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Convém tirar do caminho algumas pedras. Vamos começar pela direita. O estereótipo é: racista/xenófobo.
As pessoas ideologicamente de direita são conservadoras e como tal apegadas às características do seu próprio grupo. Contudo o racismo/xenofobismo das pessoas de direita é por estereótipo (Schreiber et al). Na verdade os “racistas” de direita não ligam mesmo nada à raça da pessoa. Ligam ao estereótipo que é construído sobre a mesma. A partir do momento em que determinada pessoa, independentemente da sua raça, é contextualizada fora do seu estereótipo não é registada recrutamento da amygdala e redução da actividade no Medial prefrontal cortex. Todo o driver deste comportamento se centra na instintiva aversão que estas pessoas têm ao norm violations. Aliás estudos anteriores já tinham registado a curiosidade de em experiencias com doação de verbas as pessoas de esquerda manifestarem um maior racismo do que as pessoas de direita. É que a amygdala não é activada pela raça é activada pela percepção de ameaça. E isto é importante porque entender alguém de direita é entender essa aversão natural que estas têm ao Norm violation, não exactamente ao outro. Ou seja racismo/xenofobismo da direita não tem nada a ver com a cor da pele, naturalidade, ou outra forma de identificação, visto a reacção neurológica ocorrer na mesma forma e medida mesmo que a pessoa identificada com a violação da norma tenha a característica racial, ou outra, igual a quem faz o julgamento.
A redução drástica da actividade na Medial prefrontal cortex (debaixo do VMPFC), necessária à desumanização de quem é percepcionado como outcast não ocorre de todo correlacionado à raça mas sim a essa violação das normas sociais. Não deixa de ser curioso que o conselho que se deveria dar a alguém de, por exemplo, raça diferente do grupo dominante deveria ser o que de não actuar de acordo com o estereótipo que lhe está associado mas sim fazer um esforço para respeitar as normas pelas quais esse grupo dominante vive e morre, e ao invés aquilo que se vê incentivado pela esquerda é para que se relativize ao máximo as referidas regras tendo em consideração as características (regras) intrínsecas a esse (s) grupo (s) minoritário (s).
E isto é importante porque a violação das normas está no centro da necessidade de qualquer forma de governação. Daí que este mecanismo seja essencial para a existência das civilizações.
Assim já se entende que não é por mero acaso que instintivamente a esquerda procura por todos os meios destruir os estereótipos. A destruição dos estereótipos pode muito bem representar a destruição dos mecanismos que sustentam qualquer sociedade (existente) e se a adição de pessoas de características diferentes num grupo dominante só é pacífica com a imposição inexorável do cumprimento das referidas regras sociais que fazem com que todos sejamos iguais (aparentemente assim é, para as pessoas de direita pelo menos), que pretende a esquerda? Que pretende este fenótipo de pessoas que só se sente verdadeiramente atingido se as pessoas que originam o comportamento adversativo para consigo forem da mesma raça (estranho) e não se forem de raça diferente? Serão as pessoas ideais para liderar as mudanças?
Pode-se legitimamente argumentar que os estereótipos são uma forma errada de caracterizar qualquer grupo… mas aí não se entenderá porque as pessoas de raça negra tem exactamente a mesma reacção de threat reaction perante pessoas da sua raça (lieberman et al) e não o têm perante pessoas de raça caucasiana.
Pode-se legitimamente argumentar que a descaracterização de qualquer grupo minoritário em favor de regras que lhe são exógenas é uma agressão… Mas aí tem que se se entender que o não cumprimento das regras sociais também é uma agressão para com, pelo menos, uma parte considerável da população residente. - E agora? Até que ponto se vai criminalizar as pessoas que manifestem opiniões racistas?
Everyones A Little Bit Racist
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