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barradeferro

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Quando vi a cena hoje de manhã, comentava com o meu sócio que não há pachorra. Ignorámos o assunto e fomos à nossa vida. Pela tarde, com o papo cheio desta conversa da chapada do Will Smith ao Chris Rock já vomito e acima de tudo não me sai do cérebro uma determinada constatação.

É que ter “history” tem muita gente com outras tantas e tantas, tantas que nem existe número ou pachorra para contar. Mas, e no entanto, …

Lembrem-se de ter aqui escrito que um estudo recente mostrava que não só as pessoas de raça negra nos EUA eram responsáveis pela maioria dos assassinatos, mas que, e essa a novidade, esses assassinatos ocorriam por motivos perfeitamente banais, perfeitamente corriqueiros e sem importância alguma. Uma boca num social media, um olhar mal interpretado.


Ocorreu-me, porque já no passado todos nos lembramos do Kanye West invadir o palco da atribuição de um prémio a uma cantora branca porque ela tinha ganho o prémio e preferência do publico à Beyoncé.


Até á bem pouco tempo a conversa era o choque nos EUA por os óscares nunca terem pessoas de raça negra representadas.  Nos últimos anos isso tem sido corrigido e para dizer a verdade até sobre corrigido dada a proporção das pessoas de raça negra na população geral dos EUA.

Foi corrigido e agora temos a interrupção da cerimónia porque Will Smith não gostou de uma boca, perfeitamente inofensiva (as coisas que o Gervais já disse nestas cerimónias) que Chris Rock mandou à mulher.
Parece-me a mim que o formato foi criado para pessoas com autocontrolo, desconto hiperbólico do futuro ou Delay Gratification bem maior do que algumas das personagens que agora invadem o quotidiano lá do sítio, daí que se espere determinado output do formato. E isto é nada. Com a maior adição de pessoas de outras etnias no substrato elite dos EUA mais episódios destes serão recorrente.

Mas que gente estou eu a falar? Que formato temperamental tinham os british e Irish que fizeram a Califórnia?

“The British are said to be reserved in manners, dress and speech. They are famous for their politeness, self-discipline and especially for their sense of humour. British people have a strong sense of humour which sometimes can be hard for foreigners to understand.”

E tenho que voltar a dizer, que o que mais me irrita é as pessoas acharem que as etnias, ou raças, são todos iguais no temperamento, porque não são. E é ofensivo querer que pessoas com outros temperamentos se comportem dentro de modelos que foram criados para pessoas com temperamento diferente. É ofensivo quando as pessoas esperam que eu me comporte fora dos parâmetros que eu pessoalmente me conheço como inatos. Já disse que não sou o CEO das minhas empresas porque tenho um temperamento que não é conducente a essa posição.  Sou sanguíneo e não psicopataish.

Ao final do dia, viva o progressismo, não é?

Dado o que sabe sobre o comportamento das pessoas de raça negra, só nos resta dizer, como no software, que foi “working as designed”.

Não vou falar da Mariana nem do Adolfo Mesquita Nunes.

Coloco a imagens deles os dois porque os ouvi, confesso que já faz alguns dias, falar sobre o tema e ficou-me a convicção que nem um da direita nem a outra da esquerda tinham mesmo percebido o fenómeno.

Por muito bons que fossem os argumentos do AMN sobre o facto de as respostas mais perturbadoras à invasão russa terem vindo da esquerda e não da direita que até em certas circunstâncias esteve perto de Putin, ele não conseguiu, acredito porque não sabia, explicar essa proximidade que era evidente das direitas mais assumidas com Putin, ou se quiser os Russos.

E essa proximidade não era pelo autoritarismo de Putin.
Que fique claro. As razões que levavam a essa proximidade durante anos continuam iguais, estão lá e não se deve ter vergonha de assumir.

Aliás, confesso que quando oiço o Putin a falar em cancel culture, na JK Rawling e no antiwoke só reforça a minha perceção que Putin está mesmo a sentir o fogo a chegar ao rabo. Não era nada disto que ele antecipava. Ele, que não é burro, ou como Trump diz é um “smart guy” percebe que está mais perto de entrar para a história como o presidente russo que transformou a mãe Rússia na Coreia do Norte dos Urais do que ser o grande Czar Putin o Grandíssimo.

Mas voltando à vaca fria – Aquilo que aproximou a direita europeia e a direita populista norte-americana de alguma forma de putinismo foi Alexandr Dugin.
Na teoria da Eurásia do mesmo, ele deixa sempre claro que não tem problema nenhum com a democracia. Também deixa claro que não tem problema algum com o liberalismo. Por isso Democracias Liberais não são problema.
O problema dele, e por arrasto de Putin, e por onda da Rússia armada, é que vivemos tempos de Democracias Liberais de Modernidade! E é essa modernidade, essa  modernidade que acredita ter arcaboiço para reinventar o liberalismo como uma criança consegue reinventar o mundo no seu quarto com a cabeça na almofada, é o que trouxe essa Direita à conversa com o Putinismo.

