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Não deixo de achar curioso a letargia com que se assiste à implosão dos EUA.
E implosão é. Quem assiste ao que os EUA se transformaram nos últimos 20 anos não pode, não pode, ter qualquer dúvida que os EUA para o bem ou para o mal… kaput.
A mim cria-me um sentimento híbrido de satisfação e de tristeza. Eu explico: Pela literatura lida, a lógica diria que qualquer país que ultrapasse os 20% de diversidade tem zero, zero hipóteses de sobreviver. Aos 5% começa a perder vertiginosamente capital social e aos 20% terá nenhuma hipótese. Quando me apercebi disto há umas décadas e era novinho, acabavam sempre por me dizer “Olha lá para os EUA, a maior potencia do planeta…” e eu tinha que concordar. Ora, nem duas décadas depois a matemática bateu certo. - Tristeza porque vai ser uma coisa feia.
Mas perfeitamente aberto a ser feliz se os EUA nas próximas décadas me provarem a mim e á literatura, errados. Mas também por honestidade intelectual devo dizer que não, que já comprei as pipocas para ver aquilo implodir.
E esta destruição da América é a coisa mais natural do mundo.
Sendo eu um apaixonado pela arqueo-genética a destruição é a norma para as etno-génesis das populações do planeta. Lembrar que por exemplo a maior parte das populações do planeta tem menos de 4 mil anos. Europeus, Africanos (bantu), Sub-continente indiano …. Tudo criado ontem. Mas que ninguém se iluda. Primeiro vem o fim do mundo e depois vem esse renascer que muitas vezes traz consigo a tal adição de novas admix genéticas ou o domínio naquela geografia por uma dessas genéticas.
Se perguntasse aos índios durante o replacement por europeus com certeza diriam que tinha sido o fim do mundo. Se perguntasse à cultura Varna, Gulmenita ou Funnelbeaker culture, Lengyel culture nas balças e europa central a chegada da genética Yamnaya das estepes ajudou ao fim do mundo. Se perguntasse aos africanos originais antes da expansão dos Bantu, destes africanos de agora, também foi o fim do mundo para populações que hoje em dia são ghost population.
Tal como acho isso natural também considero natural que haja uma percentagem da população que não sofra de NFC (need for chaos) e que não queira fim do mundo no seu tempo ou dos seus filhos e netos. Também não deve surpreender ninguém.
Raramente ocorreu “fins do mundo” sem intervenção de imigração. Daí alguma aversão que existe a grandes movimentos de população para dentro de espaços culturais definidos. Correu sempre mal.
O fim do império romano não foi desassociado dos movimentos populacionais de diversidade. No pico do império romano, Roma, a cidade, tinha 2 milhões de pessoas e encontrava-se muita genética vinda do meio oriente, de outras partes da europa e até
do norte de África. - leiam Moots et al 2020 “Ancient Rome: A genetic crossroads of Europe and the Mediterranean” e percebe-se que Roma importou gente de todo o lado do seu império de 70 milhões de pessoas. - No fim, dos 2 milhões de habitantes da cidade ficou reduzida a 30 mil habitantes.
Voltando à Roma dos nossos dias.
Tudo o que as pessoas precisam de se lembrar em relação aos EUA é o seguinte: OS EUA em 30 anos (1990-2020) passaram de 230 milhões para 330 milhões. São mais 100 milhões de pessoas no essencial por imigração. É como se Portugal dos anos 90 até agora tivesse tido um aumento de população mais de 4 milhões de pessoas e todas elas vindo de locais que nada teriam a ver connosco culturalmente.
Os EUA fizeram isso conscientemente. Foi politicamente consciente.
A pergunta será: Porquê e para quê.
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