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barradeferro

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Sabemos que não falo de alterações climáticas :-)

 

Mas por vezes não resisto. Muito mais agora que estão a surgir papers atrás de papers a falar do hiatus que há meia duzia de anos atrás era heresia falar. Agora as coisas estão mesmo a mudar.

 

Por exemplo,

Quando em 2007 a APS (American Phisics Society) divulgou o seu statement  sobre qual a posição da APS relativo a toda esta questão das alterações climáticas saiu assim:

 

“Emissions of greenhouse gases from human activities are changing the atmosphere in ways that affect the Earth's climate. Greenhouse gases include carbon dioxide as well as methane, nitrous oxide and other gases. They are emitted from fossil fuel combustion and a range of industrial and agricultural processes.

The evidence is incontrovertible: Global warming is occurring.

If no mitigating actions are taken, significant disruptions in the Earth’s physical and ecological systems, social systems, security and human health are likely to occur. We must reduce emissions of greenhouse gases beginning now.

Because the complexity of the climate makes accurate prediction difficult, the APS urges an enhanced effort to understand the effects of human activity on the Earth’s climate, and to provide the technological options for meeting the climate challenge in the near and longer terms. The APS also urges governments, universities, national laboratories and its membership to support policies and actions that will reduce the emission of greenhouse gases.”

 

Isto em 2007. Nestes últimos anos como sabemos as coisas mudaram bastante. Ver meu post anterior sobre o assunto.  O mais surpreendente é como não há verdadeiramente  penalizações para quem seja dos bons.  Este pessoal passa do é verde, é verde… este amarelo é mesmo bonito! Com uma impunidade descarada.

 

Poucos anos volvidos e tendo em conta que a APS tem que rever estes seus statements periodicamente este ano optou por realizar um workshop de físicos com cientistas climáticos como convidados para que estes ajudassem ao tal statemente que é como referi a posição oficial da sociedade de físicos nos EUA. Pasme-se… quem é que foi convidado?

 

Bill Collins, Ben Santer, Isaac Held, ---  Richard Lindzen (o horrendo denier original aquele que não pode ser morto nem com uma estaca no coração), John Christy (o Denier  responsável pela leitura de dados dos satélites climáticos e que não consegue que ninguém o enfrente) e  Judith Curry ( aquela que não deve ser mencionada porque até eles, alarmistas, disseram que ela era aquela que mais percebia do assunto).

 

É mesmo caso para dizer…. What the F**ck!

 

http://www.aps.org/policy/statements/upload/climate-review-bios.pdf

E podem ler as respostas de Judith Curry às perguntas. O mais importante são as próprias perguntas que lhes fizeram… cépticas, cépticas!

http://curryja.files.wordpress.com/2014/02/jc-aps.pdf

 

Interessante há dias no ‘Insurgente  a referência à distribuição remuneratória que sustenta a colecta liquida do IRS.  

http://oinsurgente.org/2014/02/21/versao-simplificada-do-orcamento-de-estado-para-2014/

 

Essencialmente aquilo que já se sabia:

Ou seja, 65% dos portugueses não paga IRS.

90% Todos juntos representam 30% das receitas.

10% Dos contribuintes portugueses pagam os restantes 70%.

Sendo que 5% dos contribuintes pagam quase 60%.

 

E neste sentido é curioso o modo como funciona a mente das pessoas. Há quem olhe para estes números e instintivamente (e já tive várias experiencias) pense - Que desigualdade! Lá está que a riqueza está mal distribuída. Temos de a dividir ainda melhor. Ou, quem me dera a mim pagar 50% de IRS porque significava que ganhava muito bem…

 

Aquilo que me deixa sempre curioso sobre esta perspectiva é que ela só faz sentido se os rendimentos das pessoas resultar da sorte. Se houver uma tômbola redonda a rodar e a definir o ordenado das pessoas.