Não é claro para as direitas que as “Democracias Liberais da Modernidade”, assim as 3 palavras juntas, não sejam mesmo um problema para o mundo. Não levam isso para o banco. O facto de ter a palavra Democracia e a palavra Liberal não é suficiente para não desconfiar da tal palavra que se sucede que é a modernidade. Mas que modernidade? Quem nos explicou o que isso é?

Eu, o singelo eu, partilho a desconfiança dessa modernidade. A desconfiança de não me ter sido explicado em que se diferencia esta modernidade da diversidade e interseccionalidade  que nos engolfa e engole no quotidiano, da modernidade catastrófica e suicidária do precipício penhasqueira do fim da era romana ou da anterior mesmo a essa, a modernidade do abismo do fim da idade do bronze. - Sabem de onde vem a “história” de Sodoma e Gomorra, não é? – Vem do estado das sociedades (presumo que algumas) nos anos que antecederam o fim da idade do Bronze, o ano do fim da civilização como é conhecido o ano de 1176 antes de cristo. Foi essa “história” que passou para a bíblia sob a forma que passou.

E por isso, que se lixe o Putin e a Rússia, até que se lixe a Ucrânia (ah pois é), se a contrapartida for deixar de questionar essa nova modernidade que não está de todo explicada ou sossegado os nossos espíritos que não se trata meramente do terceiro suicídio civilizacional do Ocidente!  

Como nos dois casos anteriores as pessoas podem bem estar a caminhar sem questionar para tal penhasco e dali se cai durante séculos anos até se voltar a erguer.

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Fossem as preferências políticas das pessoas uma mera questão de gosto e não haveria problema algum. Mas não é!

Eu gosto de ir lembrando que ser de esquerda é não passar a boca, e por arrasto o pensamento, pelos nódulos autorreferencias, ou pathways neuronais, que são autorreferenciais.

Por isso a Mariana Mortágua defende moralidades flawless para os outros mas para ela já não há problema em encher mais um pouco os bolsos à margem das leis que ela impõe aos outros, ou que o BE despeça empregados à bruta e na extensão máxima punitiva da lei possível ou que a Ana gomes, impoluta das impolutas da moralidade pague IMI de 300K por casa que vale 2ME ou até que faça obras que no senso estritamente legal seriam… ilegais.   -  E se vocês acham que o fazem intencionalmente estão equivocados.
Ao constatar o ocorrido se pudessem ser vocês mosquinhas e observar as feições destas pessoas repararia que estão genuinamente confusas com a situação porque nessa altura estão a navegar nos outros pathways (AVO) que não são o seu default e isso cria-lhes uma dissonância cognitiva que é onerosa. Existe confusão sincera que, também convém lembrar, não leva muito tempo a ser resolvida no cérebro destas pessoas porque resolução de dissonâncias cognitivas é realizado na Anterior Cingulate Cortex e isso é a praia deles. Já se fores de direita, dissonâncias levam muito tempo a ser resolvidas ou aceites pelo teu cérebro porque não te é natural fazê-lo.        

https://www.journals.uchicago.edu/doi/10.1086/719586

Este tipo de estudo que aqui trago são particularmente deliciosos porque me lembram das tentativas que amiúdo ocorre por parte dos esquerdoides para mostrar que as pessoas de direita também são hipócritas. Contudo começo a ter suspeitas sobre a Universidade de Chicago e sobre que está nos departamentos de sociologia e psicologia porque amiúde sai coisa que são delícias.
Já há tempos tinham ido perguntar aos sítios mais Liberal e woke de Chicago, que são as zonas mais ricas da cidade, são os tais 1% da cidade, porque eles defendiam uma maior distribuição da riqueza… para descobrir que aqueles 1% se consideravam de classe média e por isso não era a eles que se devia tirar o dinheiro mas sim aos outros os tais outros que são urricos
Aliás estudo já replicado na Alemanha, em Frankfurt.   Olha a tal modernidade que nos vai matar a todos,.. é esta.

Mas voltando ao paper.
O estudo diz:

As pessoas de direita só aceitam handouts se estiver associado a um trabalho, se não ... rejeitam. As pessoas de esquerda aceitam esses handouts sem qualquer condição. Aliás o estudo é claro que quando menos estiver associado a um work requirement  mais os liberal esquerdoides aderem a esse programa. Os de direita, sentiram grande relutância a aceitar ajudas que não estivessem associados a alguma contrapartida de trabalho da parte deles.

