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Equívocos

por Olympus Mons, em 20.02.22

Sobre este artigo do Alberto Goncalves vamos lá fazer uma derivada que me parece pertinente.  

Capture alberto IL.PNG

Quem se tenha dado ao trabalho de ler os post originais ou perto disso deste blog sabe que sempre tive presente a importância de se manter o olho nos mecanismos de game theory para entender a realidade que nos rodeia. Durante 50 anos de experiências bastou juntar as pessoas, voltar a correr o jogo e lá está: Surge a colaboração, dando oportunidade para tal surge na mesma altura e imediatamente os free-riders que cavalgam os outros não contribuindo e assim que é permitido por regras punir os free-riders surge os punishers que são pessoas que até aceitam um custo pessoal para punir os free-riders e com isso manter o jogo a decorrer, só assim existe sequer jogo… Simples e algo a que não podemos fugir.

Isto dito de outra forma, quando o jogo não é por exemplo monetário, ou de teoria dos jogos de bens públicos, mas sim de estruturas sociais passamos a falar de metanorms. - Como postulado por Axelrod nos anos 80 do século passado e que nos mostrou para manter o jogo a funcionar tem que se punir quem seja defectors, os desertores do jogo e só assim o tal jogo sobrevive. Novamente tudo normal.

Como já escrevi, nas sociedades evoluídas assiste-se a gossip (presumo que uma tradução aproximada será maledicência) como o mecanismo preferencial para punir os defectors da meta-norma ao passo que nas sociedades menos evoluídas assiste-se a ostracismo que por sua vez se correlaciona muito bem com o descambar para o conflito. Para que seja claro, as estratégias observadas são gossip-ostracism-conflict.

Mas esta derivada tao grande do artigo do Alberto Gonçalves foi porquê?
Porque, tal como eu disse em outros posts e desde o início da campanha eleitoral para as legislativas passadas, o IL, o iniciativa Liberal, não passa de um partido perfeitamente integrado no sistema de valores que nos trouxe até aqui. O IL morre de medo que ser associado ao CHEGA e com isso ser alvo do tal gossip que se reserva a quem quebra as meta-normas político-sociais que no caso portugueses são as saídas do 25 de Abril e impostas pela esquerda, pela extrema-esquerda, sendo claro que os seus dirigentes assumem que nao tem problema algum com todas as meta-normas da esquerda desde que lhes fosse permitido preservar uma maior fatia dos rendimentos gerados. Quer isso dizer que  O IL vai ser comido no momento em que o novo PSD pousar a sua nádega direita na cadeira do liberalismo económico que sempre foi sua por direito, como aliás me parece ser o caso se o escolhido para a liderança for Montenegro. Nessa altura o IL ficará com o voto de uma camada jovem urbana, betinha e privilegiada, muita dela saída dos colégios privados, para quem perspetivas de ganhar nem que seja 3000 euros ao mês não suportará a sua ideia de qualidade de vida que almejam para o seu futuro. -  De resto o IL é, e nem quer ser outra coisa, essa ala libertarian do PSD que em tudo o que não seja a economia se aproxima da extrema-esquerda com quem se cruza na noite, nas jantaradas e à porta dos pontos cardeais mais elitistas das grandes cidades. Não admira que portanto reclame o direito de se sentar ao lado desta, dos buddies, nas bancadas parlamentares por essa europa fora. 
O IL é parte do sistema que se instalou em Portugal após o 25 de Abril. Como tal será acarinhado e não se prestará a qualquer flagelação por parte desse sistema.

Por fim,
Desde que o CHEGA se afirme como o defector do sistema que resultou do regime e por conseguinte o desafiante da tais meta-normas que nos foram impostas deve perceber o que os espera no futuro próximo.

Quem se assumir do CHEGA deve ter essa noção bem clara. Nesta altura virá o gossip, a maledicência e calúnia em doses gargântuas provindos de todos os lados desse regime e por todos os lados da sociedade. E devem essas pessoas lembrar que ao ser as pessoas que se propõem a quebrar as meta-normas fascizantes saídas da esquerda do 25 de Abril (com o bom vieram essas coisas más) ao final do dia pese embora não seja essa a imagem que assistirão nos media e na comunicação social em geral, as sociedades em geral encaram essas pessoas como sendo mais poderosas. As pessoas do CHEGA já começam a perceber isso, que pese embora a maledicência generalizada nos contactos informais e até pessoais nas suas vidas são abordadas com respeito e até alguma admiração, porque as sociedades civis também reservam essa apreciação e até estima por quem tem coragem de.

E devem essas pessoas assumir que assim terá que ser a sua atuação política debaixo de calúnias (gossip), estando alerta e que devem fazer todos os possíveis para não permitir ou valorizar situações de ostracismo porque não será saudável para a sociedade em geral (porque levará a conflito verbal e se calhar até físico).

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2 comentários

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De Paulo a 21.02.2022 às 11:34

A pergunta que se me põe é se o pessoal do Chega terá essa qualidade. Não toda a gente mas pelo menos os que vão ter mais projeção pública.
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De Olympus Mons a 21.02.2022 às 21:15

Já tive menos certeza e muito mais dúvidas do que as que tenho hoje em dia.

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