum 8-6 mil anos atrás em que as condições de habitabilidade no norte de África eram muito boas. Mas depois podem reparar, algo como há 6200 anos atrás,  aquele longo período de frio (na europa), que significou para os R1b que estavam no norte de África, tal como para os agricultores do neolítico mais a norte na europa (devido ao Frio) , um período de grandes dificuldades devido ao avanço brutal do Sahara e do  clima quente e seco.

Fica a curiosidade de que (provavelmente claro) os R1b passaram pelo Egipto antes do aparecimento das primeiras dinastias Egípcias  e que o inicio do bell beaker na Europa começou exactamente no mesmo período do inicio das dinastias arcaicas no antigo Egipto. Que tem em comum? Verifiquem no meu post anterior quando começa o segundo Holoceno Climate Optimum.

 

Os R1b começam a  passar o mediterrâneo para a península ibérica. E mais especificamente para lá do guadiana (rio Ana) ou seja para Portugal.  Em África ficou o legado genético e linguístico (nos berberes e Tamazights) . 

Não sei dizer muito sobre estes. Não sei  nada sobre a história deles (nem acho que se tenha feito esses estudos genéticos em profundidade) . Mas sei que, primeiro, têm um número muito elevado de MtDna do haplogrupo H tal como a globalidade dos europeus ( e ao contrário dos outros na região)  e claro que sabemos  que são o grupo paleolítico do norte de África (habitantes originais)  e que a sua língua ancestral se assemelha e muito ás línguas ibéricas ancestrais (que já lá vamos).  Evidente que com tudo o que passaram nos milénios seguintes nada  terá restado da linhagem R1b, primeiro pela evasão dos J2 que deram nos cartagineses e muito recentemente pelos seus habitantes actuais, os árabes (E3b)  que estão lá há meia dúzia de dias. Mas como sabemos homens e elementos do sexo feminino não dá muita hipótese da linhagem ter sobrevivido. Claro que a linhagem Mtdna, do haplogrupo H, por lá ficou e bem implantada (também explica esse mistério). Matam-se os homens mas obviamente que não as mulheres, como bem sabemos.  Apesar de já haver muito DNA H na europa  (vieram com os Agricultores G  do neolítico) a verdade é que a sua dessiminação é concomitante com a dos bell beaker R1b e que por exemplo, as populações do actual pais Basco sofreram uma substituição do seu Mtdna K pelo H por volta dessa altura.  

 

 Os R1b quando passaram o mediterrâneo para o lado de cá acabaram em Portugal. Não devia ser um grupo muito grande. Mas por alguma razão passaram para lá do rio guadiana e muito rápido para lá do Tejo. Na verdade já cá habitavam humanos (por isso os portugueses tem ainda dois genes únicos no mundo) mas a verdade é que pouco depois (1000 anos?) existia a cidade de Zambujal em torres vedras (ver o post Eu que nem tenho nada a ver com esta área!), existiam pequenas aldeias fortificadas ao longo do estuário do tejo, e imensas e vibrantes destes aglomerados a sul de Évora.

E nessa altura, estes povos amantes das suas placas de 15 cm, estavam a fazer os potes do bell-beaker. Potes estes que tem semelhanças muito grandes com outros potes anteriores ao bell beaker...  sim advinhou. os potes de barro do norte de Africa! Como os retirados do cemitério de Skhirat. 

Alem disso, pelo norte de Africa encontram-se setas em imensos locais, setas muito parecidas com as setas dos R1b Bell Beakers, que como sabemos eram os arqueiros deste periodo.

 

Mas a verdade é que pouco tempo depois estão a espalhar a cultura, a hierarquia, a ordem social, a cerveja e o meade,  por essa europa fora e a espalhar a linhagem R1b pela europa ocidental. A europa deixou de ser grupelhos de pessoas a viver mais ou menos juntos para ter cultura.

 

Os que cá ficaram, do estuário do Tejo  e da cidade de Zambujal transformaram nos Oestrimnios e sul do Tejo, a partir do vibrante grupo a sul de Évora, nos Coinios.   

