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barradeferro

barradeferro

21 Jan, 2022

Reality is a bitch

A realidade é uma cabra insidiosa.

Tenho para mim que não adianta lutar contra uma narrativa se não souberes a verdade, e em alguns casos é obviamente impossível de declarar que temos a verdade, ou mesmo só porque consegues elaborar uma hipóteses alternativa.  Uma questão de honestidade intelectual.
Jurei também a mim próprio que não deixaria que as minhas obsessões arqeo-genéticas inundem, como aconteceu no passado, este blog.

Quer isto dizer que não adianta, aliás como nas questões relacionadas com as alterações climáticas, lutar contra as ondas. Quando a onda é enorme mais vale submergir e sair mais tarde do lado de lá da onda.

Mas existem coisas que vale a pena porque são comunicáveis.
Quando Reich, Haak, Johannes Krauser, Petterson (estão a ver o nomes e apelidos, certo) nos “mostram”, aliás com a ajuda de por exemplo o Rui Martiniano em Dublin, que apesar de todo o carbon dating nos dizer que os potes Bell Beaker (campaniforme) mais antigos de todos serem os da região de Lisboa (Torres Vedras, Oeiras) e também de longe onde são mais abundantes (basta ir pelos nossos museus ver) dizem-nos eles que “estranhamente” os Bell beakers originais da Iberia não eram as pessoas que se transforam nos pais genéticos de todos os Europeus. A europa existe há muito tempo, a Europa é os Bell Beakers, até por isso nós nos associamos como arqueiros e a imagem deste senhor da imagem nos é tao familiar como Europeus.
 Dizem eles que foi algo como uma religião que pessoas saídas da Península Ibérica passaram a um novo grupo na europa central e que esse grupo, esses sim os Bell beakers (de segunda geração) na sua essência os tais filhos do R1B_L51 e cheios da componente das estepes da Ucrânia (30-40%), essa nossa componente Yamnaya, a tal última componente genética da formação dos Europeus, teve uma explosão demográfica .Tanto um portugueses como um sueco são essencialmente feitos deste admix.

E pronto este é a verdade que é aceite por todos e ai de quem se atreva a levantar dúvidas.

Depois, depois aparecem papers como este. Nick, o famoso Nick Petterson de Berkeley, um dos nomes acima mencionados, tem este pre-print no biorxiv (https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2022.01.18.476710v1.full.pdf)

Não vou entrar por este paper a dentro mas é genial o modo como se está a conseguir fazer zoom-in às datas de origem genética de alguns destes eventos genéticos que são a formação dos grupos populacionais. Não vou sequer entrar pela maravilha que é quando eles afirmam que esta componente Yamnaya na verdade surge primeiro cerca de 4500BC e essa componente criada nessa altura é o que vemos depois ser os tais yamanya (3500BC). Especialmente a componente de agricultor do Irão, na forma CHG, que combina comos Eastern Hunter gatherer e forma assim essa componente das estepes ou Yamnaya porque isso reforça as minhas crenças. -  Ainda hoje em dia considero que a urheimat dos proto-indoEuropeus foram os Shulaveri-Shomu. Novamente vou esperar o desenrolar do tempo e da verdade.

Não, não. A parte no topo da cereja é na linhas 448 até á linha 452.  Está lá, esta pérola das pérolas, este diamante dos diamantes!

Capture steppe Iberia.PNG

E tanta porrada eu levei por me opor à versão oficial.

Eh pá. Kid you not. – Quando eles modelam, nas milhares de samples de indivíduos que eles tem o ADN sequenciado, qual então é o ADN Yamanya mais antigo encontrado na europa? …. Sai-lhe um gajo em Mallorca, espanha, no meio do mediterrâneo, que está relacionado com os Bell Beakers, ainda antes dos Bell Beakers sequer existirem e tem uma data de 3200BC (3600-2800BC), que é quando a Ibéria se enche de pessoas. Os Bell beakers surgem depois em 2800BC em Oeiras e depois a sua explosão na europa ocorre de 2600bc em diante. Pouco depois encontramos na bohemia (republica Checa), na Alemanha e subitamente 90% dos britânicos são descendentes deles.