O estudo até vai ao ponto de identificar que os Liberal, os esquerdoides, fazem uma análise de custo/beneficio instantâneo e parece ser esse o mecanismo que os governa e leva a preferir até e em primeiro lugar os benefícios que não lhes exigem nada em troca.

Que digo eu há 10 anos sobre a ACC (Anterior Cingulate Cortex)?  - Além do error detection a ACC é responsável pela avaliação do custo/beneficio para a pessoa no momento e instrói depois o resto do cérebro. A Mariana Mortágua foi vítima (coitadinha) desta armadilha, malvada com certeza, dos seus pathways neuronais default.

18 Mar, 2022

Who we are...

Uma curta, só para lembrar o que deve ser lembrado especialmente agora que o nosso Presidente regressou de Moçambique.
Mas a verdade é que já li o estudo há algumas semanas e nao queria deixar passar mais tempo.
Que toda a gente é descendente e um violador e de uma mulher violada é bom que se comecem a habituar.  Que toda a gente é descendente de um colonizador e de um colonizado costumava também ser um dado, uma verdade. 

No entanto parece que temos que voltar a frisar o que em tempos era óbvio, até por raciocínio lógico. Quando assistimos a um recrudescer das tangas pós-modernas de que até a verdade é a construção que jeito der na altura, convém começar a carregar na realidade sempre que a oportunidade se apresentar.

Capture beleza.PNG

https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2022.02.07.478793v1.full.pdf

Convém assim e devido a isso ir lembrando, nomeadamente aos Angolanos e Moçambicanos, mas aos africanos em geral, que eles também são descendentes de colonizadores. Os Europeus colonizaram a América, os Bantus colonizaram África. A mesma coisa.  

Acima é um estudo de há uma semana, sobre os Bantu de Angola e de Mozambique.  Já aqui falei sobre a colonização Bantu de África que não foi assim há tanto tempo. Neste caso, acima, reforça o estudo que essa colonização Bantu foi feita com muito pouca admixture com as pessoas que antes viviam nessas regiões, que a supremacia Bantu, nomeadamente nos últimos dois milénios, teve interligações entre as populações de Angola e de Moçambique durante especialmente o ultimo milénio trazendo alguma ligação entre as duas comunidades. Isso quer dizer que esse povo colonizador se identificava bem entre si como iguais, fomentava as ligações entre si e, e, dos que por lá viviam pouco restou. Das populações ou da genéticas deles na maioria das populações nao ficou nada de monta. Algumas destas pessoas habitavam aquelas zonas há mais de 100 mil anos! É a vida, é assim, por todo o lado do planeta -  Estão a ver, assim como os Europeus na América que pouco ou nada fica da genética indígena nas populações europoides da atualidade.

Este estudo conta com a colaboração, ou ela é a principal autora do estudo. Já nem sei se Sandra Beleza e a mãe ou a filha, mas pese embora mais antigos, li bons estudos de Beleza et al especialmente do tempo dos papers mitocondriais (mas penso que esta é a filha, que está na University of Leicester, Department of Genetics & Genome Biology, Leicester, UK).

E se alguém ainda tinha dúvidas sobre o estudo sobre o ADN de Shum laka, neste estudo acabadinho de sair da prensa e com muito mais genomas por toda a África não deixa margens para dúvidas:

"

Ancient DNA and deep population structure in sub-Saharan African foragers
...Demographic transformations in the past approximately 5,000 years have fundamentally altered regional population structures and largely erased what was, by the Late Pleistocene, a well-established three-way cline of eastern-, southern- and central-African-related ancestry that extended across eastern and south-central Africa. "

https://www.nature.com/articles/s41586-022-04430-9#Sec7

E prontos, deixem-se de tangas. Descendentes de colonos e colonizadores somos todos. A realidade é mesmo uma bitch.
Como tudo na vida e muito em pendulo, e o dito haverá de vir para ou outro lado e nesse caso o estabelecimento de novas regras de, chamemos-lhe assim, conversa entre pessoas será bem diferente do que é hoje em dia. E muita gente nas novas gerações alicerça a sua identidade em pilares de vitimização e para essa gente a bordoada vai doer.

18 Mar, 2022

Generais

Uma das minhas posições em relação ao CHEGA é que teria chegado o momento, fosse ou seja André Ventura clarividente o suficiente, de começar a correr com os velhos desbocados apesar de terem sido essenciais, pivoteal, à afirmação do partido. Deve começar agora o momento da geração seguinte, a geração dos apessoados e temperados.

Deixei passar algum tempo até comentar. Aliás no passado já me tinham dito que no início do partido houve até pessoas que estavam perto da direção e que há primeira oportunidade escreviam coisas impensáveis nos Facebook. E que André Ventura fez da limpeza desta gente a sua prioridade. E assim o conseguiu.

