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Este mapa é das eleições francesas de 2017. Tudo aquilo que me interessa nesta eleição é arranjar dentro de alguns dias um mapa similar para perceber que ventos sopram. Pode também ser um mapa de quem ganhou onde, mas o intuito será o mesmo.
As cidades, onde Macron ganha, são obviamente importantes. - Mas também são os sítios que a seu tempo implodem. Também Roma, após a sua implosão, nunca mais foi nada de especial. Ainda hoje outros pontos no que é Itália tomam precedência sobre Roma mesmo sendo a sua capital. A implosão de muitas das cidades europeias está para acontecer.
Parece infrutífero apostar tanto na Província, depopulada e sem poder, mas sempre foi ai que as identidades sobreviveram. Aliás a genética mostra-nos que a imperial Roma foi feita pela genética das suas províncias e quando o cosmopolitismo Romano caiu pelo peso da sua multiculturalidade, novamente foi a Província que sobreviveu e voltou a povoar a cidade.
Como um jornalista português notava, os jovens apoiantes de Macron juntavam-se em tertúlias de apoio ao seu candidato nem bares posh nas Gares de Paris onde se amontoavam sem abrigo por todo o lado numa imagem dantesca. O jornalista percebeu a dissonância que aquilo tudo era, com os tais jovens de classe média alta de Paris que nem notavam o ambiente que os rodeava. São imagens do novo cosmopolitismo, da tal cosmopolidade modernaça.
Marine Le Pen, personagem que nunca consigo sequer ouvir ou aturar, terá tido 42% dos votos em França.
Aquilo que poucos repararam nesta noite em que as televisões nos vão deleitar com laudas e emocionada páginas a essa vitória dos “bons” sobre os “maus”, ficará contudo a nota que 42% de maus é muito maus para uma nação.
Tenho para mim ainda o tal número mágico dos 20% de uma sociedade acima dos quais os restantes 80% estarão tramados. Isso funcionará para o mal, mas obviamente também para o bem.
E não nos podemos esquecer que somente 38% dos franceses votaram em Macron. os restantes 62% ou votaram em Le Pen ou nem se deram ao trabalho de sair de casa...
Especialmente quando os “bons” provavelmente logo amanhã de manhã vão começar a preparar os cartazes de protesto contra o “super bom” que acabaram hoje de eleger.
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