Nação vs Estado - A luta do século XXI.
Pedro Picharro é um atleta português. Salta em competições com as cores da bandeira Portuguesa logo não me parece muito contencioso dizer que é Português. Mas Pedro Picharro não é português.
Pedro Picharro é Português … Pedro Picharro não é português!
Como é que pode ser simultaneamente as duas coisas?
O problema é que vivemos daqueles tempos, talvez recorrentes na história, em que as palavras e os conceitos se parecem desajustados, entrando sem saber como no tal air du temps que mata ou fazem o mundo.
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O problema que vivemos é que estamos perante a prevalência do Estado sobre a Nação.
Ou sobrevive o estado ou sobrevive a nação. E essa é a questão do século XXI, a única questão que irá interessar no mundo ocidental na segunda metade do século XXI. Era suposto estarmos tranquilamente no Estado-Nação, mas esse mundo entrou em conflito no Ocidente.
O Estado-nação era perfeitamente identificado e descrito pela Nação. A não existência de narrativas, de conceitos e posições políticas que perfeitamente identifiquem esta dicotomia não era problema porque o problema não se colocava sequer. Séculos para não dizer milénios a criar nações na Europa para agora ser “má moeda” no mundo das ideias e dos conceitos sobre o futuro. E o facto de não se ter criado toda uma estrutura comunicativa deste novo fenómeno estará também na génese de muitos dos problemas a que assistimos.
Mas qual a dicotomia? - Que nos tentam convencer que a nação não existe.
A nação não existe pela necessidade de se salvar os estados, e sim com isso muito do que se quer dizer é salvar as economias, sendo que tudo deverá ser sacrificado no altar dessa necessidade. - Se para salvar o Estado este pessoal tiver que matar a nação esta será sacrificada na maior das calmas.
Para que não restem dúvida, olhem com atenção para esta imagem. Toda aquela coluna do lado direito é perfeitamente sacrificável para o momento histórico que vivemos.
Mas quem? Quem sacrifica assim a sua nação? Esta questão assombrou-me durante longos anos, e para ser sincero continua a assombrar, porque não conseguia encontrar uma explicação que satisfizesse o meu natural ceticismo de tudo o que é conspiração. Penso que só lendo sobre networks, sobre redes sociais, e como estas criam nódulos organicamente e se hierarquizam mais ou menos organicamente, mais ou menos maquiavelicamente, me deixei convencer que sim, tínhamos sido traídos pelas elites.
Assim não é bem conspiração. É o resultado natural das redes (networks), dos tecidos socioeconómicos, que prevalecem no Ocidente no último século e que perante a análise de que vem aí o fim, o fim da globalização e do motor das economias, é importante manter as sociedades do mundo ocidental a funcionar. Tem que se salvar os estados acima das nações!
Entendam que é gente muito inteligente. Não é gente do VMPFC mas é gente inteligente.
E se tu, sim tu (!), pertencesses a esta elite que consegue olhar para o mundo como formulação utilitária também agirias da mesma forma, especialmente porque os teus interesses, ou a projeção teórica dos mesmo mundo, ou seja sucesso, formataria também o teu modo de ver o mundo simplesmente porque isso seria do teu interesse.
Estas elites, se te sentares ao jantar a falar com eles, não penses que, para eles, não estão a salvar o mundo, não estão a salvar o ocidente, não estão a salvar o teu país. E o argumento pode racionalmente ser feito na perfeição: Ou seja, para que o “jogo continue” tens que ter pessoas. Para teres pessoas tens que as importar, as trazer, “para o jogo” seja como for. Não as podes fazer entrar no jogo e ao mesmo tempo fechares a porta da inclusão e da diversity pois não? – Conceptualmente corretos.
Mas onde fica a nação? – Racista, xenófobo, populista, fascista retrógado… E tu calaste. Sempre foi assim. O pessoal é gado!Essa é a questão do mundo.
Ao final do dia fica sempre aquele postular de que em rounds de game theory, são os “colaborators” que derrotam os “punishers” que mantêm os “free riders” na linha, não é?
Está na natureza dos jogadores que são “colaborators” que tudo farão para que o jogo não pare mesmo que para isso tenham que tramar os “punishers” que são responsáveis por manter o jogo a longo prazo. Está lá repetido e firmado nas inúmeras repetições (interações) quando se virtualiza esse “game theory”.