Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Uma das coisas que irá ser tema, tenho a certeza, nos próximos dias nos espaços deixados livres pela guerra na Ucrânia, será a questão do documento do supremo norte-americano escrito pelo juiz Samuel Alito e que em princípio irá para votação em junho.
Primeiro de tudo será de notar que terá sido a primeira vez que há um leak de um documento entregue como draft aos seus colegas (tanto quanto sei e posso estar errado). - Primeira vez que há essa quebra de confiança! Que não seja tomado com ligeireza porque os precedentes são o que são e quando crias um criaste algo de novo e não infrequente acabaste de destruir algo.
O documento estabelece a defesa de uma deliberação para se votar o reverter a decisão de 1972 Wade vs Roe em que ficou garantido nos EUA o direito ao aborto como um direito federal.
Este assunto só é relevante para nós porque será interessante primeiro perceber qual a importância que será dada ao assunto na Europa e por arrasto em Portugal.
Para mim, como tenho dito, até considero que já a avó um número demasiado grande de pessoas que encontro devia ter abortado a mãe deles, logo não posso dizer que tenho uma posição particularmente vincada contra a dita prática.
Aquilo que eu quero perceber é até que ponto será transmitido na imprensa portuguesa, nos media e por conseguinte nas conversas a posição correta dos republicanos e conservadores norte-americanos sobre a matéria.
Para que fique claro: Desde sempre a posição dos republicanos é que o assunto nunca deveria ter sido decidido pelo supremo tribunal dos EUA, porque nunca foi um assunto constitucional (o direito ao aborto) e que era altura de voltar a devolver ao povo e aos seus representantes eleitos a decisão sobre o aborto. Ou seja, se os estados decidirem que o aborto é legal e deve ser providenciado como um serviço público que o façam que a constituição não tem nada a ver com o assunto. Ao contrário do que se passa hoje em dia em que é direito constitucional por isso o povo não tem voto na matéria!
Daí a minha curiosidade me perceber na narrativa que vai ser atiradas aos magotes para cima das pessoas até que ponto esta perspetiva jurídica dos conservadores americanos será explicada às pessoas.
Até que ponto será explicado que para um número enorme de norte-americanos sempre foi bizarro as razões enunciadas para fazer aquela lei federal, tal como o direito à privacidade ou que ter filhos sem se desejar iria criar constrangimentos à vida das mulheres. – Chiça, aplique isso a outras coisas e cai-lhe o queixo. Olhem, pagar dívidas cria constrangimentos e stress à pessoas por isso vamos por na constituição que quem quiser não pagar as suas dívidas… Bizarro, bizarro.
A primeira observação será a resposta dos esquerdoides ao problema colocado. Será que entrarão em espiral e avançar com coisas como pack the court, algo assim do género que destrua de vez os EUA.
Seja como for, serão dias interessantes para quem quiser desapaixonadamente medir nas narrativas que daqui surgirão a distância entre estas e a representação da posição dos conservadores. Quão distante terão mesmo as histórias nos nossos media e a posição dos “outros”?
No mínimo servirá para medir o atual contexto FCE, fascismo cultural de esquerda, que se vive em Portugal. Assim como na escala de 1 a 10, estaremos num 7 ou num irreparável 10?
Ùltima nota e a mais relevante. Se eu estou certo relativo ao kayfabe, uma das coisas que ouvirá é que "isto é um momento pivot, algo que nunca aconteceu... momento de viragem..." , lembre-se, lembre-se ao ouvir a mentira: na verdade já aconteceu, o Supremo reverter decisões do passado, 230 vezes!!
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.