A Quarta
José Manuel Fernandes (observador) escreveu….
“Diz-se que a França tem a direita mais estúpida do mundo. É mentira. A direita portuguesa é pior. A começar por não perceber o essencial: convém sair da bolha e escutar o que os eleitores têm a dizer.”
Eu não concordo. Portugal não tem direita!
A ironia matou. A ironia de uma Direita que só tem sucesso se falar esquerdalhês (logo não existe verdadeiramente) devia fazer toda a gente pensar.
Não vou escrever banalidades sobre os cânones da direita, ou catálogos de autores de referencia que uns mais outros menos já lemos. Mas meramente lembrar que direita é gostar de nós pelo que fomos, pelo que somos e pelo que queremos ser. – Os três tempos são indissociáveis. – Acreditam que alguma destas coisas é relevante para os tugas?
Muito devido ao 25 de Abril, com a tomada de poder pela esquerda, toda a linguagem permitida, todas a narrativas, histórias, perspetivas não fogem do Care/harm/fainess/Justice… Care/harm/fainess/Justice… Care/harm/fainess/Justice.
Nem é permitido outro tipo de língua, expressão, de qualquer pilar moral que não seja estes dois. Basta ler a linguagem jornalística, a linguagem da opinião escrita e televisiva. Quando é que ouviu, mesmo opinion makers atribuídos à direita, a falar na TV sem ser através do encapsular numa narrativa daqueles pilares morais acima mencionados e que são os únicos que a esquerda possui? Nunca. Curiosamente nem soa bem em televisão hoje em dia.
Marques Mendes, Marcelo, Paulo Portas, etc, etc. Falam direitês à mesa de casa mas o seu sucesso televisivo deve-se ao facto de ser fluentes em Esquerdalhês.
Mas passemos aos descritivos, aqueles que não resultam de uma prescrição universalista (não matarás, não roubarás, etc) e que só as pessoas da direita possuem (Jonathan Haidt).
Mas que resta em Portugal do que é descritivo, que bind and blind, e que nós portugueses valorizamos? Nada! Por isso só falamos de futebol e do hedonismo do momento: Festivais de música, festivais de comida… festivais, festivais.
O Ponto é: Loyalty/betrayal , Authority/subversion, Sanctity/degradation são coisas que cada povo à sua maneira cria, desenha e convenciona. Passa a ser o “é assim porque sim”. Sem isto não tens verdadeiramente um país, não por muito tempo.
E ao contrário dos prescritivos e universalistas estas convenções, convénios descritivos, não devem ser lavrados, tanto quanto possível, em a lei. Deve ser a lei da terra, de preferência não escrita! - Quanto mais leis escreves mais estás a enterrar o futuro do teu país. Estranho, não é?
A direita é suposta ser a representante desse continuum passado-presente-futuro. Pelo menos deveria ser a cola. Em Portugal não é. Em Portugal não existe.
JMF escreve, “convém sair da bolha e escutar o que os eleitores têm a dizer” ? ...Em Portugal? Não o podes fazer porque passas imediatamente a populista de extrema direita. Deves é fazer leis a dizer aos eleitores o que podem dizer, o que devem pensar, o que devem ser, naturalmente desde que em esquerdalhês.
FCE - Fascismo Cultural de Esquerda.
Este é o antigo regime que tem que acabar. Quarta república? Porque não?