…. Isto nem encomendado. É como uma chapada na cara das assumidades todas.
Isto só dá para grizar até às lágrimas.

PS: sorry a quem achar estes assuntos assim mais chatos.

21 Jan, 2022

Alucinados

Por vezes esta coisa não convém deixar no ar…
Uso por vezes o argumento que mesmo lendo AR (6), o Assesment Report das Nações unidas sobre as alterações climáticas que o mesmo é enfático ao estabelecer que não é possível detetar nesta altura nenhuma tendência muito menos fazer attribution ao CO2 nos fenómenos climático-Meteorológicos. Furacões, secas, cheias, tornados, tempestades de inverno,  etc, etc … na esmagadora maioria um enfático nada.
Com uma exceção das heat waves. – Realmente estas estão a ser mais frequentes e com maior duração de dias. Problema seria fazer atribuição, mas também não interessa para nada.

Surge-me esta questão porque me mandaram um clip do Michael mann, este pulha da imagem e o homem do hockey stick, que continua a ser referenciado como “leading scientist on climate change” pese embora seja de todos o mais errado e desonesto.  Mas ao mesmo tempo emblemático de toda esta área das alterações climáticas onde , a bom exemplo da greta Thumberg, quando mais estapafúrdio e mentalmente desarranjado forem as tua afirmação mais te impões como uma assumidade.

Este pateta afirmou numa entrevista que as alterações climáticas matam mais por ano do que o COVID já matou. Estão a ver, o numero de mortes climáticas é mesurável, 21,500 contra os 18,000,000 de pessoas que já morreram de COVID.  Ainda há um século morriam 500,000 por ano e agora com as terríveis alterações climáticas morrem 21,500??

O problema das heat waves, e das mortes que provocam, é que veio acompanhado de uma redução das cold waves que matam 9 vezes mais que as heat waves!. Sim, feitas as contas, o tal aquecimento terá salvado a vida a 300 mil pessoas este século.

Este é o estudo publicado na Lancet a que me tenho referido por aqui e que se deu ao trabalho de modelar as mortes de um e de outro e concluir que , oops, afinal nesta questão da heat waves até tem salvo vidas.
https://www.thelancet.com/journals/lanplh/article/PIIS2542-5196(21)00081-4/fulltext

Tenho deixado passar estes dias para ter algo semelhante a confirmação. Confirmação que a imprensa deliberadamente tenta minar o partido CHEGA com todo o descaramento. Quem começa a ver os segmentos que são alinhados nas TV, especialmente por cabo que o fazem mais amiúde durante o dia, não pode deixar de notar que deliberadamente deixam o CHEGA para o fim. Sabemos que as pessoas têm uma capacidade limitada para seguir esses segmentos por isso ficar sempre para o fim significa que muitas das pessoas não te vai ver/ouvir porque mudaram muito de canal.

Alinham IL e CDS bem antes do CHEGA e depois entra o segmento do CHEGA que na maioria das vezes vem com um tom genérico de gozo e contento como se fosse a ovelha negra da família.

Podia-se dizer que ao final do dia é isso que as pessoas dispostas a votar no CHEGA estarão já à espera mas eu sou dos que acreditam que estas coisas tem impacto. Ao final do dia resultarão em qualquer coisa como menos 1-2% dos votos que teria o partido se o tratamento fosse mais equitativo. Há pessoas que não suportam ser associadas ao mau da fita. Tem a ver com a personalidade e quem estuda manipulação sabe que isso, isso de manchar, resulta e bem.

Seja como for, dificilmente o CHEGA terá menos de 6% do votos. E com esse número de votos será difícil bloquear a sua presença e emanação sociopolítica pelos media.   
Mas também se deve dizer que 6% nao é o mesmo que 9%.  Muito menos quando se verificar o que esse valor percentual significa em termos de deputados eleitos.

