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barradeferro

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21 Nov, 2020

A Quarta

José Manuel Fernandes (observador) escreveu….

Diz-se que a França tem a direita mais estúpida do mundo. É mentira. A direita portuguesa é pior. A começar por não perceber o essencial: convém sair da bolha e escutar o que os eleitores têm a dizer.

Eu não concordo.  Portugal não tem direita!

A ironia matou. A ironia de uma Direita que só tem sucesso se falar esquerdalhês  (logo não existe verdadeiramente) devia fazer toda a gente pensar.

Não vou escrever banalidades sobre os cânones da direita, ou catálogos de autores de referencia que uns mais outros menos já lemos. Mas meramente lembrar que direita é gostar de nós pelo que fomos, pelo que somos e pelo que queremos ser. – Os três tempos são indissociáveis. – Acreditam que alguma destas coisas é relevante para os tugas?

 

Muito devido ao 25 de Abril, com a tomada de poder pela esquerda, toda a linguagem permitida, todas a narrativas, histórias, perspetivas não fogem do Care/harm/fainess/JusticeCare/harm/fainess/JusticeCare/harm/fainess/Justice.

Nem é permitido outro tipo de língua, expressão, de qualquer pilar moral que não seja estes dois. Basta ler a linguagem jornalística, a linguagem da opinião escrita e televisiva. Quando é que ouviu, mesmo opinion makers atribuídos à direita, a falar na TV sem ser através do encapsular numa narrativa daqueles pilares morais acima mencionados e que são os únicos que a esquerda possui?  Nunca. Curiosamente nem soa bem em televisão hoje em dia.
Marques Mendes, Marcelo, Paulo Portas, etc, etc.  Falam direitês à mesa de casa mas o seu sucesso televisivo deve-se ao facto de ser fluentes em Esquerdalhês.

Mas passemos aos descritivos, aqueles que não resultam de uma prescrição universalista (não matarás, não roubarás, etc) e que só as pessoas da direita possuem (Jonathan Haidt).

Mas que resta em Portugal do que é descritivo, que bind and blind, e que nós portugueses valorizamos?  Nada! Por isso só falamos de futebol e do hedonismo do momento: Festivais de música, festivais de comida… festivais, festivais.

O Ponto é: Loyalty/betrayal , Authority/subversion,  Sanctity/degradation são coisas que cada povo à sua maneira cria, desenha e convenciona. Passa a ser o “é assim porque sim”. Sem isto não tens verdadeiramente um país, não por muito tempo.
E ao contrário dos prescritivos e universalistas estas convenções, convénios descritivos, não devem ser lavrados, tanto quanto possível, em a lei. Deve ser a lei da terra, de preferência não escrita!  - Quanto mais leis escreves mais estás a enterrar o futuro do teu país. Estranho, não é?
A direita é suposta ser a representante desse continuum passado-presente-futuro. Pelo menos deveria ser a cola. Em Portugal não é. Em Portugal não existe.

JMF escreve, “convém sair da bolha e escutar o que os eleitores têm a dizer” ? ...Em Portugal? Não o podes fazer porque passas imediatamente a populista de extrema direita. Deves é fazer leis a dizer aos eleitores o que podem dizer, o que devem pensar, o que devem ser, naturalmente desde que em esquerdalhês.

FCE - Fascismo Cultural de Esquerda.  
Este é o antigo regime que tem que acabar. Quarta república? Porque não?

 

O Bom

Sobre André Ventura?

....Hush Children! Hush.

 

... O Mau

Explicar a este fulano que não há pachorra para o aturar, a eles e aos idiotas do costume, provavelmente amigos dele (como Agir) …

Tão chocado que ele está com a campanha da Dodot? …. Como se tudo o que ele fizesse na vida não fosse promover a marca “eu”.  Sim, mesmo que dê um concerto gratuito está a promover e a fazer marketing da marca “eu” , se der percentagem da venda dos temas da sua autoria não o faz em segredo e sem ninguém saber o que significa que está a promover o “eu”, etc, etc.   Já, por outro lado, não vejo me lembro de nenhuma indignação quando marcas como a EDP ou BP se promovem como se fossem arautos de uma economia sem pegada de carbono… O que interessa é se está dentro do kayfabe. E a equipa de Marketing da Procter & Gamble Portugal não foi “woke enough”. 