 

Por outro lado, a esmagadora maioria das pessoas, quando aborda esta questão tem a curiosa conveniência de não estar a falar de si próprias. Quando falo com as pessoas que se insurgem com tanta desigualdade acho curioso que se estejam a referir a pegar nos recursos de quem tem mais que eles e distribuir por quem tem menos que eles. Mas o eles está sempre fora da equação (e na maioria bem ganham muito mais do que os 700 de ordenado médio em Portugal). Que bonzinhos que são.

 

No fundo não é muito diferente do roubar alguém. E já se sabe quando se estuda criminosos que estes têm sempre uma desculpa que essencialmente culpa a vítima.  Tal como a história dos One Percenters que são uns ladrões que comem tudo. Uns inúteis de Wall street que vivem de truque financeiros. Tem sempre que haver uma justificação moral ….

 

Mesmo indo à sociedade mais liberal, a americana e analisando os onepercenters a imagem do parasita que vive de dividendos, do capital(!), é destruída sem grande dificuldade. Não os onepercenters não são banqueiros e CEOs de companhia financeiras que se pagam fortunas milionárias e que por isso estará ali uma quantidade enorme de capital que se fosse taxado aliava as condições de vida dos mais desfavorecidos (e aqui já se serviram de um shot de endorfinas) .

Pois as análises feitas aos rendimentos desta gente mostra que os onepercenters são essencialmente self-made mans, donos de empresas não financeiras (30%), Médicos (14%) , pessoas do mundo financeiro (13%) e advogados (8%).  Mesmo indo aos super, super ricos , ou seja os 0,1% dos rendimentos, temos 41% de business mans e 18% da finança… e o resto será atletas e celebridades que adoram negar que são sequer os onepercenters (como o Michael Moore)  e sempre que podem adoram mais um shot de endorfinas ao postular algo moralmente superior e contra os malandros de wall street.

 

 

 

 

Mas quem é esta gente? - Será que é gente que teve uma educação privilegiada? Será que são pessoas que gozam de uma rede de apoio que lhes permite continuar a perpetuar privilégios… só pode (!).

 Pois, não é verdade(!). –  São no essencial genes, genética,  alelos e SPNs na expressão genética.  Não é nem uma questão de cultura, nem uma questão de meritocracia. No essencial está na linhagem, está nos genes.  Ter antepassados de status social baixo irá ser uma força primária e muito potente contra a sua própria mobilidade social.  E o facto deste meu último parágrafo ser chocante para muitas pessoas hoje em dia, quando era um facto aceite ainda não há muito tempo,   é um excelente indicador de como o pessoal anda socialmente, e perigosamente , a navegar na maionese!

 

Mas deixem-me explicar: Greg clark é professor da universidade de califórnia (Davis) e é o autor de The Son Also Rises: Surnames and the History of Social Mobility.  Em mobilidade social nos últimos 1000 anos ele é provavelmente a maior autoridade.   E Ao longo dos anos tem demonstrado que a mobilidade social é no essencial um fenómeno extremamente lento,  concretizando-se em  escala de séculos e não de décadas. E demonstra que isso era tão verdadeiro à 500 anos atrás como agora.  E as análises feitas por investigadores de Harvard e Berkeley percorreram verdadeiramente o planeta numa imensidão de dados, desde os EUA, Europa, do sul e norte, América do sul, médio oriente, China, Índia, etc.  E quando se olha para os dados, em escalas de séculos e para o status social das pessoas se perceber de forma clara que a mobilidade social é uma coisa muito, mas muito vagarosa tanto no passado como no presente. 

 

E nada parece resultar: Capitalismo, democracia,  educação publica e obrigatória, emancipação feminina, redistribuição da riqueza (como na suécia) ou até revoluções sócio-culturais como na china de Mao.  Nada, nada, altera este facto.