Sim até pessoas com o Tilly tem que ser colocados fora do baralho e pessoas como o miúdo Gonçalo a ganhar protagonismo.

Se não veja-se o caso de Tânger Corrêa e as suas declarações no inicio das hostilidades na Ucrânia. Presumo que André Ventura o tenha chamado e tenha dito, “óH balde de merda, diz lá mesmo o que querias atingir com o ir a correr para o Facebook ou Twitter escrever o que escreveste!?
Não estou a fazer um juízo de valor sobre os talentos do embaixador. Estou a dizer que o facto de ter sido um dos nossos diplomatas que pressionou sempre os limites do que era aceitável nao fará dele um bom representante de um partido político que quer afirmação, leia-se mais votos. 

E a verdade é que Tânger Corrêa queria dar a opinião dele. Porque ele existe, a mãe dele pariu-o e já há muito tempo e por isso ele tem que deitar para fora o que quer que passe pelos neurónios. Nem conceberá a vida de outra forma.
Em abono da verdade é essa característica que permite a coragem de ser os primeiros a dar o peito às balas por um partido tão mal-amado. Mas quase, quase, limpou o banho de esterco em que o PCP e em parte o BE se meteram com as afirmações que fizeram no início da invasão da Ucrania, não foi?

Mas pragmaticamente é esta gente, tal como os generais quando acaba a guerra, que tem que ser executados, neste caso figurativamente, claro, também o CHEGA terá que fazer a limpeza da elite que o criou. É assim, é a vida.

Porque esta gente está ali porque tem um ego do tamanho dos sorrisos e anuência dos amiguinhos da vida toda que sorriam enquanto eles falavam nas jantaradas.
E, para grande espanto dos próprios, além do ressentimento que se seguirá, este pessoal terá que ser afastado por André Ventura.  - Ajuda, que instale a lei da rolha mas não será o suficiente porque esta gente vive do ego e do narcisismo por isso nada disso resulta na contenção do ressentimento a não ser o excisar e de preferência á bruta.

Penso que virá o dia.

Capture Casualties.PNG


Pode parecer que tenho algo de misógino. E não tenho dúvida que qualquer feminista, especialmente desta terceira vaga, olhará para mim com horror.  

No entanto, e entendendo que é difícil olharmos para nós como outros de fora o fariam, nesta minha perceção de que não sou de todo misógino por exemplo não considero minimamente aceitável tornar inacessível a carreira de militar a elementos do sexo feminino ou criar qualquer tipo de clube em que se exclui pessoas do sexo feminino só por elitismo da instituição ou organização. Já se for para manifestação masculina concordo se for para ambientação feminina de outros grupos também concordo.

No entanto sinto-me constrangido ao ver a sucessão de imagens militares a passar nas televisões, sites e conteúdos digitais no ocidente em que deliberadamente, refletidamente, com a centralidade intencional na imagem, nas entrevistas, no sketch, em que o elemento identificador é uma mulher. -  Pessoal, não é, obviamente, o facto de ser uma mulher é sim o facto de construir uma mentira uma alienação da realidade como ela existe mesmo, no batente do real a cada segundo, muito longe da mentira que é o marketing sociopolítico e que tornará o niilismo bem mais fácil de implementar, não é?

Falar sobre militares em prontidão, guerra, combates e mostrar mulheres é só bizarro. É aquela coisa de descrever a sexualidade humana e mostrar um número inusitado de LGBTQ como se a sexualidade não fosse a norma dos 95% mas sim a norma fosse a peculiaridade de uma minoria de 1-2%. É bizarro! - Isto aproxima-se mais de Misandria (ódio ao Homem) do que qualquer outra coisa. Parece insuportável para esta modernidade doentia que se instalou que exista situações em que os homens assumem protagonismo. Ainda por cima numa questão existencial como esta.

Eh pá, agarrem-me que eu volto a Dugin.  Aliás, é isso que ele fala na sua luta contra o liberalismo ocidental em que ele deixa claro que é o liberalismo moderno, é essa modernidade dos exemplos acima que ele considera descabida, que é o inimigo, e não o liberalismo ou a democracia enquanto conceito, mas sim a sua aplicação na modernidade como o ocidente a quer impor a todo o planeta. Explicando ele tal como o comunismo é no papel tão apelativo mas na prática é sempre nefasto, ou o fascismo nacionalista parece um hino mas na verdade descamba para o exagero ostracizador também com as democracias liberais se passou para o outro lado, demasiado, nefasto.
E isto explica Dugin. Gajo inteligente, só é pena que não tenha explicado a Putin que não é de certeza invadindo e bombardeando os outros que explica ao mundo seja o que for. 

15 Mar, 2022

Príncepes...

