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Eu gosto de Kaufamann.
Mas convém Lembrar que Eric Kaufmann é um “left Liberal”, daqueles que até escreve no huffington post - Sim é desses mesmos (! ).
Mas o facto é que o trabalho (s) dele é importante para a compreensão de fenómenos que estão a marcar as primeiras décadas do século XXI e que se prevê durante este século circunscrever muito os eventos sócio culturais e invariavelmente influenciar agendas políticas.
Aliás como agora se viu no resultado das europeias.
No vídeo, a partir do minuto 2.25 começa a dissonância cognitiva dele e a partir do minuto 3.15 começa a confusão típica de quem é de esquerda (denial – pretend not to know)… e a partir do minuto 3.50 aquilo que eu mais admiro nas pessoas de esquerda – A notável capacidade de resolver dissonâncias cognitivas. Sim, sabemos que a resolução de dissonâncias é também conhecido como hipocrisia e que esta está intimamente ligada à esquerda (pela Anterior Cingulate). Mas não deixa de ser admirável.
Kaufmann, que volto a dizer fez (e faz) um trabalho admirável, começa neste vídeo por demonstrar que a fuga dos brancos de zonas de alta diversidade étnico-cultural não é uma questão económica. Não são as pessoas de maior poder económico que fogem dessas zonas deixando para trás os coitados dos mais desfavorecidos (lengalenga usual da esquerda). A seguir usa como argumento contra a explicação o white flight o facto de, pasme-se, os dados até mostrarem que os primeiros a fugir e os que mais fogem de zonas de elevada diversidade até são os mais left liberals. Sim, são os mesmos que mais verbalizam ser a favor de ambientes mais étnico e socialmente diversos que são os primeiros a fugir quando a carrinha das mudanças estaciona à porta deles com essa diversidade cultural ao volante. Não, a razão não pode de todo ser a hipocrisia observada nas pessoas que postulam argumentos mais à esquerda (pretend not to see).
O mais interessante é efectivamente os últimos 3 minutos do vídeo. A explicação avançada por kaufmann é um tributo a Nigel Farage: As pessoas (e leia-se os left liberals até mais que os outros) querem viver inteiramente a sua cultura, as características do seu grupo cultural, composto por networks socais perfeitamente homogéneos e nada diversificado de pessoas que são muito parecidas consigo, desejando mover-se em espaços que para si tenham história e significado e onde símbolos exógenos a esse eu subjectivo estejam ausentes – No shit sherlock!
Sim, este post devia chamar-se o erro de Kaufmann….
O erro de Descartes, como tão bem demonstrado por António Damásio é no essencial o erro da esquerda. Aliás os trabalhos de António Damásio foram no essencial os trabalhos sobre o VMPFC e OFC (globalmente no cérebro as áreas de Brodmann 10, ,11,12, etc.) e o facto de nos processo de decisão não haver forma de isolar os polos emotivos (nem é aconselhável!) e auto-referencias (essencialmente este componente auto-referencial! – aplicar a mim o que verbalizo!) de avaliações mais abstractas.
Mas esta conversa de esquerda, Damásio, Descartes e o Somatic Markers fica para outra altura.
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