 Ao final do “dia”, o status social de alguém pode ser medido no essencial por saber quem era o pai, o avô , bisavô…  e faça no essencial o que fizermos ele vai regredir à sua própria média.   Evidente que status sociais desaparecem e novos surgem. Mas é tudo muito lento, em média sendo oscilações de cerca de 15 gerações (350 anos).

Felizmente nas sociedades capitalistas toda a gente pode suceder.  Sorte, esforço e mérito pode elevar o status sócio-económico de qualquer pessoa. Contudo, as características de perseverança, resiliência no fracasso, desconto exponencial do futuro versus hiperbólico (present bias) , etc, são essencialmente hereditárias e altamente correlacionados à sua linhagem patriarcal (apelidos). E não se iludam. Vá à Suécia e após um século de fomento do igualitarismo está lá, como está nos EUA ou na china (mesmo após Mao) onde 13 apelidos estão altamente sobre representados no sucesso.

A correlação de crianças adoptadas no resultado das suas vidas com os seus pais biológicos e não com os seus pais adoptivos é clara. E até a correlação como progenitores adoptivos no QI demonstrado enquanto são crianças desaparece ao chegarem à idade adulta.

 

 Assim, e ao final do dia, ter sucesso Socioeconómico é uma característica que algumas pessoas possuem como traço em grande parte genético, tanto como por exemplo alguns têm para o futebol ou outros tem para a desenho. Uns até vão dar em Cristiano Ronaldo e outros em Paula Rego.  Duvido é que houvesse cada um deles se o Cristiano tivesse que ter continuado a jogar no clube da Madeira ou que todos os trabalhos de pintura tivessem um preço médio fixado por alguém.

 

 

 

É por isso estranho este mundo em que se vive marcado por um entitlement por parte daqueles que não pagam sequer impostos sobre aqueles que no essencial alavancam os países e as suas estruturas económicas (têm sempre opção de ir para a Coreia do Norte).  E isso é estranho. Devíamos antes fomentar, apoiar e valorizar os elementos da nossa sociedade que possuam essas características tanto quanto o fazemos aos futebolistas que demonstram talento. Devemos sentir orgulho em fazer parte das suas equipas, devemos entender o seu papel e não nos sentirmos em nada diminuídos pelo sucesso que alcançam. Ao final do dia queremos ser felizes ou ricos? É que uma coisa não me parece que tenha necessariamente a ver com a outra. 

 

Claro que primeiro temos que eliminar a inveja.  E isso sabemos nós que é difícil. Muito mais para os portugueses, não é?

Pois sendo que esquerda é Inveja e Schadenfreude é importante ir dizendo... menos, menos!

 

16 Fev, 2014

O truque

 

 

E por se falar de socialismo teremos de falar do que já comentei noutro post, que é como se passa do -  é verde!, é verde!, é verde!... Este amarelo é muito bonito não é?

 

Politicamente imagino que aconteça o mesmo entre os portugueses e o PS.  É necessário lembrar que o povo português é socialista. Umas vezes mais, outras menos.  Sendo assim existe um sossego na alma portuguesa quando os socialistas estão no poder. Eu encaro isso com normalidade. Uma normalidade infantil.

 

Mas desta vez vou tentar ver como é que o truque é feito para ver se aprendo.

 

Não nos iludamos – Tenho alguma admiração pelos políticos. Porque são tão inteligentes que permitem que o povo em geral os considere estúpidos, néscios ou de alguma forma ineptos para tomar qualquer decisão. Isto é sinal de inteligência. - Aliás contrasta com tantos comentadores nos media que são meeesssmmmmo inteligentes.

 

Voltando ao truque.  O truque do PS que resulta no contexto do mecanismo acima descrito (este à escala portuguesa)  é fazer um congresso e substituir o actual líder pelo Tony Costa.  O Tony cala-se (como PPC antes de ganhar) e de forma natural o verde passa a amarelo é mesmo bonito, não é?