Confesso, apesar de conhecer de nome há diria décadas, nunca Bernard-Henry Lévy me suscitou grande interesse. Sentia na minha memória que era muito apreciado em alguns círculos, mas para vos ser honesto nem sabia bem se ele nadava no lago da esquerda ou na piscina da direita.

Aliás, ainda hoje não sei. Mas fui ouvindo e lendo sobre ele desde o início desde conflito Russo-Ucraniano em muito fomentado pelo interesse que me suscitou no seu debate com Alexandr Dugin.

Depois fui assistindo a variados debates que teve com até espante-se o assessor de Donald Trump Steve Bannon ou em geral a elite intelectual Americana e Europeia.
Após ver alguns dos debates, e não querendo entrar no conteúdo, algo me pareceu saliente em todo o ensemble dele, e algo a que eu me considero particularmente sensível, que é o puro, não adulterável e dripping privilégio que ele destila a cada frase.  - Para se ver assim o mundo, tem que se ser príncipe. E tem que se ser realeza há muito tempo.

Muita da responsabilidade por este disenfranchise das pessoas no ocidente com as suas sociedades advém da falta de respeito que pessoas como Bernard-Henri sempre mostraram pela lei das coisas e pelas coisas que não são lei. Os tais fatores descritivos das sociedades, que não são normativos, e que pessoas como Bernard têm verdadeiro horror de ter que ser cingir ou ter que respeitar. Isso é coisa de pobre. Mas depois como pobre, especialmente pobre que acha que não é, tem a mania das grandezas e revê-se em pessoas como Bernard-Henri. É tramado.  Das várias intervenções de Bernard-Henri fica-me continuamente a irritação pelo postering, pela procura de trazer vítimas para a conversa porque com elas no meio não me podes tocar.

Mas fui tentar perceber, mais do que tipo de filósofo ele era, o que era como homem já imbuído da suspeita do que iria encontrar.

E rapidamente descobri que por exemplo quando numa das suas diatribes se viu retido em Sarajevo pela artilharia e snipers sérvios o Presidente francês Mitterrand mandou um jato  da força aérea busca-lo para se poder casar a tempo lá para os lados de Cannes. -  Se isto não é de Príncipe que é então? 

Deliciosa a resposta, de nobreza, que ele deu quando confrontado:
Don’t you think that’s why people hate you?” I asked him. “What was I supposed to do? Not get married?” he answered. “Mitterand owed me, I helped him save face in Bosnia. I did so much for the French government, in the name of the French government, that it was really the least they could do to help me fly there.”

Aliás, voltei depois a ver o debate dele com Dugin e não entrando pela minha discórdia com a visão do mundo de Dugin, partilhei no entanto o desprezo escondido deste para com o aquele.
Não consigo deixar de achar que estou farto dos dois tipos. Tanto dos Dugin como dos Bernard-Henri. Que venha qualquer coisa de diferente por amor da santa.

13 Mar, 2022

Eles foram avisando

Acho incrível esta entrevista de Aleksandr Dugin em 2016. Nem é a melhor, mas é já de si reveladora e em poucos minutos nos diz ao que vinham.

Capture Dugin.PNG
https://www.youtube.com/watch?v=GGunRKWtWBs

Se admitimos a influência de Dugin em tudo o que Putin faz, que a visão do mundo de Putin é melhor representada, mais do que qualquer outra pessoa, pelo que Dugin nos diz… como é possível que não tenhamos levado a sério os russos na última década. - Eu sei que agora é fácil eu falar. Mas eu não faço disto minha profissão. Eu não sou jornalista nem político. Mas se fosse fica-me a sensação que teria feito melhor. Basta dizer que tenho um cérebro de direita por isso quando me cheira a fumo, procuro fogo.

Dugin diz tudo. A nossa (deles) verdade, a multipolaridade como única opção, a intervenção Russa na Síria por principio, a Ucrânia como um aviso que aquilo é o meu quintal nem pensem em fazer nada, o fim dos EUA como o único boss man mas aceitando que pode ser um dos mas não o único…  O desprezo que existe pelo Ocidente, o desprezo pelo liberalismo decadente, a asserção no mundo que a tal alma russa existe e é uma âncora no mundo. Ou deveria ser, ou algo assim do género, esteve durante décadas a medrar naquela parte do mundo, abertamente e só não quisémos ouvir.
Nós podemos estar a olhar para isto tudo como uma bizarria do maluco do Putin, mas ele estará a olhar para isto como o momento da grande batalha do século XXI.  E quando assim é, tens que ser muito burro ou pelo menos por demasiado alheado da realidade.
Na discussão dele com  Bernard-Henri Lévy vs. Aleksandr Dugin – Nexus Symposium 21 September 2019,  (https://www.youtube.com/watch?v=x70z5QWC9qs) Dugin explica porque têm que invadir toda a Ucrania! E, nem Bernard Lévy ligou nenhuma ao que ela acabava de dizer. Encontramos Alexandr Dugin em foruns de discussão intimistas com Anthony Blinken o atual secretário de estado norte-americano e nunca escondeu a perspectiva deles. O nível de arrogância que temos que ter, não é?