Algum tempo depois eram aqui os Kunettes (algarve) os  Celtici (Alentejo) e keltoi e  os do norte do Tejo em Lusitanos.   E os Tartessos…. Os tartessos e a sua língua é outra das grandes confusões que é resolvida pela vinda dos R1b por África.

 

R1b e a confusão da língua.

A  língua tartessiana. E a confusão toda que existe na comunidade linguística por causa dos Bascos e do tartessiano e dos celtas. 

Quem entende o que eu acabei de descrever pode perceber a confusão.

Este língua, e os textos das placas de Mesas do Castelinho (Almodôvar) ou fonte velha, estão ainda hoje não classificados e sendo registado as suas semelhança com outras paleo-línguas ibéricas, basco e …antiga língua berbere. 

Contudo, como John Koch defende tem também grandes semelhanças com o celta (quando se elimina a coisa estúpida de achar que celta, celta mesmo é o celta  da Irlanda, provavelmente a ultima parte a ser celtificada) e com sequencias inteiras da língua Indo-europeia porque na verdade os R1b vieram com uma língua Indo-europeia tal como nessa altura os R1A vinham pela europa central com outra, muito parecida, língua indo –europeia.

 

 Confessadamente a língua basca continua envolvida em enigma . porque é de todas a que menos relação tem com qualquer elemento  indo-europeu.  Mas não será de todo impossível imaginar que tendo sofrido uma verdadeira substituição do MtDna (mitocondrial DNA) do haplogrupo K para o H (que menciono acima) nestes 5 mil anos que por alguma razão tenham mantido a estrutura da antiga língua e seja essa a razão pela qual mantem tantos traços distintivos das língua Pie (proto Indo european). Aliás essa passagem PIE-Celta-Basco  é abordada por Gianfranco Forni (Evidence for Basque as an Indo-European Language) , que de uma língua original tenha adquirido traços celtas (na verdade R1b e Indo-europeia) trazidos pelos lusitanos quando substituíram aquele load genético referido atrás.  Por isso existem todas as questões levantadas por Theo Vennemann,  e  também todas a vezes que se tenta associar o Basco a línguas do Cáucaso (de onde originam os R1b e os R1a) , ao Katvelian e tchetcheno, etc. – Sim as língua europeias antigas eram um mixórdia de inputs e talvez por isso tenham sido homogeneizadas com facilidade por uma língua mais estruturada geograficamente como as língua Indo-Europeia.

 

 

Assim, esta confusão toda das línguas Paleo-ibéricas, com os traços locais, dos fenícios e outros, mas também com traços Celtas e Indo-europeus, só existe porque não se assume que os R1b da Europa ocidental vieram por África, se calhar até apanhando elementos dos berberes, mantendo traços característicos e distintos relativos ao Indo-europeu puro dos R1a e dos Kurgan da cultura Corded Ware que se deslocavam pela europa Central - Quando se encontraram não deve ter sido um problema muito complicado para os cérebros dos R1b aceitarem, assumirem e assimilarem, línguas indo-europeias (outras).

No fundo eram, pelo menos em parte, também as suas, somente destituídas de uma miríade de elementos diferentes foneticamente.

E por isso, deste substrato bell beaker e R1b, nascem os celtas, com os seus escudos em forma e V, com espadas em folha, as lanças ibéricas com forma ogival…tal como a dos irlandeses. É só parar de olhar para a história de Hallstatt e La Tène (de onde se julgava ter vindo os Celtas) e olhar para realidade.

 

Bela história Olympus… mas que provas tens?

Ah! Várias. Mas isso é o próximo post.  Porque temos que falar de HLA (Human Leukocyte  Antigens) para dar a estocada final …. E alguém sabe porquê?

 

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Por (não) falar em alterações climáticas.

por Olympus Mons, em 02.03.14

 

 

 

 

Eu não sei porque os agricultores do HP G2A substituíram em grande parte os caçadores Recolectores  HP C por essa  Europa fora. Como dizia o outro não estava lá, não vi.

 

Contudo espanta-me como não se refere as alterações climáticas. Aliás, não me espanta. Porque como sabemos este período interglaciar é marcado por um “estabilidade” incrível da temperatura e só os malandros dos capitalistas com o seu petróleo barato é que estão a aumentar a temperatura do planeta. Realmente…!

