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barradeferro

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 Tinha prometido fazer antes update ao post Nostradamus 3.0 mas não resisto antes em escrever o Nostradamus 3.5.

Isto a propósito das notícias de hoje de que o acordo da esquerda afinal contempla a manutenção da austeridade na plenitude do seu conteúdo …

 Tal como fui avisando em diversos comentários …

 

 

  ” o golpe de estado (sort of)" que a esquerda está a fazer ao país não é porque vai tomar o poder e governar à esquerda mas sim porque vai tomar o poder e governar sem grande distinção da direita!”

 

Fico sempre exasperado e algo desiludido quando observo a “direita” a não entender o que é a “esquerda” e nestas circunstâncias (Syriza, Democraty party, terceiras vias, etc) ficar à espera que a esquerda se comporte na real forma, matéria e teor, do seu discurso e narrativa.

 

 No mais vernáculo dos “Eh Pá!” só me resta fazer “facepalm”.

 

 Tal como tenho tentado alertar, isto significa que toda a conversa a que temos assistido nas ultimas semanas por parte de comentarista ideologicamente mais chegados à direita de como um governo de esquerda com o PS+BE+PCP/PEV advinha um descalabro económico e que dentro de pouco tempo cá teremos de volta os credores e a troika e inenarráveis catástrofes é o erro da direita. Esse menosprezar da esquerda, quase paternal, como se olhássemos para eles com um sorriso condescendente nos lábios.

 

Atenção (!):

Ser de esquerda é meramente uma preferência neurocognitiva, acentuada, pelos pathways dorsais () no neocortex em detrimento dos processos inerentes aos pathways ventrais. Quanto mais à esquerda a pessoa é mais isola os progressos cognitivos (Ventrais- amygdala, VMPFC e OFC) que são responsáveis por estados autorreferenciais e autobiográficos. No entanto sejas de esquerda, direita ou marciano quando o assunto deixa de ser uma narrativa abstrata e passa a ser um processo de decisões (decisition making) toda a gente, mas toda a gente, usa a parte ventral do cérebro e acaba por globalmente tomar as mesmas decisões (com um determinado grau de variância). Por isso se diz que a direita é egoísta (porque é sempre autorreferencial) e a esquerda é Hipócrita ( porque diz uma coisa mas depois faz outra).  Já há mais de 2 séculos que o pai da direita, Edmund Burke, nos assegurava que ser de direita não é uma filosofia (como é  a esquerda) é uma atitude de vida

 

“Conservatism is not so much a philosophy as an attitude, a constant force, performing a timeless function in the development of a free society, and corresponding to a deep and permanent requirement of human nature itself."[5]

 

Quando estes eventos surgem a direita tem que aprender a colocar o foco na hipocrisia (!) sendo que o evidenciar desta, o deixar claro ao publico o que a esquerda tem dito de forma programática sobre a realidade,   é a verdadeira arma e antidoto que a direita tem contra a esquerda.

Os dois artigos cujos links tenho no final deste post são emblemáticos. É que quando a esquerda não se comporta, nos processos de decisão, como os anormais irresponsáveis que parece indiciar o seu discurso ficamos, nós todos, muito irritados por afinal eles fazerem aquilo que nós desde o início dizíamos que tinha que ser feito e que nos era de todo impensável não ser dessa forma. Pategos!

  

http://observador.pt/opiniao/acabou-a-austeridade-reformados-vao-ter-aumento-de-18-euros/

 http://observador.pt/opiniao/a-minha-austeridade-e-melhor-do-que-a-tua/

 

Update 6/11/2015 : é disto que eu estou a falar.  I S T O. É assim que se faz:

Escreve num comentário um leitor do observador (Jorge Dinis).

O governo PSD/CDS, insensível, psicopata, fascista e mais não sei o quê, aumentou as pensões mínimas, sociais e rurais de 189€, 227€ e 246€ (em 2011) para respectivamente 201€, 241€ e 262€ (em 2015), um aumento anual médio de 3€, 3,5€ e 4€. Já o governo unido da esquerda (PS/BE/CDU) vai subir, respectivamente, estas pensões 0,3%, em 60 cêntimos, 72 cêntimos e 78 cêntimos. Assim se vêm o respeito pela dignidade dos que menos têm.

 

 

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