Nha Terra Nha Cretcheu!
Num mundo cheio de racistas de esquerda que lutam diariamente para lidar com o racismo que processam emocionalmente no seu cérebro, na Anterior Cingulate Cortex e passam depois o resto do dia a projectar os seus racismos nos outros, racismo sistémico, racismo inconsciente, racismo, racismo... quando ele existe é primeiramente nas suas mentes, mas dizia eu, nem sei até que ponto este post é inteligível.
Há alguns anos num táxi na ilha do Sal em cabo verde o miúdo (para aí 20 anos) que conduzia diz-me que não percebia porque cabo verde não era Portugal. Fê-lo sem receio e quase desafiador para mim. Confesso que não soube o que dizer. Mas depois fiquei a pensar no assunto durante um bocado, até ter conseguido um Whiskey decente no hotel.
Anos depois aterro na Praia de noite, saio de manhã, apanho o táxi para o local onde ia, parei no planalto da cidade da Praia e vejo-me sentado no cafezito do Coreto no parque junto ao BCA (banco) e lembro-me de ter pensado que já não respirava tanto Portugal há algum tempo. Algo semelhante a quando vou para o interior de Portugal ou entro em algumas ruas escondidas de cidades do país… e nem se fala quando se chega à ilha Brava, aquela ilha pequena para lá do Fogo e se vai passear por Nova Sintra, parando para beber um café do fogo…
Não tenho uma posição firme sobre as pretensões políticas dos cabo-verdianos e claro que respeito perfeitamente as opções dos que são nacionalistas, até porque um território tão longe de Portugal traria grandes obstáculos… mas tenho dificuldade em que não seja reconhecido o portuguesismo de cabo verde. Mesmo.
Se tirarmos a ilha de Santiago, onde está a Capital Praia, onde o Africanismo genético (sim, eu iria sempre aqui) é muito maior do que o ADN Português, todo o resto das ilhas, com particular ênfase no Fogo ou São Vicente, as pessoas são geneticamente a rondar 50% ADN Português no seu genoma (!). Junte isso ao portuguesismo socio-cultural que referi e fica um mar de oportunidades em aberto para se questionar o resultado do marxsismo soviético e seus amigos do partido comunista português.
Vale o que vale, mas o que esta imagem nos diz é que 70% das pessoas em Cabo Verde descendem paternalmente de um português (ou pelo menos europeu). Sítios como São Nicolau acima de 90% ou São vicente e Fogo 75%... Não está muito distante de dizermos que são mais filhos de Portugueses do que filhos de Africanas. Ou pelo menos tanto quanto.
Para mim fica um sentimento de irmandade que torna difícil não pensar que talvez um dia, quando, ou se, conseguirmos ver-nos livres da doença do Esquerdismo Marxista, de perguntar aos cabo-verdianos que tipo de relação querem mesmo ter com Portugal. Num contexto saudável talvez nos surpreenda a resposta.
Eu por mim, abolia já vistos e restrições à movimentação de pessoas e perguntava aos cabo-verdianos se havia algo mais em que poderia ajudar.