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barradeferro

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É óbvio que esta expressão, aquela frase, das imagens é exagerada quando aplicada a André Ventura.

 Mas não deixa de ser peculiar o trabalhinho do Observador ontem e hoje sobre o CHEGA e sobre o André Ventura.
Uma das coisas que sobressai é a continua desconexão entre as pessoas que “falam” em Portugal e por Portugal e os “portugueses reais”, alguns dos quais até foram chamadas para o programa contra-corrente de ontem. 
Mesmo as pessoas que falam no Observador, e porque não chamar pelos nomes, a Helena Matos e o José Manuel Fernandes, podem ser pessoas dissonantes e professadamente outliers no contexto político, sendo uma raridade como jornalistas, mas continuam a ser pessoas cuja vivência é demasiado urbana, muito centrada, no boutique, no restaurante semi-gourmet dos 40 euros por pessoa, no privilégio do passeio diário do transporte público (que acho que são ótimos em Lisboa ou no Porto) fora das horas de ponta,  do dinheiro suficiente para as férias de 15 dias e para os fins-de-semana ocasionais pela província. – Sim, podem não pertencer à trupe dos bons colégios de lisboa e porto mas jantaram demasiadas vezes juntos.
 

Enfim. São as mesmas pessoas que passam a vida a justificar as faturas no E-fatura que acham que não se consegue validar ou auditar os gastos de 125 Euros distribuídos pelo estado?

 Eu não advogo, de todo, que reduzir a dívida publica não seja um desígnio nacional. Aliás, pensei que era para ser feito em tempos de vacas gordas e não em tempos de esqueléticas que aí vem em 2023, mas enfim.  O que eu digo é que ouvi pessoas que mandavam calar a “velha louca” Manuela Ferreira Leite do PSD e outras tantas que diziam que não era altura de vir com conversas do déficit no seio da crise financeira de 2008, outras ainda, bem de direita, que diziam nessa altura que as pessoas estavam primeiro e por isso o déficit que se tramasse, mas que agora estão chocadíssimos com o que André Ventura disse sobre o ajudar as pessoas no seio da crise e dificuldades financeiras que a classe média irá ter no próximo ano, provavelmente a maior dos últimos 50 anos. -  Eu não sou economista e não sei as contas. Mas se a inflação for 10% e a dívida publica for 130% do PIB… quanto dinheiro a mais teria ao governo para fazer o que André Ventura disse? Mais 30 mil milhões, 35 mil milhões? – Não é mesmo possível um meio-caminho? Não ouvi esses valores em nenhumas das “shibing” que fizeram ao homem e que ainda hoje continuam a fazer. Outra vez e para que não reste dúvidas… não é que eu advogue isso. E também não estou a comentar a entrevista do André Ventura per se.  - O que eu sei , vi e ouvi de André Ventura, nos últimos tempos é que o homem disse ao que vinha há semanas pelo menos.

Para quem não tenha ouvido o que André Ventura tem vindo a dizer! : O PS e a esquerdalhada tem acesso fácil ao poder politico e societal porque faz o discurso que o português do “direito à indignação” e do “Eles comem tudo”  interiorizou e que tão bem foi diagnosticado pelo Mario Soares e que deu a preponderância ao PS nos últimos 50 anos. E até a Direita roubar esse discurso nunca será verdadeiramente alternativa aos “donos disto tudo”!

 Chiça o homem tem dito com todas as palavras qual a estratégia dele para que a direita consiga verdadeiramente fazer-se ouvir pelo povo português e não deixa de ser sintomático que os maiores ataques ao homem nos últimos dois dias tenha vindo de sectores da sociedade que se dizem anacrónicos com esse tal fascismo cultural de esquerda do qual o PS que governa o país nos últimos 30 anos!

Como um chefe estrangeiro que eu em tempos tive dizia, os portugueses são “Crabs in a bucket”. E ele explicou que os caranguejos são colocados num balde e não tens que tapar porque assim que um dos caranguejos chega ao topo do balde para fugir os outros imediatamente o agarram e puxam para baixo.
Lembrei-me imenso disso ao ouvir os comentários, o tom e o escárnio, da dita direita portuguesa. Crabs, meus caros, Crabs.

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