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Pedro Nuno, aquele que eu acredito ser verdadeiramente o próximo primeiro ministro de Portugal porque é o único capaz de reiniciar a geringonça e a geringonça é o que a maioria dos portugueses ainda quer. Aliás, querem a 2.0 para sermos a Grécia do Syriza como il fault!
A aprovação do processo de refinanciamento da TAP pela união europeia é mais um degrau na caminhada do senhor e compreendo o sorriso dele.
Como já aqui escrevi, o mais surpreendente neste processo da TAP em relação ao Ministro é que ele foi suficientemente inteligente para perceber que o conhecimento dos portugueses sobre a companhia aérea e a indústria é próximo do zero e por isso, quando ele aprendeu a mantra correta, passeou-se pelas televisões a dar tautau a políticos, comentadores e jornalistas, alguns vedetas do comentário de economia nas nossas TVs, que tinham obrigação de saber mais, de estar mais preparados… - sim, a TAP tinha uma contribuição para a balança comercial superior a 1.3 mil milhões de euros, sim exportava mais de 2.5 mil milhões de euros, sim era 2% do PIB português…. E não, não recebia dinheiro dos nossos impostos (desde 1998). Ou, sim é uma indústria peculiar de capital intensivo que crescia todos os anos e não tinha propriamente problemas de caixa. Quer dizer, por vezes até podia ter mas conseguia empréstimos de muito curta duração que pagava rapidamente daí conseguindo manter a sua dívida nos 900 milhões durante mais de 15 anos com muitos desses anos com prejuízos. A TAP, ao contrário da esmagadora maioria das empresas (totalidade?), pagava durante esses anos todos, desde o início do século, todos as faturas recebidas no momento em que as faturas entravam e eram processadas (ao contrário de 99% das empresas em Portugal) pese embora também saiba que nos últimos anos já tinha aderido a essa prática de protelar os pagamentos. – Em resumo, não estás falido se abres a gaveta e tens sempre dinheiro em caixa para cumprir com as tuas obrigações, certo? Pelo menos até ao dia (em que não cresças). São assim as companhias aéreas. E se calhar ao final do dia Portugal nao tem dimensão demográfica ou económica para ter uma companhia aérea. Mesmo tendo o Brasil como parte de portugal. Sim, para brasileiro a TAP era parte das companhias aéreas nacionais.
faz-me confusão a dificuldade que pessoas que deviam ter essa capacidade de perceber que a TAP só existe porque tem um HUB e o conceito de hub & spokes, o conceito de tráfego em O&D é que sustentava a TAP. A conversa parva das pessoas, especialmente do Porto para ser sincero, tira-me do sério pelo provincialismo de apesar de terem uma ponte aérea para lisboa (voos de hora a hora) não percebem que sim, uma companhia aérea só pode ter um HUB! porque de resto não é viável de todo (a não ser que seja low cost que é dos negócios mais canibais que há) muito menos se fizer voos intercontinentais.
Mas então, porque discordo desta opção de injetar 3 mil milhões na TAP?
Porque o que era já não vai ser. É peculiar não é? sempre defendi a existência da TAP porque trabalhando nesta indústria, uma industria de leões e predadores lean and mean a TAP era um animal de respeito. Era uma besta de respeito! Chegava a fazer sangue a verdadeiros colossos. E Portugal não tem muitas indústrias assim.
Mas o mundo mudou. Resumindo isto tudo: A TAP não tem o know-how, não tem os recursos humanos (muitos dos melhores foram embora), não tem visão e estratégia montada (que tinha que ser sido montada em 2020) para atingir o chão a correr quando a procura reiniciar!
Hit the ground running…não vai ser a TAP. Vai ser sim um animal a lamber feridas, absorvido nas suas próprias maleitas e acabará absorvida por outra companhia maior que irá usar a TAP meramente como vector operacional dos mercados que dá jeito. Ou seja, quando alguém medir verdadeiramente o peso da TAP na economia daqui a 5 anos, daqui a 10 verá o que devia ser obvio agora. – Os 3 mil milhões foram um investimento mau porque o peso da TAP no PIB, nos ordenados pagos em Portugal, no consumo de empresas portuguesas, etc. vai ser muito menor, muito menor do que era em 2019 ou 2010! Investir 3 mil milhões neste “plano de negócios” só pode ser considerado mau negócio.
Mas nessa altura já Pedro Nuno estará noutra ou na melhor das hipóteses estará no ponto em que se encontra António Costa que é pronto para zarpar daqui o mais rápido possível!
Burros são os tugas… não eles!
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