Paralelamente poderão todos observar o modo como o PS domina a imprensa em Portugal.  O truque só resultará com a conivência dos media que terão que não fazer qualquer ponte entre o PS do ToZé e do PS do Tony! Mas isso já sabemos que é garantido, não é?

 

Duas questões de interesse. A primeira é como é que vão correr com o tozé. Não sou um politólogo logo não sei se já está atrasado ou o truque resulta sempre e nem é necessário muito tempo. Talvez tenha a ver com as europeias. Estrategicamente espera-se que o PS tenha um mau resultado para substituir o actual líder. Provavelmente, o truque parta do facto de qualquer que seja o resultado, aparte de uma votação que indicie maioria absoluta, não ser suficiente para salvar o líder e levar à indignação e sua substituição. Logo após as europeias vamos ver os Pedro Adão e Silva, as Constança Cunha e sá, Pedro marques (sim, sei que é do PSD – pois abelha, vai perceber que Roma não paga) a malhar no tozé. No fundo a cada um o seu papel e quem aposta comigo que o Adão e Silva vai sair do armário e assumir a sua posição de político no PS no prazo de algo como um ano?

Contudo, além da arraia-miúda acima referida teremos que ter pesos pesados.  De Jaime gama a Henrique Neto, etc, na certeza que o mais fácil será soprar aos ouvidos do Mário Soares e lá vai ele a achar que foi ideia dele… Coitado do velho.

E a segunda é que Interessa particularmente perceber até que ponto o povo português é assim. Sim, assim venezuelano.   Porque isto tudo vai ter que ser feito com uma celeridade que não a normal e tenho para mim a certeza que na maioria dos países mais desenvolvidos, democraticamente, não seria conseguido - No way! A distância entre as elites (no caso do PS) e o povo votante tem que ser muito grande. Uns têm que ser muito inteligentes e os outros muito estúpidos.

 

E a prova disto é que não estou mesmo (e posso estar errado) a ver o ToZé a ir às legislativas. Not  a chance in hell! E acho que toda a gente sabe (até ele) e não me dizem!

 

 

E pegando no post anterior uma pequena nota.

Entender o facto que as pessoas de direita são mais dadas aos princípios e as de esquerda mais às causas tem muito a ver com seguinte.

Tem a ver com o “me” e com o “I”. As pessoas de direita são “me” e as pessoas de esquerda são “I”.

O me é narrativo, é o modo como  “construction of narratives that weave together the threads of temporally disparate experiences into a cohesive fabric”. O me é o modo como eu me construo subjectivamente, é o eu narrativo. E não é uma coincidência que este eu narrativo, este eu que tem passado e não só presente, esteja alicerçado, em grande parte, no VMPFC e na Amygdala. Ou seja no AOV da direita.

Num interessante estudo de  Farb et al, Attending to the present: mindfulness meditation reveals distinct neural modes of self-reference  isto é-nos explicado.

Neste estudo Farb demonstra como se desloca alguém deste “me” para o I, mostrando as activações da Insula e do DLPFC (do tal IAD da esquerda). Pegando nas pessoas e obrigando-as a treinar mindfullness, assim como Ioga, assistiu-se a esse abandonar do eu referencial para o eu presencial e do momento, mais interoceptivo.  

 

Pensando sobre o assunto, na verdade, basta fumar canábis que vai dar ao mesmo resultado.  Parece que em certos estados dos EUA já estão a ir por esta via.  Ainda vamos chegar ao ponto em que vai ser obrigatório antes de ir para escola os miúdos fumarem uma ganza…!

 

 

 

 

 

 

Ainda a iniquidade…

Um estudo interessante de Michael Kraus, publicado no PLOS ONE a 21 de Janeiro deste ano, demonstra que os republicanos têm princípios. E ter princípios significa que a realidade não é aferida com base no felling facultado pelo indicador no umbigo. O estudo é sobre o apoio à meritocracia e ao apoio a esta mesmo que crie iniquidade.