Kayfabe:

“In professional wrestling, kayfabe /ˈkeɪfeɪb/ (also called work or worked), as a noun, is the portrayal of staged events within the industry as "real" or "true", specifically the portrayal of competition, rivalries, and relationships between participants as being genuine and not staged. The term kayfabe has evolved to also become a code word of sorts for maintaining this "reality" within the direct or indirect presence of the general public.[1]

                                              Diogo Piçarra…  estás só a aproveitar o kayfabe, és um fake.

...E o Vilão 

Já este, padece de outra doença.
Este mais a sua obsessão com o André Ventura já chateia.

Miguel Pinheiro é um Jotinha típico, embrulhado na paixão pelo PSD que encara tudo à direita e que retira votos ao PSD como uma ofensa lesa pátria… eh pá. Arranja outro hobby e assume de vez a tua vontade de ser deputado do PSD.

 

 

20 Nov, 2020

Lembrar...

Porque já lá está, há muito perdido no tempo, lembrar que este blog barradeferro se refere á barra de ferro que furou o cérebro do trabalhador ferroviário Phineas Cage.

Simplesmente para lembrar o caso original -  Ao destruir o VMPFC (Ventromedial prefrontal cortex) a barra de ferro que atravessou o cérebro dele transformou-o de um nice guy, trabalhador, respeitador e consciencioso em um pulha execrável. Tudo o resto estava igual. A não utilização do VMPD nos pathways preferências pelas pessoas de esquerda faz-lhes, não querendo gratuitamente ofender, globalmente exatamente o mesmo.

Convém ler as descrições das alterações da personalidade do homem para perceber que passou, fosse hoje, de um votante de direita para um votante do BE.

 

 

Já aqui falei do Glenn Greenwald, fundador do Intercept que representa aqueles Liberals que subitamente dá-lhes o “coming of age” e de repente já não gostam que os monstrinhos editorais e as práticas editoriais afinal também podem ter consequências para eles próprios.

https://barradeferro.blogs.sapo.pt/mil-vezes-a-culpa-que-uma-vez-vergonha-40352

 

Este tweet dele ainda há dias não deixa de ser revelador.

“None of what the press whined about regarding Trump -- mean tweets about Chuck Todd and Acosta, etc. -- were actual threats to press freedom. Obama's Espionage Act use was way worse.”

Lembrar que Obama, o belo, utilizou esta lei  para ir atrás de jornalistas da Fox, que Dinesh de souza foi preso político colocado na prisão durante um ano ( A única pessoa nos EUA a ir para a prisão por dar mais dinheiro a uma campanha do que é permitido. Ao invés de 12K deu 20K), Pessoas que doavam ao tea party passavama ter os negocios auditados pelo IRS várias vezes ao ano, etc, etc…Eu sei que vivemos no mundo do kayfabe e nesse mundo de idiotas de wrestling moral e politico, nada mais tem proporcionalidade da razão.  Nem me estou a queixar, nem é esse o meu ponto.

O meu ponto é: Não! pessoas como Greenwald não vão ter o privilégio de “ver a luz” e calmamente ir viver “ao nosso lado” para os colorado, Texas ou Alentejos desta vida.  O único arrependido que eu tolero é Dave Rubin do Rubin report e porque saltou fora muito antes dos outros e já levou porrada suficiente para 10 vidas esquerdoides.

A par com a premente necessidade de evidenciar a hipocrisia endógena da esquerda, a outra coisa que temos que deixar claro é que entendemos a mensagem de ódio e repulsa da esquerda e queremos distância sanitária destes guerreiros Esquerdoides. - Não, não podem passar a reforma junto a nós!

Já aqui escrevi sobre Eric Kaufmann, que na altura fui duro com ele, mas nos últimos 10 anos ele seguiu os factos da descoberta daquela altura e acabou a escrever livros importantíssimos como o whiteShift.

Na altura, ao trabalhar nos sensos do Reino Unido, ele descobriu que curiosamente eram as pessoas mais à esquerda as primeiras a fugir da tal diversidade que diziam gostar e a ir viver para os subúrbios brancos. Assim que a tal carrinha das mudanças com a multiculturalidade chega ao bairro onde vivem, rapidamente já não “feel it”, já estavam a precisar de alguma coisa diferente…. Era altura de fazer white flight.

Assim estão a ser estes senhores que na verdade foram os instigadores da nova onda de extrema esquerda americana que já estão a gostar das restrições impostas pelos seus modelos porque na verdade está a chegar á pele deles. No que me concerne. – Given them hell!

 

Sérgio Sousa Pinto, o Socialista acidental.