O IL corresponde aquela direita que, como aqui digo amiúde, sendo irrelevante historicamente e sociologicamente, não deixa de ser a direita dos factos, a direita dos facts dont care about your feelings que eu confesso me ser tao próxima.  No Votometro do Observador respondendo à queima sou claramente do IL, respondendo com racionalidade sobre aquilo que é relevante para o ponto em que nos encontramos sou claramente do CHEGA. E essa é a diferença.  Ter o IL coligado com o PS não está fora do reino das possibilidades e coligado ao PSD não passará de uma das sensibilidades do PSD que existem há 40 anos lá e nunca verdadeiramente marcou nada da governação. O IL é irrelevante. Serve para feel good do pessoal mas ao final do dia não mexe sequer o ponteiro.

 

O CDS do chicão não deixa de ter piada. Dando corda ao rapaz ele liberta aquele ar de beirão dos copos que todos nós gostamos de levar aos jantares de grupo. O gajo que até nos diverte. Um verdadeiro tuga mas completamente vazio de qualquer conteúdo ideológico ou até coragem politica. A culpa foi, como já aqui escrevi , da Assunção Cristas que achou que o espaço mais ao centro estaria vazio para ela e a sua versão do CDS ocupar. Como se não bastasse o PS e o PSD.

O CDS do chicão não é nada. E se alguma coisa é, ainda e assim, será um dos partidos do regime, o tal regime que já passou de validade.

18 Jan, 2022

Perdedores....

O que esta imagem nos mostra é que o futuro seria de homens brancos e mulheres asiáticas.

Capture dating (1).PNG

Fosse o futuro assim adivinhável.

Esta imagem é de um estudo de 2013, sobre preferências das pessoas que vão às dating apps com o Tinder ou Facebook, etc. Gostava de saber se e até que ponto isto ainda é uma realidade em 2020. Desde essa altura que muito esforço foi feito para mudar algumas destas variáveis. Mas mesmo assim, pelo que li, muitas destas apps passaram a proibir filtros por raça. Contudo estudos mais recentes que este de 2013 reportam essencialmente que as preferências ali reportadas eram ainda a norma.

Presentemente quando vemos um conteúdo, um filme, uma série, uma anúncio de tv vemos muita interracialidade mas não é propriamente esta do homem branco com a mulher asiática. - Nos idos anos 90, era eu um miúdo, lembro-me numas férias estar a fazer passeios (sim passeios físicos), a trabalhar no duro, em bairros ricos nos arredores de Toronto, às 7 da manhã com zero graus e quando os paizinhos saiam com os filhos para os levar à escola já nessa altura ficava surpreendido a olhar para a quantidade de casais que eram de um homem branco e uma esposa asiática.

Claro que eu sei que a esmagadora maioria das pessoas mantém preferências românticas por pessoas da sua própria raça, mas também sei, porque interessado em etnogéneses e em arqeo-genética que todos nós somos o resultado de uma combinação destas, de pessoas que em determinada altura eram de raças diferentes.
E nessas combinações, alguém ganhou e alguém perdeu. Desta vez não será diferente.

A distância, o fst genético, entre um WHG (western Hunter gatherer) e um EEF (agricultor do neolítico) era similar à que existe entre um homem branco e uma mulher asiática. A distância entre os agricultores do neolítico de anatólia e o agricultor do neolítico do Irão, ali até Nagorno karabah e com toda a sua genética de CHG (Caucasus HG)  que viveram milhares de anos perto um dos outros era tão grande como um homem branco e uma mulher asiática. – E arqueologicamente, com o apogeu do aquecimento global do neolítico quando olhamos de novo já estão miscigenados.  Ou seja, todos nós somos o resultado de miscigenação. Desta vez não será diferente. E desta vez é, com o presente aquecimento global, novamente altura de grande alteração etno-cultural e grandes alterações sociais.

