Cerejas, é o que é.
E pegando no post anterior uma pequena nota.
Entender o facto que as pessoas de direita são mais dadas aos princípios e as de esquerda mais às causas tem muito a ver com seguinte.
Tem a ver com o “me” e com o “I”. As pessoas de direita são “me” e as pessoas de esquerda são “I”.
O me é narrativo, é o modo como “construction of narratives that weave together the threads of temporally disparate experiences into a cohesive fabric”. O me é o modo como eu me construo subjectivamente, é o eu narrativo. E não é uma coincidência que este eu narrativo, este eu que tem passado e não só presente, esteja alicerçado, em grande parte, no VMPFC e na Amygdala. Ou seja no AOV da direita.
Num interessante estudo de Farb et al, Attending to the present: mindfulness meditation reveals distinct neural modes of self-reference isto é-nos explicado.
Neste estudo Farb demonstra como se desloca alguém deste “me” para o I, mostrando as activações da Insula e do DLPFC (do tal IAD da esquerda). Pegando nas pessoas e obrigando-as a treinar mindfullness, assim como Ioga, assistiu-se a esse abandonar do eu referencial para o eu presencial e do momento, mais interoceptivo.
Pensando sobre o assunto, na verdade, basta fumar canábis que vai dar ao mesmo resultado. Parece que em certos estados dos EUA já estão a ir por esta via. Ainda vamos chegar ao ponto em que vai ser obrigatório antes de ir para escola os miúdos fumarem uma ganza…!