E ele, Dugin, não deixa de ter razão em aspetos como por exemplo quando ele diz a nossa verdade é tão valiosa como a vossa verdade. Se disserem que a imprensa russa é bias então eles dirão que a imprensa ocidental é bias. E ao final do dia, alguém tem dúvida? Alguém tem dúvida que o liberalismo social progressista Ocidental, especialmente na última década, é ofensivo para um conservador especialmente se estiver a olhar de fora para dentro? 

E Dugin, concordando ou não com ele, sabe o que diz. E o que ele diz provávelmente está mais perto do sentir dos milhares de milhões de pessoas que não são ocidentais. -  Aliás, tenho dúvidas até que ponto por exemplo os portugueses não partilharão a aversão dele ao progressismo social Ocidental que atinge o seu apogeu no que considero ser a loucura dos EUA nos últimos anos. 

Que a imprensa ocidental é bias, até eu me queixo disso a toda a hora. A imprensa Ocidental é bias, castradora e opressiva para qualquer pessoa, grupo ou identidade que se insurja contra as meta-normas bem definidas e que são locais, nacionais, regionais e até universais na sua constituição, e acima de tudo desenhadas por um liberalismo progressista que em momento algum nos mostrou ser solução seja para o que for a médio prazo. Deixando passar tempo suficiente todas as redes (network) se hierarquizam e claudicam. Como no fascismos. Na imprensa ocidental tudo obedece a pergaminhos, preceitos e narrativas oficialmente chanceladas por movimentos culturais que não tem provas, nenhumas, de que são uma alternativa válida para as construções de séculos que sustenta nesta altura o mundo. Zero.  Eles pelo lado da Rússia mandaram isso tudo para as urtigas.

Dugin meramente nos diz que fizemos o mesmo do nosso lado (deles) e também temos as nossas narrativas bem oleadas na nossa imprensa para o nosso povo. Com isso recriamos a alma russa.  – Pois se é assim connosco e serve para o nosso lado, tenho que aceitar que sirva também lá para o lado deles. Não sobram exemplos em que me insurjo contra o
kayfabe oficial e como se castra totalmente qualquer desafio às meta-normas, certo?

Aliás, terá sido a nossa obsessão, nossa no ocidente, de recusar ver o mundo entre nós e eles é que nos trouxe até este momento.  – Meu caro existe eles e existe nós e a vida é o criar e recriar do nós. É só ver como o cheirinho de ofensiva Russa nas fronteiras lá do leste subitamente somos Europeus, temos fronteiras, gostamos de patriotismo (Ucraniano), gostamos de militarismos e marcialidades.

Percebo o risco da porcaria do “nós” e do “eles” no que toca a criar narrativas que nos levem até becos de onde é difícil sair. Mas a verdade é que não é por fingir, pretend not to see, que também evita estarmos neste nesta posição em relação à Rússia, pois não? E o nós não tem que ser necessariamente como antagonista do eles mas sim a afirmação que eu sou definido por tudo o que os terá trazido até aqui e quero preservar isso para o futuro.

 É por vezes dizer que sou como sou e é assim porque é assim! Eu sou daquelas pessoas que logo no ataque à Geórgia, bem antes de se chegar à Crimeia, se deveria ter intervindo transformando os russos numa nação sob observação e começar logo a cortar os canais de conversa com eles. Porque se na Geórgia era bater o pé e nunca aceitar a parvoíce da situação da Ossétia do Sul, isto nunca teria chegado à Crimeia onde por acaso acho que se devia ter tido em atenção o desejo da esmagadora maioria da população, algo que a Ucrânia também não fez. Ao final do dia se 90% quer ser russa ou independente então algo vai mal no reino da Dinamarca se te opuseres, certo?

Volto a dizer, ao final do dia tens que dizer que és como és, somos quem somos, e se não gostes não comes, se não quiseres não fiques, mas sempre que me chateares levas na fuça.  Poderá haver muitas formas de o afirmar, entre elas a minha que nos diz somos o Ocidente, somos os filhos dos Bell Beakers por isso somos os mais badassmotherfuckers de todos (brinco), mas nunca será, ou passará, por aceitar tudo e todos e tudo de todos. 
E com a Rússia fizemos exatamente o oposto, apaparicando, apaziguando, demonstrando a cada sessão que eramos mesmo push-overs de merda a quem se pode fazer tudo, exceto talvez chamar pelo pronome errado ou dizer que os dilemas do LGBTQ não estão no topo da minha lista de preocupações!

