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Não sei se vocês de lembram do dia ou evento em que perceberam que o mundo estava ao contrário.
Eu lembro-me. Lembro-me do dia 5 de Junho de 2004, faz hoje 17 anos, e esse dia só ficou marcado na minha então jovem personalidade alguns meses depois no dia 11 de Novembro do mesmo ano.
No referido dia 5 de Junho ficou-me na memória a pouca atenção que foi dado em Portugal à morte de Ronald Reagan. Lembro-me que no telejornal que via nem foi abertura e por uma razão qualquer até deram a noticia lá para o meio-fim.
Na altura pareceu-me algo profundamente ingrato. Mas depois percebi que era meramente o air du temps que aí vinha.
Para mim o ex presidente norte-americano tinha tido uma importância vital na vida do planeta. Tinha derrotado o comunismo e eu nessa primeira década do século XXI vivia imenso o milagre, o impossível acontecido, aquele que terá sido até hoje a par com a explosão da agricultura o maior fenómeno humano reportado que foi a globalização e a vitória do capitalismo terem retirado da pobreza extrema mais de 2 mil milhões de pessoas na década de 90, na década após Ronald Reagan ter derrotado o império do mal, a influencia da União Soviética no planeta que impedia essa capitalização de um mundo que industrialmente se aproximava, logo algo que se assemelhava a um milagre para os mais pobres e desfavorecidos. – Percebi bem nessa altura como funciona mesmo a esquerda.
Ora, alguns meses depois, a 11 de Novembro, morre Yasser Arafat… e Portugal noticioso explodiu em frenesim. Lembro-me da interrupção das programação durante a tarde, das horas ininterruptas da TSF, do continuo da SIC Noticias com pessoas a entrar em direto uma atrás das outras que se prolongou pelo jornal das 8. Dir-se-ia que tinha morrido a segunda encarnação de Cristo… ou Maomé.
Nesse dia percebi.
E desde esse dia não deixei de o perceber em muitos dos eventos que se seguiram.
Desde esse dia percebi também que é tudo uma questão de tempo. Infelizmente lá chegaremos sem apelo nem agravo. Não há que antecipar, temer ou lamentar. Infelizmente é meramente o destino.
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