Os congressistas republicanos suportam medidas legislativas que assentem em meritocracia mesmo que leve a iniquidade qualquer que seja o seu próprio estrato social. Já os democratas, a coisa varia conforme o estatuto ou estrato social do democrata. Quem menos tem apoia veemente medidas legislativas que levem à redução da iniquidade, mas a coisa vai mudando, e muito, conforme o congressista democrata for mais abastado.  – Aquela coisa que quem não é de esquerda sabe e o Paulo Portas disse sobre os socialistas : que são muito bons a gastar o dinheiro dos outros.

 

 

Noblesse Oblige? Social Status and Economic Inequality Maintenance among Politicians 

 

 

E o igualitarismo tem um outro nome – Insucesso.

Atenção! - Se a preferência for pelo igualitarismo ao invés do sucesso não tem problema. Tem é que ser assumido. Na Coreia do Norte está assumido.

 

Contudo existem lições simples, simples, que estranhamente são muito difíceis de ser aprendidas.

 

Aparentemente todas as pessoas, grupos, fenótipos, países, etc que tem sucesso partilham 3 características: Sentimento de superioridade, Insegurança e controlo do impulso (controlo do Hyperbolic discounting ou present bias).

 

Amy Chua, aquela que escreveu Tiger Moms , sobre o modo como os asiáticos educam os filhos para o sucesso e o ocidentais para o insucesso volta a falar sobre o assunto num livro. Naturalmente com mais cuidado que isto de ofender o fascismo cultural de esquerda e a brigada Political Correctness  no ocidente tem custos muito elevados. Desta vez ela tem mais cuidado. Mostra respeitinho e eles gostam apesar de não propriamente o conseguirem estender aos outros  - The Triple Package: How Three Unlikely Traits Explain the Rise and Fall of Cultural Groups in America.

 

São vários os estudos que nos demonstram que ter as características para ter sucesso, seja uma pessoa ou um país, tem a ver com a capacidade de determinado grupo, muçulmano, mórmon, cristão , branco, negro , às cores e às bolinhas consiga conjecturar, confeccionar sobre si próprios (in group/loyalty). Todos eles têm que ter algo a provar.

 

Depois tem que considerar que não foi bom o suficiente. Tem que ter a capacidade de se medir sempre contra os expected outcomes do seu Orbifrontal Cortex – Essa é a insegurança: Porque fica sempre abaixo das expectativas que computou. Quem avalia pessoas de elevado potencial repara nesse pormenor. Auto-avaliam-se sempre muito por baixo. Nada do que fazem é verdadeiramente suficiente.

 

Por ultimo, quem tem sucesso tem pouca vida. A vida é simples. Não atendem telefonemas a toda a hora, não tem “coisas” que tem mesmo que fazer, tem uma vida muito frugal e muito pouco detalhada. Compare a vida de pessoas de sucesso e espanta-se como tem um hedonismo muito pequeno. Parecem ter um controlo incrível sobre os sabores e prazeres do dia-a-dia. Estão sempre mentalmente noutro lugar, sempre muito focadas.

 

Assim, formar pessoas para o sucesso, e porque não para o crescimento económico, é formar pessoas que tem uma auto-estima mais reduzida, que estão sempre stressadas por ser under-achivers e por não terem verdadeiramente atingido o objectivo.

Eu não faço isso aos meus filhos. Sou exigente. Mas trabalho muito a auto-estima. Prefiro assim, é o trade-off. Mas os meus filhos sabem o que é controlar a dopamina, sabem o que é desconto hiperbólico de ganhos futuros e sabem que os outros são os outros porque eles são medidos pelos padrões e critérios da família e não pelos da comunidade.

É mesmo assim. É deixar que criem identidades, ingroup, que lhes dê a sensação que têm mesmo que se esforçar, pese embora muitos à sua volta estejam entretidos a saborear, porque são especiais, porque são diferentes, porque são eles próprios. Diferentes das outras formigas e conseguem ignorar os exemplos das cigarras à sua volta.