Mas como das outras vezes todas alguém ganha e alguém perde.  No passado linhagens inteiras de cromossomas Y foram dizimadas e sobrou os vencedores, os homens vencedores desse encontro entre raças diferentes, desse encontro que foram imigrações. No caso da europa os tais R1b, na verdade o R1b…L51, que foi um homem que viveu arqueologicamente ontem (3500-3300BC, não mais que isso) é ele, ele um homem, o pai ancestral de 80% dos Europeus!  Percorra o mundo inteiro e aconteceu o mesmo por todo o lado.

Ao final do dia, ao contrário dos conteúdos hoje produzidos, o futuro homem com elevado capital social será muito provavelmente essa combinação de asiáticos com europeus e preferencialmente irá ser essa componente europeia a entrar no gene pool na asia e o mesmo no ocidente com a preferência por mulheres asiáticas.  
Quem perde, e interessante o estudo brasileiro, país onde a miscigenação decorre há mais tempo, e que nos mostra que a mulher negra é quem vai perder mais que todos os outros grupos como já hoje em dia ocorre no Brasil. Ao final do dia, mesmo com o esforço que a woke culture coloca em criar uma realidade alternativa, este será um grupo que será perdedor nestas revoluções do futuro.
Aliás, curioso a perspectiva de pessoas como Eric Kaufmann que nos diz que essas pessoas provavelmente se identificarão como brancos, como acontece com ele próprio que tendo ascendência alemã, judaica e chinesa se identifica como branco. Uma coisa que ainda estou por perceber é que os casos que encontro de casais bi-raciais Europeus/Asiáticos os descendentes mantém por norma muitas caracteristicas, uma predominância, Europeioide. Como o caso do próprio Kaufmann.

… ou não. Nestas coisa não é de todo fácil de identificar caminhos. Nada fácil.  A não ser a certeza que haverá vencedores e haverá perdedores. Isso, caros, podem levar para o banco e eu se depender de mim, fuck that, os meus filhos branquelas é que não vão ser dos perdedores.

Fica a peculiaridade daquilo que provoca, ou não provoca de todo, dissonâncias cognitivas.
Hoje a notícia é que esta erupção provocou um aumento do nível do mar de 39 centímetros em Peniche (40 centímetros em Ponta Delgada). Eu gosto dos 39.

E gosto dos 39cm porque as melhores previsões do aumento do nível do mar até ao final do século é de precisamente 39 cm.  Matematicamente será esse o valor.
Evidente que em determinadas geografias será um pouco mais e noutras um pouco menos.

Na prática podíamos, e podemos então, medir hoje quais as catástrofes, quais os impactos desse aumento de 39cm em Peniche como um vislumbre das catástrofes que as terriveis alterações climáticas irão provocar no planeta com o aumento do nível do mar.  E encurtando isto, a verdade é que em Peniche nem notaram!

Pode ter havido um pescador, um, que por lá estaria a pescar numa rocha que deve ter notado, heish! Esta maré hoje está alta. Mas fora o avô Manel e as suas galochas, presumo que pode ir perguntar a todos os penicheiros se sequer notaram esse aumento terrível do nível do mar e de certeza que eles não saberão de que estará a falar. Tal como o nível do mar subiu 24 cm no último século e ninguém verdadeiramente viu a sua vida minimamente incomoda. Nem nenhuma espécie para ser verdade. Desejavam elas que fosse o nível do mar as pressões nos seus habitats nos últimos 100 anos.

O ponto do meu post é que, mesmo quando uma correlação como esta acontece, neste caso devido à erupção, traz as pessoas à realidade. Na verdade, o nível do mar até ao final do século não irá aumentar 39cm, porque isto resulta da aritmética da extrapolação dos últimos 40 anos até ao final do século, esquecendo de nos dizer que já houve alturas no passado em que o aumento anual foi similar a este mas que depois reduziu (o aumento do nível do mar não é uma constante). Minha aposta estará nos 31cm.

16 Jan, 2022

A ver vamos

Terminado os debates fica aquilo que era óbvio.