 

Mas voltando ao mundo real.

Quem olha para esta imagem não pode deixar de pensar nos danos tremendos que o LIA (little Ice age – do lado direito da imagem) provocou na idade média na europa -Dark Ages, a idade das trevas.  Provocou fome, miséria, peste e morte terríficas por essa europa fora.

  

olhando para a imagem consegue-se ver o período de 2 mil anos em que as colheitas fabulosas por essa Europa fora, quando as temperaturas deviam ser bem mais elevadas que nos nossos dias, levaram ao sucesso dos agricultores do neolítico (8-6 mil anos). Colheira atrás de colheita terão levado a que esses agricultores fossem vistos como parceiros preferidos pelas mulheres. Uma população caçadora-recolectora tem uma criança de 4 em 4 anos, enquanto uma população agricultora tem filhos quase de ano a ano.

 

Mas logo a seguir podem ver as alterações climáticas brutais que ocorreram.  Se  400 anos de frio provocou o que provocou em populações mais desenvolvidas na idade média,  aqueles  quase 1,5 mil anos de  Big Ice Age  devem ter sido devastadores para aqueles  agricultores. Ano após ano de falhanço de colheitas deve ter sido arrasador.  Bem mais de um milénio disto deve ter dizimado estas populações a um mínimo. E não deve ter sido coincidência o aparecimento dos primeiros  conglomerados populacionais maiores (proto-cidades e vilas)

 – Escusam de andar aí a pensar que foram os R1b e os R1A que lhes trataram da saúde ( J ).

 

Por esta altura só devia haver um sítio na europa onde se estava bem. Na europa do sul.  E aqui, a sul do Douro então devia ser maravilhoso. Dava para caçar, pescar, plantar e até prospectar. Quando há 5 mil anos atrás voltou o tempo da Vida louca, o segundo período do Holocene optimum apareceu então os bell-beaker de Portugal  (R1b) e o pessoal dos machados do Leste Europeu (R1a).  Este período assistiu ao aparecimento das grandes civilizações a norte do mediterrâneo e à queda dos mesmos. Se calhar aqueles períodos a azul, de frio, podem ter ajudado á festa e terá sempre sido acompanhado por movimentos de populações. Tal como o aparecimento do império Romano coincidiu com novo período de clima optimum (Roman climate optimum). Tal como o pequeno período à azul terá coincidido com a sua queda.

 

Claro que não só o clima contribuiu para os eventos. Mas deve ter dado uma ajuda.

 

Coincidências e clima. É o que é. Mas isso era antes do Aquecimento Global por causas antropogénicas.  Todos esses períodos desapareceram como que por artes mágicas. Agora é só Hockey sticks!

 

 

 

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Eu que nem tenho nada a ver com esta área!

por Olympus Mons, em 02.03.14

 

 

 

 

 Esta conversa dos R1b é realmente espantosa. Isto de eles só serem visíveis nos últimos 5000 anos sem se saber como verdadeiramente aqui  chegaram é um mistério (e aqui é provavelmente e em grande parte Portugal). Um mistério que curiosamente não interessa particularmente aos portugueses. Interessa ao resto do mundo… mas não aos Portugueses – Deve ser porque temos poucas pessoas formadas em história em Portugal (!).

 

Mas OK.  Todas aquelas linhagens genéticas masculinas dos C que já nem existe, dos G2A que são residuais hoje dia quando eram de longe a maior linhagem no neolítico, esta coisa de não se conseguir ligar os R1B à cultura Indo-europeia, em grande parte porque ninguém é mais R1b que os Bascos e a língua deles é das poucas europeias que não são de todo língua indo-europeia.

 

Começando há 5000 anos podemos saltar milénios e vamos  vendo os R1b a espahar a cultura bell –beaker  nessa Europa fora como fogo em palha seca.  Continue a fazer  fast forward aos séculos e depois é voltar a encontra-los como Dorianos, como os Hittites (pese embora estes possam ter vindo das estepes do Cáucaso), como os troianos, Espartanos, romanos e navegadores portugueses. Esta linhagem patriarcal é realmente admirável. 2 Mil anos levaram até controlar (com os romanos) toda a europa e norte de África. Alguns séculos valentes depois dominavam o globo com portugueses! (e espanhóis, Franceses e Ingleses) … mas vamos parar. Isso já se sabe.