Desde Shreiber et al que sabemos que a esquerda activa a Insula instintivamente, que a Insula dispara para a ACC (anterior Cingulate Cortext) etc, etc.
E Cameron Carter (UC Davis Imaging Research Center) mostrou como a hipocrisia segue este caminho. Carter explica que ao atuar de forma em que a bota não bata com a perdigota, ou seja gera-se dissonâncias cognitivas, a esquerda com a sua hiperatividade da insula e ACC resolve essa dissonância e segue em frente com uma pinta de deixar-nos de queixo caído. Vulgo Hipocrisia.

Isto para falar de Sérgio Sousa Pinto (esse socialista anómalo) que tenho visto ser um verdadeiro terminator por esquerdoides armados em damas da virtude. Primeiro ao Daniel Oliveira num programa da SIC há umas semanas e ontem na RTP1.

Enquanto a direita, aprendendo com este socialista, não perceber que a única, a única, forma de luta contra a esquerda que interessa, e resulta, é chamar á pedra a sua hipocrisia sempre que ela for minimamente demonstrável, vai ser sempre inefetiva. Toda a outra linha argumentativa não tem qualquer impacto.

Aqui, nesta foto, cá temos o governador da Califórnia, Gavin Newson, o estado mais Liberal dos estados Unidos, o homem que impôs das medidas mais draconinas, fechando todo o tipo de negócios e mandou toda a gente para casa, no pico desse confinamento, aqui o vemos no aniversário de um amigo num restaurante de luxo em Napa.

 

Ver o pedido de desculpa dele é importante para perceber que esta gente quando confrontada com a sua hipocrisia não sabe mesmo como reagir. 

 

O cérebro de um esquerdoide ao ser confrontado com o auto-referencial, sente verdadeiro desconforto físico. Vamos aprender esta liçao?

a.Consegui ver partes da conferência de imprensa de Joe Biden.
b.E voltei a ver a primeira conferência de Trump como presidente-Elect.
c.E voltei a ver algumas das conferências de imprensa de Obama.

 

A velocidade com que a imprensa voltou ao registo Obama é de abismar. A velocidade com que voltou a era das perguntas que possuem a resposta incorporada (os republicanos maus…) após a era das perguntas a Trump, desde essa primeira conferencia de imprensa,  perguntas carregadas, loaded questions, cheias de insinuações…. É de a pessoa ficar de boca aberta sem comentários.

A questão deste meu post é só esta– As regras impostas pela Casa Branca em certa altura (2019) que os jornalistas só podiam fazer uma pergunta ao presidente, que tinham a obrigação de imediatamente devolver o microfone e que o “hard pass” dado a determinado jornalistas podia ser revogado e dado depois caso a caso, foi recebido com violenta reação desses mesmos meios de comunicação.  Contudo, só ao Jornalista da Playboy/CNN foi retirado a credencial e rapidamente devolvido. Mesmo Jim Acosta não cumprindo com as regras (muitas vezes recusando-se a calar ou devolver o microfone) não foi retirado o acesso. Durante os anos seguintes os jornalistas fizeram as perguntas mais inacreditáveis a Trump, chegando a coisas como “não se arrepende de ter mentido estes anos todos”, e mesmo assim foi mantido o acesso.

 Eu prevejo que na administração Biden a remoção de “hard pass” vai acontecer, e com uma frequência, não levando a qualquer tipo de indignação pela comunidade Jornalística nos EUA.  E muitas dessas perguntas incómodas vai vir de jornalistas da extrema esquerda, tanto quando de órgãos de comunicação mais próximos dos republicanos, no entando os "main stream media" irão considerar essas ocorrências de banir jornalistas da Casa Branca  como meros detalhes do dia a dia.

Querem uma apostinha?

16 Nov, 2020

Political Belief

Não é segredo que eu considero, aliás é o leitmotiv desde blog, que ser de esquerda ou de direita é essencialmente uma condição biológica.

Como tão bem demonstrado pelo estudo de Darren Schreiber et al 2013, se no nanossegundo de tomada de consciência o que dispara primeiro no teu cérebro é a INSULA és de esquerda, se for a AMYGDALA és de direita. Não há volta a dar. É assim nu e cru.

E tanto a Insula como a Amygdala possuem pathways neurológicos definidos, logo por exemplo o que define um esquerdoide é que a Insula passa a bola imediatamente para a ACC (Anterior Cingulate Cortex) e daí para o DLPFC. Os de Direita vai para o VMPFC... o resto está por aqui, algures, nos posts anteriores.