Tudo na mesma. As pessoas votam nos seus clubes. Seja esse o clube de sempre ou no caso do IL, CH, Pan nas versões novas dos seus antigos clubes. É assim aqui como será presumo na maioria dos países no ocidente.
Se excluirmos as sondagens da conveniência que sabemos como dá para fazer, a verdade é que temos o PS a ganhar, o PSD no osso dos 29% e o CHEGA como terceira força.

Vistas as últimas sondagens (como esta acima diária na CNN) não se distanciam da minha previsão feita em Outubro.

Relembro a minha previsão:
PS= 34 - 37%
PSD = 28 - 31%
CHEGA = 8.0 - 10%
BE = 5.1 -6.5%
PCP =4.4 - 5.5%
IL= 4%
CDS = 2.1%
PAN = 2.8 %

Espero sinceramente que as minhas previsões se concretizem dentro de 15 dias, que o CHEGA elega um número decente de deputados, que esses deputados sejam decentes, que o partido se mantenha decente. André Ventura já provou que caminha perfeitamente o arame do trapezista mas nada nos dirá que não seja Joacinado por algumas das pessoas que escolher. Ouvi as perguntas de um tal Jorge Moreira Pires que parece em tempos foi do CHEGA no fórum da TSF a André Ventura e fica claro que, como sempre acontece nestes partidos, os patetas gordos narcisistas de calcinha apertada e sapato bicudo ainda por lá andarão e prontinhos para minar o partido em prol dos seus egos. Gente pequenina. Leva anos a escorraçar este pessoal. Perguntem a Santiago Abascal. Por cá tenho a certeza que muito gente no CHEGA ainda lá está por causa das suas paranoias, dos seus complexos, frustrações. Gente que não quer nada mais que não seja um palco para berrar a sua pequenez e tacanhez (desde que votem, é só calar-lhes a boca).  

A importância do CHEGA está exclusivamente na preparação de alguma resistência de uma parte da população europeia que tem orgulho na sua identidade, na sua ethnogenesis, na sua história.
O valor do CHEGA está, na minha interpretação, exclusivamente nos parâmetros sociológicos que tenta introduzir na imagística diária das pessoas e no discurso social e político em que se distância do fascismo cultural de esquerda.
Que fique claro, só aceito votar no CHEGA, como mecanismo de luta contra o tal FCE.

E este fascismo instalado, por cá muito contextualizado pelo 25 de Abril, estando completamente hierarquizado em todos os estrados da nossa sociedade, mas sendo uma network fascizante nonetheless, é frágil (como todas as redes muito hierarquizadas) a partir do momento em que resistes, no momento em que não permites que sejam eles a definir o verbo tem a tendência para não conseguir montar uma resistência perseverante. Não desistas e os nódulos começam a trair-se uns aos outros.
E essa é a primeira métrica, o modo como contestas as normas do discurso permitido. Permitido pelo FCE. Não contem com o PSD ou o CDS para defender esse direito da esquerda definir o que é permitido, e claro muito menos o IL que são aquelas pessoas para quem identidades valem tanto como para alguém do BE.

 O mais importante é que o FCE é frágil mas, como todas essas hierarquias, é paranoica e muito reativa ou se quiser intempestiva. – A paranoia nota-se a cada comentário por parte de comentadores, politólogos e jornalistas no fim dos debates, nas palavras de qualquer convidado para analisar nos pasquim aqui do burgo.
Lembrem-se sempre disto. Uma rede demasiado hierarquizada está sempre mais podre quanto mais paranoicamente os seus elementos reagirem.  Nessa métrica, este regime apodreceu muito rápido, convenhamos.

12 Jan, 2022

Colina

Esperei pelo debate entre André Ventura e Francisco Rodrigues dos Santos, após o debate com Cotrim de Figueiredo do IL, para voltar a comentar os debates do CHEGA para as legislativas.