 

 Agora há que voltar atrás. Rewind!

 

Há 5000 mil anos atrás a europa era uma enorme wasteland. Limpinha de gelo após o auge do primeiro Periodo Óptimo do clima do holoceno (holocene Climate Optimum) entre 8 e 6 mil anos atrás e a iniciar o segundo (5000-3500 anos) numa europa com agricultores levantinos do G2A espalhados pelas estepes a viver em pequenos grupos que contrastavam com os cada vez menos abundantes caçadores recolectores originais da europa , espalhados pelos campos de cultivo de cereais ainda assim uma Europa vazia .

Mas aqui, no estuário do Tejo estava o centro da europa, de uma Europa que nem centro tinha mas onde já se formava a maior “cidade” da europa – Cidade à volta do castro do Zambujal (junto a torres vedras). Muito antes de Lisboa (3000 anos atrás) aparecer com o seu nome de Allis Ubbo, muito antes de ser Olissipo(-nis), mais a norte existia Zambujal (Torres Vedras). Nessa altura os 14 KM do rio Sizandro até ao mar era muito diferente sendo uma verdadeira língua do Mar terra a dentro. E do Zambujal com certeza que se navegaria também até ao estuário do Tejo onde outros grupos de instalavam ali para os lados de alverca, Vila franca, etc.  – Aqui começava a Cultura metalúrgica do bronze. E foram esses industriais do bronze que criaram a cultura Beaker que foi na verdade a primeira vez que os humanos deixaram de ser um bando e passaram a ter uma cultura, passaram a ter ideologia (qualquer que fosse)  e religião (qualquer que ela fosse… bullshit! Todos sabemos foi a percursora da religião celta, mas isso é para outro dia).   

 Convém lembrar que nessa altura, lá para o leste da Europa, provavelmente vindo das Estepes do Cáucaso começaram a vir os R1A da cultura Corded Ware, ou se quiser a cultura dos Machados de guerra, com características diferente desta do R1b e sem de todo demonstrar a diversidade de aspectos que estava subjacente ao dos R1b. – Não era a mesma coisa!

 

 

 

Radiocarbon dating seems to support that the earliest "Maritime" Bell Beaker design style is encountered in Iberia, specifically in the vibrant copper-using communities of the Tagus estuary inPortugal around 2800-2700 BC and spread from there to many parts of western Europe.[3][13] An overview of all available sources from southern Germany concluded that Bell Beaker was a new and independent culture in that area, contemporary with the Corded Ware culture.[14][15]

 

 Este pessoal  do estuário do Tejo  e especialmente Zambujal era prospector de metais e logo devia ter uma boa quantidade de metalurgia – Será que se deu aqui, nesta “cidade” junto ao rio Sizandro que nessa altura iria do mar até ao estuário do Tejo, o inicio do próprio conceito de comércio?  E os barcos navegavam tanto o Sizandro e o Tejo como entravam pelo mar a dentro junto a Santa Cruz após as Ericeira. E Isso foi a disseminação Marítima da Beaker – Cultura, comércio à escala pan-europeia,  hierarquia, armamento diverso e uma estrutura social complexa. Além disso tinham essa coisa que nunca se tinha visto – Um chefe!

Sim, um chefe e álcool. Meade e cerveja. E era assim que se apresentavam aos povos que iam encontrando. Uns copos depois e eram todos amigos (ou enterravam-lhes uma faca nas costas).

 

 

 

 

Mas vamos ficar aqui no Tejo mais um bocado. especialmente para falar sobre este outro traço unico de Portugal.

 

 

Existe algo que só havia aqui (Portugal).  Que são as placas de 15cm (da imagem ao lado) que estes R1b  produziam -  Que exprimiam e qual a sua significância?

Representaria algo ideológico e era muito importante para eles porque eram enterrados com estes objectos.