 E isso leva a este facto irrefutável de que as preferências politicas são algo que te são inatas, que tens como um sentir, um sentido, uma razão, uma forma de ver e vivenciar o mundo. Nada a fazer. É assim, nu e cru:

"Não há, na esmagadora maioria das pessoas, quaisquer ponderação elaborada, qualquer análise profunda ás politicas propostas ou evoluída conceptualização politica. O que há sim, é um sentir que o “meu tipo de pessoa” pertence àquele partido, O modo como eles daquele partido globalmente falam e descrevem o mundo é o apropriado à “minha espécie”.  - The Point of Political Belief (https://philarchive.org/archive/HANTPO-54)

Tendo em conta que isto é assim, nu e cru, convém lembrar que :

"Encouraging individuals to attribute political ideology to biology leads to decreased political prejudice, decreased political intolerance, and a perception of less political polarization. (https://psyarxiv.com/pkjh7/)

 É assim, nu e cru!

 

14 Nov, 2020

US of balcãs

Ainda na senda do “can’t we all get along?”

Imaginem coisas destas saídas da academia Americana, o martelanço dado aos dados.  Mas mesmo assim para quem leia o estudo está cheio de coisas destas:
Acabado de sair da prensa, publicado a 4 de Novembro.

Tribalism in America: Behavioral Experiments on Affective Polarization in the Trump Era Department of Political Science, High Point University , Cambridge University Press. (https://t.co/svRQLHmjqh?amp=1)

“…Next, we report the results of the trust and public goods experiments labeled TG and PG as shown in Figure 1. As with the dictator games, we find that Democrats and Republicans, in comparison to Independents, are more likely to trust and expect trustworthiness from a co-partisan than an opposing partisan (TG 6, 7). In the public good experiment, DEMOCRATS are less willing to invest in a public good when the group is majority Republican (PG 8A, 9A). REPUBLICANS, in contrast, appear less concerned about the partisan composition of the group when investing in public goods, and their behavior mirrors Independents more than Democrats (PG 8B, 9B). Overall, we find strong support for H1 in the dictator and trust games, and mixed support in public good contribution.”

Termina com

In our study, REPUBLICANS ARE LESS SENSITIVE TO GROUP PARTISAN DYNAMICS than Democrats, and these asymmetries should be explored further in future research.”

O nível de polarização aqui revelado aproxima os Estados Unidos do nível registrado na Bósnia e do Kosovo.
E não me venham dizer que a culpa é do Trump. A fúria, criticismo e malicia atirado contra Trump e os seus apoiantes foi fora de qualquer padrão aceitável. As coisas feitas e ditas por entidades oficiais contra a administração Trump foi algo nunca visto. O que foi feito contra pessoas ligadas a Trump foi vergonhoso.

A culpa obviamente nunca pertence só a um dos lados. Mas não há dúvidas que aqueles que fazem com que as pessoas que pensem diferente de si não possam demonstrar livremente as suas opiniões e visão do mundo são os culpados.... 80% das pessoas que votam em Trump, nem a amigos e familiares se sentem á vontade para dizer. -  Eh pá, Não me lixem - Só isto deveria dizer tudo!

“cant we all get along? “  Sim, morde aqui a ver se eu deixo!

 

O último foi Mathew Yglesias (vox),

Segindo os passos de Glenn Greenwald (the Intercept), Bari Weiss (NYT), and Andrew Sullivan (new york magazine).

 

Foram estes senhores que, com as publicações que criaram (vox ou Intercept) ou ajudaram a normalizar (como Bari Weiss) a extrema esquerda Norte Americana. Como sempre acontece com a esquerda não demora muito a começar a faceta da autofagia. A esquerda não tem lealdade, a esquerda come sempre os seus porque não possui os pilares morais descritivos só os normativos, acabando por ser inevitável as noites das facas longas.

No essencial estes senhores criaram os media outlets em questão e surpreende que tão pouco depois, pela posição que ocupavam na hierarquia (tudo evolui para hierarquias), não tardou muito a serem atacados pelas suas próprias crias e criaturas e o ambiente se tornar demasiado tóxico até para eles.

Geenwald abandonou o seu próprio “intercept” porque não o deixaram sequer abordar o tema do Hunter Diden e as ligações á China e Ucrânia.