 

Formar pessoas para o sucesso é ser exigente com os nossos filhos, é dizer que 99% não chega, é dizer que que nos sacrificamos para eles terem mais oportunidades, que a nossa vida é difícil e eles têm que fazer com que tenha valido a pena…. Eh pá! A onde? Em Portugal? Um pais que viveu da inflação, desvalorização da moeda, depois da divida, de endividar os filhos e para o fim até os netos e agora estão todos na reforma a gritar pelos direitos garantidos e a palavrear das 20 às 24 horas em todos os canais de televisão? -  Não, não me parece que tenhamos muitas hipóteses. Aliás, acho que nem na europa se encontra esse milleu necessário ao sucesso. É a fatalidade da mobilidade (social mobility) que agora parece que é a vez dos outros.

 

 

 

 

 

A Maria Rebelo chama a minha atenção para papers interessantes. O último era sobre o igualitarismo (tendência vincada de) por parte de populações Caçadoras-Recolectoras (Wealth Transmission and Inequality Among Hunter-Gatherers) . Muito a propósito, o tema da iniquidade está na ordem do dia. - Ordem do dia aparentemente é sempre que o presidente Obama necessita de desviar a atenção de algum assunto que lhe seja incómodo. Alastra como fogo em palha seca. Assim mais ao menos como o Chavez fazia com a imprensa na Venezuela ou Putin com a imprensa que controla. Não é muito diferente. Mas neste caso é voluntário.

 

Já tinha intenção e escrever sobre esta temática faz algum tempo. Considero que o tema da igualdade económica será talvez o momento pivot da história das sociedades Ocidentais. Vai ser aqui que vai partir. Vai ser aqui que vai tudo quebrar.   Penso que terá sido um longo processo até este momento e agora está no momento crítico. A esquerda foi passo ante passo até aqui chegar. Aconteça o que acontecer será obra sua (o bom ou mau).

 

Mas primeiro deixem-me clarificar algo. O mundo em que vivemos (essencialmente todas as sociedades neste nosso planeta, fora alguns aberrações que por aí surgem) são mundos criados à Imagem de pessoas de direita. Não existem sociedades (pelo menos não funcionais e de longa duração) de esquerda. A Esquerda habita o mundo concebido pelas e para as pessoas de direita. E aceito e considero mais que legitimo que a esquerda se organizasse e formasse nódulos, núcleos e grupos, tribos ou social groups de esquerda e vivesse o postular do que quer que fosse que é característica comum … mas a verdade é que não o faz! A esquerda habita mundos de direita e procura influenciar, dobrar e moldar o que consegue de forma a ser mais confortável psicologicamente para si. Mas não vive nos seus próprios mundos (fora algumas experiencia que acabam mal e de são civilizacionalmente de muito, mas muito pouca duração). Novamente gostaria de deixar claro o porquê desse facto! -  P O R Q U E a esquerda não possui valores ético-Morais que sejam binding mas meramente opera valores que são prescritivos e normativos como Harm/care e Fainess/inequality.  Outra vez, …Repetindo…porque a esquerda não existe enquanto value theory porque nunca é uma realidade observada, empiricamente analisada como característica de determinado fenótipo dentro da generalidade das sociedades de direita. A esquerda não existe! A esquerda é uma abstracção sobre a realidade. A esquerda é pouco mais que a casa dos segredos.

 

 Outra vez (!), a esquerda é uma abstracção que certas pessoas que vivem profundamente confortáveis entre a Insula, Anterior Cingulate Cortex e Dorsolateral Prefrontal Cortex (que é legitimo) criam, isto num tempo e era em que que se valoriza muito a produção de conteúdos fortemente alicerçados em abstracção (muito devido aos media) no essência completamente alheada da consciência colectiva, no sentido dado por Émile Durkheim por exemplo em Division of Labour in Society, menosprezando tudo o que seja Social fact .

