É o racismo deles, não é o teu!
“The social neuroscience of race-based and status-based prejudice”
Sempre que alguém de esquerda falar de racismo temos que encontrar a fórmula correcta de os mandar lidar com o seu próprio racismo e ir chatear quem give a fuck.
Tanto quanto esta imagem está errada, porque aquele feijão no meio, a Amygdala não é responsável pelo racismo como dantes se pensava, também a perspectiva do racismo Woke está errada.
Tudo o que tenha a ver com o cérebro é complexo. As redes neurológicas percorrem percursos específicos mas todos temos todas os pathways, sendo que meramente percorremos caminhos neurológicos preferenciais e assim vemos, experienciamos e vivemos o mundo, o espaço e o tempo.
Este paper “The social neuroscience of race-based and status-based prejudice” (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2352250X18300058) traz à luz algo que vai ser muito interessante para o futuro nas relações humanas e nas sociedades, tanto em Portugal como no mundo.
Tal como este estudo nos mostra, muita da conversa do racismo hoje em dia, com modificações nas definições sempre que lhes dá jeito, aplicação errada de conceitos, tem a ver com o activação das "redes neuronais de controlo" para processar o racismo implícito que eles sentem. É o racismo deles, não é o teu. Aliás, esse facto já me era óbvio ao ler as partes que li por exemplo no livro “white fragility” de Robin diAngelo em que não precisamos ser particularmente perspicazes para perceber que o problema dela é o racismo que ela sente e o facto de ter dificuldade em lidar com ele (o seu racismo). Em Portugal não será diferente com as conversas do André Ventura. Aquilo que os choca não é o racismo do André Ventura é o desconforto que sentem por ter que passar pelo seu próprio racismo e ter que activar o control network no cérebro para normalizar o que sentem, sempre que o André Ventura fala de ciganos.
Para pessoas muito inclinados a “mandar tudo” imediatamente pelo pipeline do ACC-DLPFC que resolve conflitos internos (ou seja esquerdalhoides) tem dificuldades em lidar com o racismo implícito que é inato aos seres humanos como deteção de “norm violation”. Também nos mostra o estudo que basta haver mais contacto com pessoas diferentes e, mais importante, nova e mais relevante informação (additonal target information) sobre aquela pessoa de etnia ou cultura diferente para sossegar imediatamente essa nossa parte mais primitiva.
Lamentavelmente, no momento em que o aumento dos contactos entre pessoas diferentes no planeta e maior normalização ou homogeneidade de comportamentos num mundo global em que acordamos em Nairobi e vamos dormir a Londres ou acordamos em Seul e vamos dormir a São Paulo , nos indiciava a morte do racismo… lá vem a esquerda, com o seu NFC (need for chaos) para provocar revoluções e acicatar novamente o conceito de racismo sob a égide da Igualdade (na desgraça).
Mas vale a pena ler. Apesar de ser difícil de entender para quem não conheça os conceitos básicos aquilo que me foi saliente neste estudo é a participação do ACC e do DLPFC em tudo o que tenha a ver com raça e papel do VMPFC na avaliação de status, especialmente se status moral e não financeiro.
Para alguém como eu que acredita que ser de esquerda ou de direita tem a ver com fatores genéticos que nos atiram instintivamente para um pathway (AVO - Direita) ou para outro (IAD - Esquerda) sendo sempre de lembrar que todos temos todos os pathways, é meramente que preferimos geneticamente ir por um porque nos iniciamos ora na Amygdala (se és de direita) ou na insula (se fores de esquerda) como nos ensinou Shrieber et al., fica a certeza que não será fácil voltarmos a um caminho de futuro em que pessoas de raça e cultura diferentes possam viver em harmonia neste planeta.
Esta conversa, muito bem feita porque é eficaz, de menorar o status moral (ler no paper sobre o VMPFC) das pessoas de raça branca, feito de propósito porque as pessoas de direita sao sensiveis a esse factor, vai ter uma reaçao imprevisivel. Não se queixem depois.