Este tema não tem novidade ou particular relevância -  O que é relevante sim é a FACILIDADE com que a Direita rapidamente estende o mão a esta gente, rapidamente os convida às suas casas, rapidamente enaltece as suas virtudes.
Esta é a diferença entre as duas partes: A esquerda não perdoa, não aceita desculpas, não aceita regeneração ou arrependimento. Porque para a esquerda não há CULPA há VERGONHA. 

 A Culpa é algo bom. A culpa é algo que se expia, é um erro cometido. A vergonha é por algo que se é, da própria natureza, e que está para alem de redenção ou salvação. A civilização ocidental e cristã criou o enfoco na culpa precisamente porque a alternativa á a vergonha que é infinitamente mais nefasta.  A esquerda regressista está aí para nos trazer ás trevas da vergonha.
80% dos votantes de Trump não se sentem( sentiam) á vontade para dizer a familiares, amigos ou em público que iriam votar em Donald Trump. Já em Biden é a percentagem oposta.
Se pedir desculpa não adianta, qual a alternativa que te resta? - “ be brave, Mf*ker”.

https://www.youtube.com/watch?v=mav2kkvakGY

13 Nov, 2020

Oestriminis

 

Não resisto a um pequeno “ranting” em homenagem ao arquiteto e ao movimento monárquico.


De um território essencialmente desabitado (Ibéria) nasceu há 5,300 anos nas margens do Guadiana, devido ao movimento de pessoas perante as alterações climáticas chamado de 5.9 Kiloyear event. Os berços de Portugal têm nomes como Mercador, Porto da carretas e Moinho de Valadares.  Assim como estes pontos arqueológicos, repletos de setas e laminas, controlavam os locais onde se passava o rio guadiana entre margens, também sítios como Paraíso e S. Pedro controlavam a passagem pelas planícies junto a redondo e Olivença impedindo o influxo de pessoas.

Há 4,000 anos (inicio da idade do Bronze), com o fim da era das fortificações, com o fim de Zambujal e Porto Torrão, vemos a chegada desta nova vaga de Bell Beakers (campaniforme) que era composto por homens com genética diferente. Seja como for estes homens (BB) que chegaram a Portugal (e na verdade na altura a dominar toda a europa) traziam a anterior genética europeia e portuguesa (neolítica e WHG) mas com a adição da componente Yamnaya, ou como hoje se prefere das estepes (Ucrania). Como em toda o resto da Europa esta gente eram filhos de um único homem L51 (R1b-M269-l23-l51) e mantiveram parte substancial da genética local (só eles procriavam praticamente com as mulheres locais) mas pela sua dominância somos todos (75% de todos os europeus) filhos deste homem que tinha nascido mil anos antes… mas que ainda não se descobriu onde (eu acho que estava na cultura Krivodol-Salcuta, desdente da Boian culture nas Balcãs).

O ponto mais relevante para a nossa identidade é simplesmente isto: A chegada destes homens à península veio na forma da mutação que nos define na ibéria. Somos por isso o neto dos senhor L51, os DF27.  DF27 nasceu há 4400 anos e conheceu os seu “filho” Z195 que tem mais ou menos o mesmo TMRCA (Time common ancestor). Ora, e este é o ponto, "todos" os espanhois são Z195, mas é quase inexistente em Portugal - Em 4000 anos as pessoas de espanha não vinham procriar em terras portuguesa. Aquela estrutura que nasceu em Mercador há 5300 anos manteve-se intacta. Não passavam para o lado de cá.

 

 

 Passado o "nevoeiro" da idade do Ferro (periodos de arrefecimento climático global são sempre sombrios para a humanidade) os registos mostram que há pouco mais de 2000 anos éramos a terra dos Túrdulos. Sim nós somos descendentes dos Lusitanos mas na verdade a melhor representação seria Turduli. Turdulli (Alentejo) Turduli bardili (setúbal)  turduli Oppidani (Lisboa), Turduli veteres (Gaia). E claro também os Lusitanos nas serras e Bracari (Braga), para lá do Douro, etc. Mas uma gente específica que até o pai de Hannibal avisou que seria melhor deixar aquelas gentes em paz e seguir para Roma e os romanos sabiam que por aqui vivia umas gentes de identidade diferente.

A criação do condado portucalense e Portugal não foi um evento alicerçado naquele momento, no espaço e tempo, como uma circunstância perante uma realidade nova, mas sim a constatação dos 4 mil anos anteriores. Foi só o reconhecimento no recrudescer de identidades políticas da identidade daqueles que viviam para lá do tempo, que ali viviam há muito, muito tempo e que eram os descendentes dos Oestremini.