o CHEGA dos 10%
O chega, o Chega.
Tornou-se um partido nacional. De certa forma ao contrário do que acontecia com os partidos de esquerda fetiche como o BE ou o LIVRE e agora junta-se o IL.
Ser fetiche, como IL ainda é também, tem as suas vantagens porque como todas as empresas que jogam em mercados nicho safam-se melhor do quem vai ao jogo mais genericamente. Vá à Guarda, Vila Real, castelo branco e Coimbra e o IL não significa nada. Vá ao centro de Lisboa, onde se elege muitos deputados, e o IL chegou a ter 13% e 15% em algumas freguesias.
Penso que a matriz do CHEGA não foge muito do que foi feito em Espanha com o VOX e não acredito que consiga fugir ao cordão sanitário que lhe vai ser feito (tal como em Espanha) durante alguns anos. Todos estes partidos servem para tentar recentrar os espectros políticos, a perceção social da comunidade portuguesa, num centro mais à direita do que aquilo que se assistiu desde o 25 de Abril. O futuro passa por nos libertarmos se não do regime do 25 de Abril pelo menos de o colocar com todas as coisas boas que trouxe como um mero passo na história, mas que chegou a hora de parar de agradecer, parar de deixar que quem saiu dele seja o dono disto tudo.
Penso que não adianta continuar a repetir as mesmas coisas. O CHEGA terá que encontrar forma de se continuar a afirmar sociologicamente, por vezes irritando um bocado porque o fará de forma insonsa até se calhar concordando com algumas das guerras de sindicatos que o PCP agora começará a fazer, mas penso que terá que ser assim.
É comparar este mapa, votação no IL, com o de cima do CHEGA para perceber que muitos dos pontos fracos do CHEGA são os pontos fortes geograficamente do IL. O litoral norte ainda não é terra do CHEGA mas é onde o IL se manifestou mais forte. A Grande batalha do CHEGA terá que ser conquistar estas zonas mais populosas e isso implicará criatividade na forma política da qual esta campanha destas legislativas foi um exemplo muito pobre.
Assim como olhando para este mapa da votação do CHEGA da região de Lisboa se verificará o mesmo, que onde o IL foi mais forte, como freguesias no centro de lisboa (como no parque das nações) onde o IL teve votações bem acima dos 13%, também são precisamente os conselhos onde o CHEGA teve votações mais baixas.
Fica esta curiosidade de perceber num país economicamente de esquerda que poderá mesmo fazer mesmo o IL (nada a não ser falar para gente dos príncipes reais, Lumiar e Parques da nações) , mas num país que ainda é sociologicamente conservador como conseguirá o CHEGA continuar a afirmar esse identitário de Portugal (que por exemplo eu sou sensível) ao que é muito importante as explicações do Mithá Ribeiro, agora eleito deputado, sobre essa portugalidade ou ocidentalidade vs a tanga do colonialismo nefasto.