Uuff. Ok!

 

Querem factos sociais relativo a iniquidade?

 

 A desigualdade económica tem a ver com a igualdade sexual entre os géneros que leva a  … Marry Your Like: Assortative Mating and Income Inequality  (Greenwood et al).   O que querem fazer? Querem impedir o médico de casar com a médica? Querem obriga-lo a casar com a enfermeira ou com a auxiliar? É isso?

 

Iniquidade tem a ver com a destruição da família como valor e pobre, pobre são as famílias monoparentais.  “where is the land of opportunity? the geography of intergenerational mobility in the united states (Raj Chetty  et al) -  Que querem fazer?  Querem impedir as pessoas de se divorciarem? Querem perseguir os homens que se separam das mulheres e obriga-los a voltar para casa. Querem proibir sexo antes do casamento?  É isso?

 

 

 A iniquidade tem a ver com o white flight, que é quem diz o direito que cada um de nós tem de tentar viver onde mais confortável se sentir , que será traduzido pelo modo como as pessoas procuram viver junto de pessoas que sejam parecidas consigo próprias ( como nos fenómenos de white Flight - A REALIDADE É UMA “BITCH” no http://barradeferro.blogs.sapo.pt/6497.html). Que querem fazer? Obrigar as pessoas a viver em áreas específicas por quotas? É isso?

 

A desigualdade tem outra face. A liberdade.

Quem se quer oferecer para ser escravo que se chegue à frente.

 

O Escuro Homem de La Braña.

 

 

Isto dos papers que dão que falar.

Por último temos a história que apareceu na imprensa sobre a sequenciação genética de um individuo que viveu há 7,000 anos atrás, o homem de La Braña, e que era representativo dos caçadores recolectores que viviam na europa há milhares de anos e durante muitos milhares de anos, no paleolítico, antes da chegada do neolítico e a o advento da agricultura. A notícia foi que ele teria a pele escura e os olhos azuis – Logo caçadores recolectores na Europa  teriam estas características.

La braña tem mais ou menos a Idade de Otzi, o homem do gelo dos alpes (6000 anos) e este agricultor descendente do pessoal vindo da Anatólia já era branco.  

Lembrar que hoje em dia na europa já nem La braña nem Otzi por estas partes andam. Na Europa Ocidental somos essencialmente os tais R1b com menores percentagens de outros haplogrupos genéticos  e mais para leste existe uma prevalência  por exemplo de R1a. Ora, como já expliquei no meu post sobre os R1b, Otzi era G2a vindo da Anatólia e hoje essa descendência é parca na europa, assim como o homem de La Braña com a sua pele escura e os olhos azuis era do Y haplogroup C que já nem existe mesmo. Os R1b e R1a já eram brancos. No entanto o load genético deste colectivo todo também faz parte de nós. Lembrar o meu post mais abaixo com a imagem (borrão?) de cores (A beleza da Elevada Diversidade Humana (EDH)). Nós somos o reflexo destes seres (Hyperboreans) , dos agricultores do neolítico  e  de uma outra componente asiática, Kurgan, vinda do Mar negro e cáspio. A mistura ANE (ancient North Eurosian) – WHG (western Hunter Gatherer) – EEF (Early European farmers)

 

Mas vamos voltar a esta questão. Tudo isto tem a ver com o alelo (gene)  SLC24A5 que é o um gene com efeito no branquear a cor da pele nos europeus. Mas não nos asiáticos.

Este gene será responsável por algo como 50% da cor branca dos europeus. Muita gente acha que determinada característica é derivada de um determinado gene mas a verdade é que são necessários vários genes para cada fenótipo. Na cor da pele são poucos, na inteligência são inúmeros. Este gene está fixo e dá a cor mesmo branca aos europeus. O Tal cavalheiro de La Braña não era branco mas não se sabe quão escuro ele era.   Existem muitos tons e pele. Muito provavelmente teria a cor semelhante á de um indiano (por aí).