O pessoal que aqui vivia está separado entre dois grandes focos. Este do estuário do Tejo e o outro abaixo de Èvora, junto ao Guadiana (rio Ana).  Se olharem para um mapa verão que Portugal é partido em 3 faixas que entram pela península ibérica adentro.

 

 

 

 

 

A faixa entre o Guadiana e o Tejo, a faixa entre o Tejo e o Douro e faixa a norte do Douro.

Os rios eram grandes barreiras culturais. E estas placas foram elementos identificativos destes grupos.  O grupo enorme de pequenos clãs que vivia abaixo de Évora e o grupo a norte do Tejo.  Com o passar dos anos estes dois grupos foram ganhando traços culturais destintos. Na verdade são a mesma gente mas dividida por alguma razão Sociocultural. E olhando para as fortificações que foram construídas durante mil anos à volta de Zambujal a relação entre estes irmãos não deve ter sido sempre muito pacífica.   Foi desta relação conflituosa entre irmãos que fez com os beaker folk fossem imbatíveis. Eles apareciam como comerciantes de artefactos bonitos de cobre, como um gajos porreiros que bebiam e partilhavam cerveja,  e ainda por cima com uma estrutura guerreira.  – Isto foi o fenómeno Beaker.  Nunca se tinha visto nada assim e não se voltou a ver no período seguinte.

 

E  já agora que estamos nisto. Vamos falar de celtas. Os mapas das populações de alguns milhares de anos depois do que descrevi mostra a faixa do guadiana como Celtas e do Norte do Tejo como lusitanos. Mas era tudo a mesma gente.

 

E o professor John Koch, tem razão.  Claro que tem!  E só porque durante um século se ensinou que os celts tinham vindo das tribos germânicas não significa nada e está na altura de mudar a conversa. Temos pena.

Sim Tartessian é celta. E se Tartessian é celta então os celtas vieram daqui. E não só vieram daqui como os Celtas são a evolução natural dos bell beaker portugueses.  

 

Mas claro que com a falta de pessoas formadas em história isto é tudo muito difícil de ser promovido e de fazer papers nos jornais internacionais de referência (que estão sequiosos por trabalhos nestas áreas). Aliás, o pouco dinheiro que há vai para a Raquel Varela e subsidiar os papers dela sobre as relações de trabalho e sobre as Greves e direitos Sociais na revolução dos Cravos.

 

Cada povo terá sempre aquilo que merece (!) - Pr muito esforço que faça vai sempre dar ao seu regression to the mean. E o nosso mean parece ser cada vez pior. Sim, temos pena.

 

 

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... Isso dos “pais que passam aos filhos mas não às filhas”  -  então e as mães?!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Aí temos que falar da Helena! ou melhor das Helenas!

 

… As mães passam aos filhos mutações mitocondriais, abreviadas em MtDna. Aos filhos e às filhas… mas como só as filhas passam vai dar ao mesmo. É verdade que podemos passar os últimos 10,000 anos a falar dos R1b mas é profundamente injusto não dizer que junto aos r1b na parte histórica narrada tivemos sempre Helena.  Ou se quiser o haplogrupo Mtdna H. Mas vamos chamar-lhes Helenas a partir de agora.

 

Tal como existem R1b, R1a, J1, j2, etc. também existem grupos , haplogrupos, mtdna que servem os mesmo propósito dos haplogtupos do cromossoma Y.  Na europa somos filhos das  denominadas 7 filhas de evaBryan Sykes  the seven daughters of  Eve).   Essas filhas são : Ursula (U), Xenia (X), Helena (H), Velda , Tara, Katrine e Jasmine. A Úrsula tem 45,000 anos a Helena 20,000 anos.