Para mim é claro que o PS vai ganhar as legislativas e também é claro que a esquerda vai ter a maioria dos parlamentares.  Por isso, muito do folclore a que se assiste sobre o que CHEGA vai viabilizar ou não é irrelevante. Mas para mim ficou claro a razão pela qual se deve votar no CHEGA a 30 de Janeiro sendo de certeza uma das decisões pivot na história política portuguesa recente.  -  Porque a decisão importante não é económica, nem verdadeiramente política, é acima de tudo SOCIOLÓGICA!

A minha decisão no sentido de voto centra-se unicamente no imperativo que sinto da necessidade das pessoas acordarem e votar nos partidos de direita que representam valores descritivos (vs valores normativos), no sentido haidtiano do termo, da Moral Foundation theory. Os pilares morais que sustentam o nosso mundo, todo,  porque até a China é Europa (até o direito implementado na China é com base no direito alemão) e essa legado tem que ser preservado porque não está descrito por ninguém uma alternativa. Ninguém nunca!

Os tais pilares descritivos que bind & blind da europa estão completamente abandonados à sua sorte. Ingroup, authority e purity, como não são sentidos pelas pessoas de esquerda foram removidos do discurso. Aliás, ouvi essa crítica do André Ventura ao CDS que deixou de ter coragem de defender aqueles pilares morais e alinha com o discurso permitido, pela esquerda, do harm/care e fairness/justice que é a inteireza da linguagem da esquerda.

Se votar fosse uma questão económica claro que votaria no IL. Se fosse uma questão da preservação do status quo claro que votaria no CDS/PSD. Claro que sim.  - Pois, mas não é!

Só André Ventura e o CHEGA têm um discurso que quebra o fascismo cultural de esquerda que nos envolve e só o CHEGA e André Ventura alerta em Portugal para os perigos de deixarmos, o mundo ocidental, de ser WEIRD (western, educated, industrialized, rich, and democratic), os perigos de perdermos a identidade que na verdade é a identidade do mundo inteiro.   O CHEGA está muito longe de poder verdadeiramente decidir politicamente o futuro dos portugueses. O CHEGA está muito perto de se tornar a voz que quebrará o fascismo cultural de esquerda.

Não se iludam. Estamos no todo da colina prontos para essa batalha, essa específica, e não ainda nenhuma outra!

Ouvi a Helena Matos no programa contra-corrente que presumo que sabem é um programa liderado por José Manuel Fernandes. O programa de ontem era sobre energia nuclear e sobre o facto de a União Europeia se estar a preparar, ou  não, para considerar a energia Nuclear como energia limpa e verde. - Ora, eu não vou falar sobre nada disso! – Pachorra.

Eu vou falar sobre algo que ela, a Helena Matos, disse e que, no contexto do programa foi um fait-divers, aliá pelo qual ela até pediu desculpa, porque era algo que a deixava em brasa.

Mas que deixava a Helena Matos tão irritada? – Que na construção da barragem do Alqueva, porque interessava ao PCP a construção da barragem, não ouve laudas ou choradeiras, não ouve canções, tertúlias, artigos de rasgar vestes no jornal Público ou crítica mordaz no expresso… aliás, não ouve críticas de nada nem sobre nada relativo ao crime arqueológico que foi a construção do Alqueva.
É nestas coisas que se vê o poder da esquerda. O tuga guincha e chora por aquilo que a esquerda permite ou quer e mais nada. De resto é um pateta bebedor de bejecas e camarazito nas festas de anos.

Sim também é verdade que a construção do Alqueva ajudou arqueologicamente a estudar alguns dos sítios relevantes mas ao fim do dia, todo a imensidão de pequenos settlements e povoados, fortificados ou não, ficaram debaixo de água para nunca mais ser estudados.

Deixem-me tentar explicar:
No fim do neolítico, na transição do calcolítico, entre os anos de 3300 BC e o fim da idade do cobre com a chegada da segunda leva dos Bell Beakers em 2500 BC, nestes essencialmente 800 anos foi quando se formou a península ibérica. Até então era praticamente um deserto e de repente ficou cheio de gente, tanta gente que a peninsula ibérica se transforou numa das regiões da europa mais populosas, se não a mais populosa de todas. Essa gente pese embora se encontre alguns sítios populacionalmente relevantes em Espanha, o seu principal destino foi precisamente toda a extensão do guadiana e especialmente no lado que hoje é Portugal.


