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Oestriminis

por Olympus Mons, em 13.11.20

 

Não resisto a um pequeno “ranting” em homenagem ao arquiteto e ao movimento monárquico.


De um território essencialmente desabitado (Ibéria) nasceu há 5,300 anos nas margens do Guadiana, devido ao movimento de pessoas perante as alterações climáticas chamado de 5.9 Kiloyear event. Os berços de Portugal têm nomes como Mercador, Porto da carretas e Moinho de Valadares.  Assim como estes pontos arqueológicos, repletos de setas e laminas, controlavam os locais onde se passava o rio guadiana entre margens, também sítios como Paraíso e S. Pedro controlavam a passagem pelas planícies junto a redondo e Olivença impedindo o influxo de pessoas.

Há 4,000 anos (inicio da idade do Bronze), com o fim da era das fortificações, com o fim de Zambujal e Porto Torrão, vemos a chegada desta nova vaga de Bell Beakers (campaniforme) que era composto por homens com genética diferente. Seja como for estes homens (BB) que chegaram a Portugal (e na verdade na altura a dominar toda a europa) traziam a anterior genética europeia e portuguesa (neolítica e WHG) mas com a adição da componente Yamnaya, ou como hoje se prefere das estepes (Ucrania). Como em toda o resto da Europa esta gente eram filhos de um único homem L51 (R1b-M269-l23-l51) e mantiveram parte substancial da genética local (só eles procriavam praticamente com as mulheres locais) mas pela sua dominância somos todos (75% de todos os europeus) filhos deste homem que tinha nascido mil anos antes… mas que ainda não se descobriu onde (eu acho que estava na cultura Krivodol-Salcuta, desdente da Boian culture nas Balcãs).

O ponto mais relevante para a nossa identidade é simplesmente isto: A chegada destes homens à península veio na forma da mutação que nos define na ibéria. Somos por isso o neto dos senhor L51, os DF27.  DF27 nasceu há 4400 anos e conheceu os seu “filho” Z195 que tem mais ou menos o mesmo TMRCA (Time common ancestor). Ora, e este é o ponto, "todos" os espanhois são Z195, mas é quase inexistente em Portugal - Em 4000 anos as pessoas de espanha não vinham procriar em terras portuguesa. Aquela estrutura que nasceu em Mercador há 5300 anos manteve-se intacta. Não passavam para o lado de cá.

 

 

 Passado o "nevoeiro" da idade do Ferro (periodos de arrefecimento climático global são sempre sombrios para a humanidade) os registos mostram que há pouco mais de 2000 anos éramos a terra dos Túrdulos. Sim nós somos descendentes dos Lusitanos mas na verdade a melhor representação seria Turduli. Turdulli (Alentejo) Turduli bardili (setúbal)  turduli Oppidani (Lisboa), Turduli veteres (Gaia). E claro também os Lusitanos nas serras e Bracari (Braga), para lá do Douro, etc. Mas uma gente específica que até o pai de Hannibal avisou que seria melhor deixar aquelas gentes em paz e seguir para Roma e os romanos sabiam que por aqui vivia umas gentes de identidade diferente.

A criação do condado portucalense e Portugal não foi um evento alicerçado naquele momento, no espaço e tempo, como uma circunstância perante uma realidade nova, mas sim a constatação dos 4 mil anos anteriores. Foi só o reconhecimento no recrudescer de identidades políticas da identidade daqueles que viviam para lá do tempo, que ali viviam há muito, muito tempo e que eram os descendentes dos Oestremini.

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2 comentários

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De Anónimo a 16.11.2020 às 08:18

Bom dia... pois é! Uma análise interessante sobre a nossa herança genética que actualmente já está bastante diluída pelas sucessivas invasões e migrações ao longo dos últimos milénios... A questão hoje é como iremos sair deste atoleiro? Isto está cada vez mais confusionista (expressão mwangolé... ;-)
Maria Rebelo
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De Olympus Mons a 17.11.2020 às 19:02

Maria, na verdade nem por isso. O nosso genoma, ou chamemos-lhe propriedades autosomais mantém-se estável durante esses milénios. Os que nos invadiram eram "farinha do mesmo saco". As invasões berberes/Muçulmanas deixaram alguma marca mas muito pequena -Algo como 2% no nosso genoma. temos 6% de admix de Norte Africa, mas parte dele vem dessa altura do calcolítico. Algumas das populações que chegaram aqui atravessaram Gibraltar a fugir do tal 5.9 Kiloyear event, ou se quiser do evento climático que criou o deserto do Sahara.

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