No post anterior, quando eu colocava dúvidas sobre a veracidade da história, e devia ter logo deixado claro, era essencialmente no seguinte ponto: Não encontrámos ainda R1b, na Europa, com mais de 6.000 anos! Na verdade sabemos que as mutações têm 20,000 (curiosamente tal como a Helena). Mas só os vemos nos últimos 6,000 e quando ocorre a explosão vindo do estuário do Tejo (bell beaker).  O facto de não termos encontrado não significa que não estivessem cá (no Tejo) há mais tempo… só que temos que procurar aqui em Portugal mais ossadas para cada vez mais adensar o quadro. Ora isso implica 3 hipóteses para a Helena. Ou vieram junto ao R1b e já cá estavam a quando do início do holoceno (11,000 anos),

 ou vieram todos juntos a acompanhar os G2A conjuntamente com os R1b (9,000 anos) e estamos perante o primeiro caso de infidelidade civilizacional (!), porque vieram com os G2a e apaixonaram-se pelos R1b e nunca mais se largaram! … e não se largaram porque a mesma história do Tejanos (R1b) que vos contei é a mesma história da Helena.  Onde há Tejanos há helenas a dominar o legado Mt-dna.

Mas que se passou com a helena? -  Ainda recentemente Paul Brotherton ajuda a clarificar com o Neolithic mitochondrial haplogroup H genomes and the genetic origins of Europeans.  A história provável é que Helena, estando ausente do mesolítico (antes dos tais 11000 anos) europeu chegou à europa com os G1a de Anatólia há cerca de 8/9000 anos. Nos últimos 5,000 anos onde os Tejanos, na bell beaker a no celtificação foram explodindo por essa europa, assim iam juntinhos com Helena.

 

Ora A Helena devia ter algo de muito bom, porque a Helena vai para além da europa Ocidental, para além dos territórios de domínio dos R1b, indo bem dentro do território dos R1a e I, que descaradamente foram trocando as Úrsulas por Helenas (aliás como os R1b) e mesmo e espantosamente no Norte de Africa. Sim o território das Helenas e muito maior que o território dos Tejanos, não havendo no entanto qualquer dúvida que essa disseminação acompanhou os tejanos no primeiro complexo arqueológico verdadeiramente pan-europeu.  – Helena é mulher de R1b.

Para que não restem dúvidas. Vieram com os G2a (tenham também vindo junto com os dois os R1b ou não) sua implementação, propagação geográfica, na europa ocorreu há 7000 anos, logo com os G2a mas a seu predomínio, o seu domínio quantitativo na europa foi com os tejanos (R1b).  Ou seja a dominação europeia do pessoal do Tejo foi paralela à dominação europeia pelas Helenas… Ponto.

 

Agora ficamos sentados à espera de se perceber/descobrir como a nidação das helenas ocorreu nos povos do norte de África, essencialmente dos berberes que são o povo mais antigo do norte de África. Aliás o sítio no mundo com maior percentagem de Helenas são os berberes da Líbia!  

Ou realmente eram muito interessantes essas Helenas e até os E1b as vieram raptar à europa ou ainda vamos ouvir outra história interessante do modo como os R1b chegaram ao estuário do Tejo!

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Alguém sabe o que é um R1B?

por Olympus Mons, em 04.01.14

 

 

 

Já que estávamos numa de  genética, vou-vos contar uma história que tenho a certeza estará errada (ou não!) ou pelo menos terá tons de cinzento. O problema é que ninguém nesta altura a conseguirá provar errada.

Mas deixem-me explicar. Haverá um ponto neste texto em que vou trocar R1b por Tejanos ( de rio Tejo) mas obviamente que me estarei sempre a referir ao haplogrupo R1b.  R1b é uma linhagem masculina, do cromossoma Y, que os pais passam para os filhos (mas não para as filhas) e através destas mutações genéticas sabemos por onde andaram os antepassados. Estes SNP/STR (short tandem repeats) são os mesmos que o seu pai tinha, e já tinha o pai dele e assim pelo tempo acima até recuar dezenas de milhares de anos.

 Em Portugal, Espanha, França e Reino Unido somos esmagadoramente R1B. Somos todos descendentes do mesmo pequeno grupo de pessoas (sub clade L11).  Alemanha é o sitio onde se encontra a maior mistura de linhagens Y, com proporções iguais de r1b e R1a, com I1, N, etc.  Já na europa de leste são esmagadoramente R1A (a guerra entre os irmãos R1b e R1a será  talvez um dia outro post), no médio oriente J, etc. 

 

Mas vamos fazer uma viagem de 10,000 anos. E partimos do Tejo e voltamos ao Tejo. 