 

O problema com esta questão, deste gene SLC24A5,  é que é necessário cuidado ao abordar a sua função devido a sensibilidades raciais. Como vivemos num mundo PC (politic correctness) está escrito em pedra que a história por detrás deste gene é que ele se deve a uma adaptação, muito rápida,  porque a cor branca dos europeus tem muito pouco tempo, para melhor sintetizar a vitamina D em regiões mais a norte do planeta onde os raios UV são mais escassos. Podemos verificar que realmente a fixação deste gene acompanha esse movimento para Norte.

 

Ser totalmente branco é um fenómeno muito recente e é indubitavelmente o gene mais positivamente seleccionado pela natureza na história recente. Fica só a referência para dar algum apoio moral a aqueles que passam a vida a ouvir dizer que no futuro vamos ser todos mestiços… não se a natureza levar a dela adiante e se continuar a seleccionar positivamente o SLC24A5. Se calhar vamos é ser todos brancos. É só dar mais uns 5000 anos e ouvidos aos médicos que nos mandam fugir do sol!

 

 

02 Fev, 2014

NEANDERTAIS EM NÓS

 

Não que pretenda fazer deste blog um blog sobre genética, a verdade é que alguns papers de paleo-genética chegaram aos media. Não que sejam ground breaking, mas já agora convém aborda-los. Vamos colocar estes assuntos cronologicamente. Primeiro sobre os neandertais e depois sobre o SLC24A5, o gene que faz os europeus brancos (mas não os asiáticos).

 

Neandertais  em nós  -    A não ser que se seja africano puro,  haverá em cada um de nós um bocado de Neandertal. Ou seja todos temos alguns alelos no nosso ADN que vieram da miscigenação entre homo sapiens e Neandertais.  Em média os europeus e os habitantes  da asia ocidental  e central  tem cerca de 1-3% do seu load genético vindo dos homens de Neandertal .  Contudo este valor varia muito entre pessoas, tendo uns mais de que outros, e curiosamente as pessoas da asia mais do que os europeus… o que é estranho visto que não se conhece uma presença dos Neandertais nessas regiões (sendo portanto de uma migração posterior).  Desta forma e 30 mil anos após se terem extinguido existe um legado desta espécie em nós.

A verdade é que o cruzamento entre estas duas espécies roça a esterilidade e o falhanço biológico completo, daí que só tenham sobrado esta percentagem reduzida no nosso load genético, sendo todo o resto claramente deletério, e que a evolução natural se encarregou de eliminar. Vários destes genes Neandertal parecem estão relacionados com fertilidade e algumas doenças… Como por exemplo diabetes do tipo II, lúpus e até propensão para fumar (!).  Mas como ainda não sabemos pormenorizadamente as funções destes genes teremos que aguardar.

Uma coisa será certa, a selecção natural privilegiou alguns destes genes nos europeus e West asians. Contudo existem longas sequencias de ADN completamente desprovidas de qualquer alelos Neandertal  como por exemplo na produção de esperma  significando que este híbridos masculinos teriam uma fertilidade menor ou mesmo estéreis. Ou à volta do FOXP2 (linguagem) levando a crer que não eram muito proficientes na linguagem.

Também se encontram estes genes associados a patologias psicológicas como a depressão,  e associado, mais que tudo o resto, à pele e cabelo - poderá ter sido assim que perdemos a carapinha…  Pela minha parte. Thanks dude!

 

Outro dos genes que no passado se associou aos neandertais é o DRD4 7R. Este dopamine receptor no 7 repeat,  terá sido herdado deles, e está muito associado à impulsividade, ao ADHD (Attention deficit hyperactivity disorder )  e , na minha opinião,  a quem vota na extrema esquerda. Mas isso era outra conversa.