Quem me conhece, sabe que acredito que a formação de Portugal, Portugal nasceu, em sítios como Porto carretas, Mercador e Paraíso  que foram os povoados, fortificados, que selaram a entrada para aquilo que hoje é o Alentejo.- Estes sítios, no topo de morros em locais estratégicos onde seria possível passar o rio Guadiana para o lado de , esse lado de que hoje é Portugal, eram as fronteiras originais de Portugal, foi ali que se decidiu que só passava para o lado de , quem eles quisessem e pouco depois surgiu a cidade de Porto torrão que em extensão era maior do que a cidade de Ur na mesopotâmia e que teria perto de 20 mil a 30 mil habitantes! Ou que Perdigões (na herdade do José Roquete) era o sitio para onde vinha pessoas de todo o lado, algumas de sítios longínquos, para ser enterradas (ainda não se percebe bem porque).
Ora fora os sítios que mencionei acima, todos os outros, e devem ser muitos, muitos muitos, cheios de inhumations com ADN que deveria ser sequenciado para percebermos quem eram estes habitantes originais, ficou debaixo de água.

O público quincha, guincha como um porco, quando agricultores começam a plantar oliveiras em sítios onde existem habitações ou resíduos destes tempos, porque as raízes danificam algumas destas estruturas, e na minha opinião guincha bem, mas ficou calado na construção e inundação do Alqueva, não foi? Se alguém conseguisse pelar, deixar a descoberto, os primeiro 2 metros de terra de toda aquela região, ficaria siderado, pasmado para além do crédulo, com a visão arqueológica do calcolítico e idade do cobre. Agora tem que tirar a água também!

E ninguém piou, porque a esquerdalhada queria o Alqueva.

10 Jan, 2022

Dar-lhes o AMOC

No estágio onde eu estou estas coisas das alterações climáticas já só dão pica por peculiaridades.

"Francois Lapointe, Raymond S. Bradley. Little Ice Age abruptly triggered by intrusion of Atlantic waters into the Nordic Seas. Science Advances, 2021; 7 (51) DOI: 10.1126/sciadv.abi8230”

Este paper é interessante porque diz: Houve um aquecimento global no século 15 que levou uma idade do gelo no século 16-18!

Este paper é sobre o LIA, sobre o Little Ice Age, a pequena idade do gelo que ocorreu entre algo como 1500 e 1850. Até há bem pouco tempo ninguém se atrevia a publicar papers sobre o LIA, especialmente pelo poder hegemónico do gráfico do Hockey stick que estava por todo o lado e claro que falar de uma pequena idade do gelo a meio do stick de hóquei não fazia sentido, não é?
Quanto ao fenómeno em si, desde sempre a razão do LIA foi atribuída ao sol e ao pequeno glitch chamado Maunder Minimum, uma altura em que o sol deixou de ter sunspots e isso ocorreu em simultâneo com os períodos iniciais do LIA, levando a que sempre tenha sido considerado a melhor explicação. Alias, dos últimos textos que me dei ao trabalho de escrever sobre alterações climáticas foi precisamente para mencionar que nos últimos 2 a 3 anos parece que já é permitido começar a publicar estes trabalhos que mostram estes LIA por todas as regiões do planeta, especialmente no hemisfério norte.

A permissa é que houve um aquecimento global muito grande no período anterior. O que qualquer pessoa que procure nos livros de estudo era consensual no mundo falar desse período quente que por exemplo correspondeu à reconquista, às cruzadas e à formação de Portugal. Quem ler esses registos históricos sente, cheira nos textos uma época muito quente de invernos amenos.

Mas voltando a este interessante estudo.
De facto o que eles apontam  é uma explicação que tem muito, muito mesmo, a ver com as exatas condições climáticas que vivemos nos dias de hoje, e que pode levar a um arrefecimento geral das temperatura do planeta durante alguns séculos.