 

Ok. Oficialmente os R1b são as pessoas do refúgio ibérico. Ou seja durante a glaciação, antes deste período do Holoceno (11,000 anos) havia um grupo muito pequeno de humanos que viviam aqui na península ibérica (200? 300?). De Espanha para cima era tudo glaciares. E não é muito difícil de imaginar que eles estavam nos pontos mais amenos e com mais acesso a por exemplo um rio e mar, logo imaginemos algo como Lisboa. E a partir de aqui vamos chamar-lhes tejanos  (de rio tejo).  Isto porque uma coisa é certo. Foi do estuário do Tejo que se iniciou a cultura Beaker bell, e esta mudou a Europa como fogo em palha seca.  Beaker bell (potes de barro) era cultura, hierarquia, religião. Mas vamos ter que voltar um pouco atrás.

Há 10,000 anos atrás este pessoal do Tejo por aqui pescava , caçava, apanhava  bagas, etc  e começou a reparar que o clima estava a aquecer. Mas por aqui ficou. Cerca de 8-9 mil anos atrás passaram por aqui uns homens diferentes. Eles tinham vindo da Anatólia (Turquia - Siria),  pelo mediterrâneo. Eram os G2A (como por exemplo Joseph stalin). Estes eram os agricultores originais do neolítico. Foram os homens que trouxeram a agricultura e disseminaram-na pelo mundo. Otzi (Homem de 7 mil anos encontrado gelado nos Alpes) era G2a, assim como o Y-DNA dos primeiros agricultores encontrados na europa (os LBK). Assim foi até há 6 mil anos atrás … até subitamente desaparecerem praticamente da europa e tudo o que se encontra depois dessas datas são os BBC (Cultura beaker bell) que são o tal pessoal do Tejo (R1b) a espalhar  agricultura pela europa atlântica. Os tais tejanos (R1b) pareceram sempre ter uma característica que é não serem agressivos inicialmente, aceitar, observar e depois … como diziam os romanos ?  - veni vidi vici.

Os G2a eram montanheses do Cáucaso (aliás onde há hoje em dia G2a é usualmente nas zonas montanhosas da europa) e talvez por isso tenham passado os Alpes com naturalidade e os tejanos os tenham seguido. Alguns. Porque os que ficaram do lado de cá das montanhas, como por exemplo os Bascos ainda hoje são em mais de 90% tejanos (R1b). Mas os tejanos sempre parecem ter sido assim como que pouco ameaçadores, algo harmonizadores para os outros até ao momento em que se surgem como uma força incontrolável. Desta forma,  e mil anos depois,  quem procriava com sucesso eram os tejanos Beaker bell e os G2a já nem se encontram no ADN antigo que se vai examinando. 

 

Mas algo como há 5,000 anos atrás já as coisas deviam estar a aquecer entre os Tejanos (r1b) e os seus irmãos R1a do leste… ou não. Porque os tejanos (tal como os portugueses) tal como atrás dizia, parecem ter a característica de se dar bem com todos os que se encontravam no seu caminho. Até ao dia. Reparem que aprenderam agricultura com os G2a e transformaram-se nos agricultores de excelência da europa atlântica. Encontraram os R1a a cavalo (estes eram os malucos dos cavaleiros indo-europeus) quando se moveram para leste e não os devem ter logo afrontado porque a verdade é que quando os voltarmos a ver historicamente os tejanos, 1000 anos depois, já eram cavaleiros mestres da chariots na figura de hittites e já falavam uma língua Indo-europeia (como os R1a). Alem disso usavam machados como os tais R1a, a tal cultura do machado, a cultura Corded Ware culture.

Sim, os hittites. Voltamos a encontrar os tejanos (sei que alguns contestam que fossem os mesmos, mas 1000 anos é muito tempo) nem mais nem menos na terra originária dos G2a (Anatólia). Incrível. E na terra dos G2a sabe-se que chegaram cerca de 4 mil anos atrás e ficaram numa pequena  vila, Hattusa , no norte de Anatólia (Turquia). Mas o que sabia deles até ao século 20 era pela bíblia e seriam uma pequena tribo,  parte das tribos de canaan (que bate certo), as tais que Moises andou depois à procura,  estando por isso perto das tribos de Abraão (ou sendo uma das). Enquanto os filhos de Abraão (haplogrupo JIc3d) formavam as tribos judaicas e as tribos Adnani (arabes - por isso maomé também era JiC3d como muitos dos judeus! ) os R1b talvez decidissem que  não queriam nada com aquela confusão e foram para hattusa. Poucos séculos depois eram um império colossal.