Olho para Dugin com respeito, mas não me iludo, porque em cinco minutos na mesma sala com o personagem e teria zero de dúvidas que ele era o inimigo. Não preciso de ver o tubarão basta ver a barbatana!

11 Mar, 2022

Quem nós somos!

Nesta altura, para ser honesto, só resta esperar o pior.
Como vos disse vamos entrar na altura em que o VMPFC pouco intervirá em decisões operacionais no teatro real da guerra e daqui para a frente o romanticismo que tem estado de mão dada com estre clusterfuck vai desaparecer. Temperaturas baixas, sem acesso a energia, sem água e comida…

Gostava que isto tivesse tido outro desfecho.  

Mas gostava de falar desta imagem. Os refugiados ucranianos não deixam os seus animais de estimação para trás. Este é o meu povo.

Os cães estão connosco, humanos há bem mais de 10 mil anos de refugiados e fugas porque nós nunca os deixámos para trás... Nós quem? Europeus.
Faz mais de 8 mil anos que encontramos cães enterrados com cerimónia e há mais de 6 mil anos com os seus donos. Esta relação dos Europeus com os seus cães é um dos traços mais definidores da interceção do quotidiano na forma como os europeus vivem as suas vidas.  -  Na península Ibérica temos imensos casos com mais de 5000 anos, e em Portugal temos o cão de muge, o mais antigo cão do pais, ali antes de chegar a Almeirim, com 7.600 anos! Aliás, durante anos nos tentaram convencer que o Haplogrupo mitocondrial A dos cães tão prevalecente na europa tinha vindo do leste… e Ana Elizabete Pires, a nossa zoo-arqueologista e zoo-geneticista, lá mostrou que o haplogrupo A era praticamente a totalidade dos cães em Portugal desde o mesolítico e assim continuou a ser nos dias de hoje, logo essa tanga de ter vindo do leste ...

Seja Shulaveri-Shomu, seja LBK culture ou Starcevo-Cris , seja Glockenbecher alemão o povo de muge aqui no estuário do tejo e sado, seja yamanaya, Boian, gulmenita, depois as vastas populações já na idade do cobre, no calcolítico, as populações Corded ware e os nossos pais ancestrais Bell Beakers lá estava os seus cães. Na verdade, mesmo antes, qualquer outra cultura europeia desde o início do neolítico o cão esteve sempre a seu lado nas fugas e transições inteiras de culturas de um lado para os confins mais distantes. Voltando da casa, do pastoreio ou chegando com os seus cavalos, arcos e flechas a novos territórios lá os seguia o enérgico cão.
Quando percorreu o mundo enquanto fonte, alfa e ómega, na criação do mundo moderno lá esteve sempre o seu cão consigo.

E assim existem cães por todo o planeta.

Cão é sinonimo de europeu. E orgulhosamente, entre as coisas que diria involuntariamente sinto orgulho de ser Europeu, coisa hoje em dia tão rara, está imagens de mulheres com os filhos que mal conseguem andar por si e com os seus cães ao lado ou até ao colo como nesta imagem. – esta imagem é a imagem milenar de um Europeu!

perdoem o corriqueiro do post nesta altura de guerra mas é  só mais uma, das tantas, pequena coisa singela onde os Ucranianos nos lembram o que é ser Europeu, não é?

Vamos mudar de assunto. Visto estarmos todos vivos.

Um dos assuntos que aqui vos falei é do protocolo para não envelhecer. Estas coisa tem a tendência para ser peculiares na forma como se introduzem nas sociedades sem ser propriamente com pompa e circunstância.
Eu acho mesmo que resultam. E não é opinião pessoal ou mera crença. Acho que esses suplementos perfeitamente acessíveis deviam ser um must para qualquer pessoa a partir de certa idade, digamos 40 anos, sendo que tão mais uteis serão quanto maior for a idade da pessoa. Por exemplo, como aos 60 anos acontece um crash metabólico nas pessoas nada deverá ser mais útil do que restabelecer esse equilíbrio.  

Globalmente incrementar NAD nas células do seu corpo, deixar AKG andar pelo seu corpo a ajudar em processos celulares básicos no Krebs cycle e glutathione peroxidase, tomar Fisetin como senolítico para matar células senescence uma vez ao mês ou até, porque não consumir Omega-3 ou vários metais e vitaminas, seja a D3, K e Mg é só básico desde que se perceba que vitaminas e metais pouco conseguem mesmo fazer por si só. –Ao final do dia é-me óbvio que só quem não experimentou os protocolos existentes durante um ano pode ter dúvidas sobre o que significará para o seu bem-estar.