Para eles, a principal razão é a quebra, a interrupção do AMOC (Atlantic Meridional Overturning Circulation) que tem a ver com circulação de aguas quentes para as correntes polares e depois afunda e volta para sul… etc., etc.
Se há coisa que os cientistas nos alertam hoje em dia é que o aumento de águas quentes no mar de Beaufort no Alasca, o degelo e aumento de altas pressões sobre a Gronelândia podem levar à quebra do AMOC…esperem, mas é exatamente a descrição que estes cientistas fazem das origens do LIA (!). Será que no século 14, aquele aquecimento que levou a um degelo tal que provocou a quebra do AMOC também foi provocado pelas emissões do CO2? O CO2 viajou no tempo e provocou aquele aquecimento?

Estão eles a dizer que no século 15, após o Medieval warm period, tal como agora temos o modern warm period, vai acontecer uma quebra do AMOC e vai voltar o arrefecimento global?
Será possível uma coisa destas? Será possível que ainda se vá chorar pelo aumento das temperaturas?
Este mundo já viu de tudo.

Enfim, mundo de patetas.

07 Jan, 2022

Kriptonite

Não se concretizaram os meus receios sobre o perigo que António Costa trazia para o CHEGA… nem para ser honesto as minhas melhores expectativas.

Também percebo os cuidados de André Ventura para não estragar tudo mas custa-me, imenso, acreditar que não saiba qual a kriptonite de António Costa.

Para que os avaliadores do Expresso tenham tido uma votação repartida sobre quem ganhou o debate, que o mesmo tenha acontecido nos avaliadores da CNN Portugal não deve restar dúvida alguma que a prestação de André Ventura foi positiva.

E falava eu da Kriptonite e quem ouvi logo a seguir dizer qual era esse veneno para António Costa foi esta senhora, Manuela Ferreira Leite, num dos programas de debate em que participa com Fernando Medina. Ela deixou claro que acha que António Costa está mortinho por sair daqui, que não quer ganhar nada e quer ir ter com os seus amigos que estão na Europa. Em qualquer debate com António Costa esse seria o veneno, o kriptonite, que é dizer que não era ele que devia estar a fazer os debates mas sim Pedro Nuno Santos, porque esse será efetivamente o candidato a primeiro Ministro.

Capture AV obse.PNG

Mas ok, overall, André Ventura cumpriu. Melhor ainda, já hoje, onde cumpriu muito bem foi aqui.
"Sob escuta" programa do Observador de 1 hora. - https://www.youtube.com/watch?v=-G26mRPeJn0
Dada a possibilidade a André Ventura ele não tem receio de explicar o seu pensamento. E pese embora eu ache que por vezes é pouco desenvolvido e deixa alguma dúvidas ao final do dia nao é de todo menos substantivo do que aquilo que oiço dos outros lideres partidários. 

 

Capture obser.PNG

São vários os posts que coloquei sobre a posição de Miguel Pinheiro e seus minons no observador. E hoje ouvi André Ventura no “Sob Escuta” com Miguel Pinheiro e alguns dos seus meninos e no momento em que começaram com o truquezito do sarcasmo intelectualmente superior e André Ventura não esteve para brincadeiras e respondeu à altura. E à altura fez com que Miguel Pinheiro ficasse com esta cara e no resto da hora já não foi por “esse caminho”. Depois um dos seus minions tentou a mesma coisa e aí André Ventura usou aquela que é a arma que usada contra um jornalista o desarma a maior parte das vezes…” o caro não fez o seu trabalho,  Està a ver, o caro não fez o trabalho de casa e depois não sabe…”. Se há coisa que cala um jornalista em Portugal é isto porque ele, o jornalista, tem a certeza que não fez o trabalho de casa, não fez o seu trabalho e tem raiva de quem o faça.

Mais uma vez, se o CHEGA tiver um resultado mau (abaixo 7%) nas legislativas não será de todo pela performance do seu líder.