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A esquerda não consegue antecipar perigos. Faze-lo é gerar expected outcomes de forma inata e claramente isso não é natural a quem é de esquerda. Esta para, olha para o que está à sua volta e decifra inconformidades. São coisas diferentes, são processos cognitivos que seguem caminhos neuronais (pathways) bastante dissimilares quando não antagonistas. Ou és carne ou és peixe.
A europa tem um problema (sempre teve) no que concerne ao seu futuro: Chama-se esquerda. Tem uma vantagem em relação ao seu presente: Chama-se Esquerda (sim, não é erro). Agora que tem outro ainda, se fosse possível gostaria de explicar este novo perigo (ou problema) às pessoas de esquerda para que não achem que quando “lá chegarem” logo resolvem o assunto...
A europa tem um problema com o Islão (a seguir noutro post falarei sobre o problema com os islamitas). A europa é secular (eu sou) porque ao longo dos anos foi (relativamente) fácil ver-se livre da intromissão da religão nos “affairs” terrenos. As religiões cristãs são demasiado esotéricas e abstratamente entretidas consigo próprias e com os seus cânones para verdadeiramente se intrometer na gestão diária dos seus seguidores. Não é o caso do Islão. O islão é normativo. Descreve em demasiado detalho o "que é" e o que "tem de ser". Tudo no islão é moralidade normativa e pouco é moralidade (ou realidade) descritiva. A moralidade descritiva é sinal de maturidade (normativa vs descritiva tenho um post algures). A Moralidade normativa é o sinal da idade média.
É tanto mais funcional uma sociedade ou grupo de pessoas quanto mais “normas” descritivas (que não são lei!) houver e que guiem e encopassem a vida das pessoas. São as tradições e convenções, sim e porque não muitas vezes até preconceitos, que a esquerda detesta e desafia a toda a hora sem verdadeiramente ter noção das consequências. São as coisas que as pessoas “saibam” que deve ser assim (dando espaço à ligeira discordância visto a penalização ser meramente a proscrição da imagem no grupo) e não coisas que as pessoas tenham necessariamente que cumprir sob ameaça de severas penalizações no contexto do “norm violation” puro e duro.
Quando a esquerda (ou o Islão mesmo sendo estes conservadores) destrói um cânone ocidental (mesmo que preconceito) abre a porta a praticas diferentes e multiculturais que curiosamente nunca são relativas ou particularmente adaptaveis.
Alguém gostou da inquisição? – Pois o Islão aponta sempre para a excomunhão, para o apostata, para a conversão ou penalização severa. E estas punições estão perfeitamente, longa e deliciosamente descritas em detalhe de como e quando devem ser aplicadas. Escravidão de mulheres e crianças, concubinato forçado, decapitações e afins estão perfeitamente enquadradas e justificadas. Basta ler o livro,” the Damm book they read all the time”. No islão não há não praticante… como não há vegetarianos não praticantes.
O islão descreve em detalhe o “como tem que ser” e quando assim acontece não há muita manobra para se relativizar como por exemplo na religião crista. Para o islão o inimigo não é o Cristão… é o Agnóstico e o ateu. A europa e feita de seculares, de agnósticos e ateus. Estes tem duas hipóteses. Ou se convertem (mesmo que seja ao Cristianismo) ou a morte. O Cristão só tem que se submeter, aceitar a superioridade do Islão e …. Pagar a coima, o jizya. - Estão a ver o que é ter uma minoria a viver na europa, na europa rica, que acha que tem todo o direito do mundo e o direito divino (e tem de acordo com a sua religião) de pedir a todos os cristãos que lhes paguem um subsídio, um rendimento mínimo garantido? É pior do que ter uma mesma minoria (comunistas) que acharam que tinham todo o direito do mundo aos recursos e propriedade de terceiros em nome da igualdade. Estes novos engenheiros sociais acham que tem todos esses mesmos direitos porque assim está escrito numa panóplia enorme de normas que regem a vida de todos no mundo chamado de Corão.
E nada é deixado verdadeiramente ao acaso. Os muçulmanos não são pessoas que nascem “más”. Não são seres humanos distintos dos outros, ansiosos por matar inocentes. Se lhes perguntarem, na esmagadora maioria (como em qualquer lugar) irão sentir o desconforto e a dissonância cognitiva que resulta de atos que por norma os humanos tem como inerente à sua natureza ser avessos (ex. matar).
Mas perguntem-lhes por essa europa se…. Querem a implementação da sharia (?) – Não, essa é enganadora (pese embora fiquemos sempre surpreendidos) perguntem sim se um muçulmano devia viver sob a égide do Corão (que descreve ao detalhe essa vivencia), perguntem se concordam que quem não é praticante de religião é infidel, Perguntem se deve existir um califado e perguntem se não é o dever sagrado (baya’a) de qualquer muçulmano ajudar a implementar o novo califado (o oitavo) e jurar-lhe obediência acima de tudo o resto, perguntem se todo o mundo não deve em algum ponto no futuro estar sob dominio do islão e… não existirá a mínima hipótese de ele dizer que não. Coitado nem saberá como responder para não se entalar. E por muito boa pessoa que ele seja, este é o veiculo da sua vivencia na terra e quando tiver que ser não terá outra hipótese que não seja aderir aos comandos que receber.
Não há vegetarianos não praticantes. E o esforço de não chamar Estado Islâmico mas sim Daesh é exatamente pelo facto de assim que houver um califado (estado islâmico) os muçulmanos ainda mais obrigados à sharia estão (que não existe desde a queda final do império otomano). – O estado islâmico é como passar do comunismo como conceito para o comunismo após a revolução de 1917.
O mais parecido com o que estamos a viver na europa agora foi o imperialismo soviético e o islão deve ser analisado à mesma luz como o comunismo foi á luz kantiana e no contexto do Corão comunista redigido por Karl Marx. O islão, na parte que nos concerne, não é uma religião é um projeto de vida.
Simples, simples é perceber que o problema da europa com o islão é igual ao problema que a europa teve com o comunismo soviético.
E hoje em dia há comunistas que no essencial são meramente religiosos... o que resta saber, como no caso dos jihadistas, é como se vão comportar no dia em existirem grupos armados para novamente implementar revoluções finais do proletariado. Convém lembrar que até há muito pouco tempo os "terroristas" das FARC eram convidados às festas do Avante. - Pois é!