Olhem, pensem só que se o CaAKG (calcium alfa ketoglutorate) funciona ligeiramente melhor no sexo feminino, o aAKG, (Argenine…) tem por exemplo efeito imediato no build-up de NO (Nitric oxide) que como devem saber é o que provoca ereções masculinas. Tomem aAKG, como o pessoal do ferro faz, e verifiquem o tamanho do pénis flácido.  Mas cuidado, os estudos até agora publicados sobre longevidade e rejuvenescimento do methylation do ADN são sobre a utilização de CaAKG, pese embora e por outro lado eu tenha visto os próprios autores a dizer que na opinião deles é o AKG que funciona sendo irrelevante se está bind a Argenine ou a calcium… por outro lado já ouvi o argumento que o Ca ajuda a abrandar o modo como o corpo elimina o que fará uma absorção maior do AKG.

E, lembrem-se que é verdade que com estes protocolos conseguem rejuvenescer (não é impedir é reverter mesmo o envelhecimento) ratos velhos, mas no período de 3 meses  = 8 anos humanos. E o que funciona em ratos não significa que funcione da mesma forma em humanos, não é? Mas a ciência é sólida.

Mas eu disse-vos, das vezes em que falei sobre o meu protocolo, que não só novas versões destes suplementos como o NMN ou NR para aumentar o NAD+ no corpo irão para o mercado dentro de muito pouco tempo, como existem outras áreas que se estão a dedicar a procurar forma muito mais agressivas de resolver o mesmo problema.  
E, obviamente, devemos estar a falar de coisas que custarão muito dinheiro, ao contrário dos protocolos acima descritos que estarão ao alcance de muitas das bolsas até dos portugueses. Contudo o que eu digo é que as pessoas devem investigar por si o que está por detrás destas coisas, porque muito advém do espanto que foi perceber que o envelhecimento é ruido que ocorre no topo do epigenoma e não propriamente um escangalhar da máquina como sempre se julgou. -  Quando se os ouve fica a sensação que curar a doença envelhecimento não será nada do outro mundo.

Eu acho que uma das primeiras coisas que vamos assistir, um dia destes, será de repente perceber que o Tom Cruise ou que o Brad Pitt, ou a Angelina Jolie ou outra qualquer celebridade subitamente começar a rejuvenescer a olhos vistos.

Isto não serão coisas de algumas (largas) dezenas de euros ao mês serão coisas bem mais caras e com efeitos brutais. Estamos a falar de utilização de Yamanaka factors ou tecnologia CRISPr para rejuvenescer as pessoas a olhos vistos.

Com yamanaka factors (sendo que Shinya Yamanaka é o prémio Nobel em 2016) , já se foi a ratos cegos, mas cegos mesmo por se danificar, se destruir,  o nervo ótico e injetando esses Yamanaka factors (4 genes! E estes foram só os primeiros a ser usados) que se transformam em STEM cells que sabem o que fazer no sítio onde se encontram como se fossem embrionic stem cells, eles voltam a recriar o nervo e o ratos voltam a ver. E nem é particularmente díficil de o fazer, dizendo que até um estudante universitário com acesso a um laboratório consegue replicar este feito.

Com tecnologia CRISPr que é reprogramação de células também já estão a fazer coisas miraculosas porque se consegue dar ordens a células.

Todos eles que trabalham nestas coisas dizem, pufff, com estas tecnologia rejuvenescer as pessoas será fácil, fácil… difícil será fazer crescer uma perna amputada! – WTF?! - Como será o mundo quando isso acontecer?  

Eu sou daquelas pessoas que estão atentas ao facto de estarmos num pico civilizacional e que sempre que isso aconteceu sucedeu-se uma queda abissal, como que caindo no precipício. Não há dúvida que quando as coisas se tornam muito boas existem pessoas que trabalham ativamente para atirar tudo para o abismo, o tal NFC (need for chaos), uma tentação mortal para o precipício.  Foi assim no fim da idade do bronze, o tal ano de 1177 antes de cristo conhecido como o ano em que a civilização morreu, depois com a queda do império romano cujo output só restabelecido mais de 1500 anos depois. -  Será isto o destino?Mas não deixa de ser curioso se estivéssemos á beira de curar a velhice como doença levando a um brutal aumento da esperança média de vida que seria essa bem menor do que a média de vida com qualidade extrema e fosse nessa altura que lançaremos o mundo para o abismo. Vais, ou irias, morrer aos 110, mas vives relativamente jovem até ao 100! -  E como também sabemos por estudos, e curiosamente, o que mais custa às pessoas na morte é que a festa continue sem eles (! – estranho não é?). Chiça, ser a última geração que envelhece deve ser emocionalmente destrutivo se isto acima for verdade.

Enfim…Já houve a ùltima geração antes dos antibióticos, não foi? Azar.

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