Falamos da civilização egípcia porque fizeram pirâmides para a história e os Hittites nada tinham construido a nível de grandes monumentos. Como disse só a bíblia os referia e até se achava que era um mito. No século 20 descobriu-se as ruinas e percebeu-se que verdadeiramente tinham inventado a idade do ferro. E durante 5 séculos dominaram a região. Quem ler um bocado sobre os hittites (no youtube comentado por Jeremy Irons é brutal) percebe como eles foram mesmo os percursores de muito do que foram depois os europeus...  E tinham a tal característica: quando encontravam quem não os afrontasse formavam alianças e fraternidades sem violência. Quem os enfrentava era dizimado. Só não acabaram com os Egípcios por sorte (batalha de Kadesh) e neste ponto entra aquele episódio que é o dos maiores mistérios históricos:  Primeiro o facto de há poucos anos no documentário do Discovery channel mostrar a sequenciação genética de tutankamon e aquilo que se vê no ecrã do PC lá atrás no documentário era um R1b (tejano). Pode ser que aquilo que estavam a mostrar no ecrã não era o DNA de tutankamon (para a televisão vale tudo).  Se era então ele era R1b! o que leva ao outro mistério com os hittites. Quando o faraó morreu a mulher pediu a Suppiluliuma, seu arqui-rival Hittite, que lhe enviasse um dos filhos para casar com ela porque ela nunca aceitaria casar com um dos seus súbitos. O soberano Hittite achou que era brincadeira mas após troca de manuscritos lá mandou o filho… que foi logo assassinado.

Mas, como todos os impérios, o hitita acabou por desaparecer.

 

Mas durante os próximos milénios continuámos a ouvir falar deles…

Por essa altura já se ouvia relatos dos Tejanos (R1b)  na figura de troianos (descendentes dos Hittites) e 700 anos depois  (há 2700 anos) de Espartanos e Dorianos (tejanos!) nas suas batalhas  com a grega  J2, G2 e E1b1b … sabemos como as coisas deram umas valentes traulitadas com os gregos.

No momento em que Esparta caia perante os visigodos, mesmo com a ajuda de mercenários celtas (celta = Tejanos R1b!) já descendentes de Troianos, formavam outra bolsa de r1b na região de lazio (latium) – chamava-se Roma . E novamente, alguns séculos depois eram os centuriões romanos que concluíram o trabalho dos seus pais hittites, dos troianos e espartanos,  conquistando a Grécia e a bacia do mediterrâneo toda.  Levou 3 mil anos mas os tejanos lá conseguiram.

Após a queda de Roma voltamos a encontrar os tejanos ( R1b), 1000 anos depois, numa pequena bolsa (800 mil almas), no ponto mais a oeste da europa, num pais chamado Portugal.  Há 500 anos atrás, tendo aprendido as artes da navegar contra o vento com os E3b (arabes), tal como antes a agricultura com os G2A (agricultores do neolítico), a locomoção a cavalo e as hierarquias guerreiras com os R1a (guerreiros indo-europeus) , dizia eu, agora com o que aprenderam com os árabes lançavam-se de barco para terras nunca navegadas. Mantinham a tradição dos R1b: Observar, interagir com comércio e quando confrontados altamente violentos.  Muito para além dos Hitities, dos Troianos, Espartanos e Romanos, agora era o mundo o palco dos descendentes desses 200 do Tejo, agora chamados de Portugueses.

 

Atrás dos R1b portugueses foram os seus irmãos mais a norte. Espanha, França e Reino Unido. Hoje em dia encontramos a parte saliente desse pessoal do Tejo, após milhares de anos de choro atrás de choro, de filho atrás de filho,  nos Estados Unidos, sendo este o ultimo império dos Tejanos (R1b).

 

Incrível, não é?

 

 

 

 

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