Reality is a bitch
A realidade é uma cabra insidiosa.
Tenho para mim que não adianta lutar contra uma narrativa se não souberes a verdade, e em alguns casos é obviamente impossível de declarar que temos a verdade, ou mesmo só porque consegues elaborar uma hipóteses alternativa. Uma questão de honestidade intelectual.
Jurei também a mim próprio que não deixaria que as minhas obsessões arqeo-genéticas inundem, como aconteceu no passado, este blog.
Quer isto dizer que não adianta, aliás como nas questões relacionadas com as alterações climáticas, lutar contra as ondas. Quando a onda é enorme mais vale submergir e sair mais tarde do lado de lá da onda.
Mas existem coisas que vale a pena porque são comunicáveis.
Quando Reich, Haak, Johannes Krauser, Petterson (estão a ver o nomes e apelidos, certo) nos “mostram”, aliás com a ajuda de por exemplo o Rui Martiniano em Dublin, que apesar de todo o carbon dating nos dizer que os potes Bell Beaker (campaniforme) mais antigos de todos serem os da região de Lisboa (Torres Vedras, Oeiras) e também de longe onde são mais abundantes (basta ir pelos nossos museus ver) dizem-nos eles que “estranhamente” os Bell beakers originais da Iberia não eram as pessoas que se transforam nos pais genéticos de todos os Europeus. A europa existe há muito tempo, a Europa é os Bell Beakers, até por isso nós nos associamos como arqueiros e a imagem deste senhor da imagem nos é tao familiar como Europeus.
Dizem eles que foi algo como uma religião que pessoas saídas da Península Ibérica passaram a um novo grupo na europa central e que esse grupo, esses sim os Bell beakers (de segunda geração) na sua essência os tais filhos do R1B_L51 e cheios da componente das estepes da Ucrânia (30-40%), essa nossa componente Yamnaya, a tal última componente genética da formação dos Europeus, teve uma explosão demográfica .Tanto um portugueses como um sueco são essencialmente feitos deste admix.
E pronto este é a verdade que é aceite por todos e ai de quem se atreva a levantar dúvidas.
Depois, depois aparecem papers como este. Nick, o famoso Nick Petterson de Berkeley, um dos nomes acima mencionados, tem este pre-print no biorxiv (https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2022.01.18.476710v1.full.pdf)
Não vou entrar por este paper a dentro mas é genial o modo como se está a conseguir fazer zoom-in às datas de origem genética de alguns destes eventos genéticos que são a formação dos grupos populacionais. Não vou sequer entrar pela maravilha que é quando eles afirmam que esta componente Yamnaya na verdade surge primeiro cerca de 4500BC e essa componente criada nessa altura é o que vemos depois ser os tais yamanya (3500BC). Especialmente a componente de agricultor do Irão, na forma CHG, que combina comos Eastern Hunter gatherer e forma assim essa componente das estepes ou Yamnaya porque isso reforça as minhas crenças. - Ainda hoje em dia considero que a urheimat dos proto-indoEuropeus foram os Shulaveri-Shomu. Novamente vou esperar o desenrolar do tempo e da verdade.
Não, não. A parte no topo da cereja é na linhas 448 até á linha 452. Está lá, esta pérola das pérolas, este diamante dos diamantes!
E tanta porrada eu levei por me opor à versão oficial.
Eh pá. Kid you not. – Quando eles modelam, nas milhares de samples de indivíduos que eles tem o ADN sequenciado, qual então é o ADN Yamanya mais antigo encontrado na europa? …. Sai-lhe um gajo em Mallorca, espanha, no meio do mediterrâneo, que está relacionado com os Bell Beakers, ainda antes dos Bell Beakers sequer existirem e tem uma data de 3200BC (3600-2800BC), que é quando a Ibéria se enche de pessoas. Os Bell beakers surgem depois em 2800BC em Oeiras e depois a sua explosão na europa ocorre de 2600bc em diante. Pouco depois encontramos na bohemia (republica Checa), na Alemanha e subitamente 90% dos britânicos são descendentes deles.
…. Isto nem encomendado. É como uma chapada na cara das assumidades todas.
Isto só dá para grizar até às lágrimas.
PS: sorry a quem achar estes assuntos assim mais chatos.