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De Cães, Vinho e Atlantida!

por Olympus Mons, em 06.01.16

 

 

Em parte é porque só nos dedicamos a vacuidades que somos hoje em dia o povo que somos,

 

Quem segue este blog sabe que existe uma questão não resolvida com a linhagem masculina genética que domina a europa ocidental os chamados R1b. Entre 60% a 90% dos europeus ocidentais são R1b dependendo da região, tal como assim que nos movemos para Este os R1a assumem essa prevalência. Existe uma clara clivagem, quase uma barreira genética, que ironia das ironias tem no essencial a forma da cortina de ferro.  Até ao ponto em que curiosamente na Alemanha se nota esse clivagem. Na Baviera são na maioria R1b no leste norte alemão são R1A. Itália, Suiça e Áustria ainda são maioritariamente R1b mas a croacia ao lado já são I2*/I2a (a linhagem dos caçadores recolectores) e R1a, etc.

               

Indo ao assunto - Abaixo reproduzo um dos comentários, este em tom ligeiro, que coloquei no blog do historiador basco Maju, que sigo atentamente, essencialmente nestas questões de ancestralidade genética. Maju tem duas curiosidades que aprecio. Uma é ser um grande fã e impulsionador de Zambujal, em torres vedras, como a primeira superpotência europeia e o ponto de origem dos Bell beaker ou até as descobertas do centro arqueológico de perdigões.

O outro é que ele advoga pelo menos a possibilidade de a Atlântida ter sido em Portugal. Primeiro  o comentário. Depois explico:

 

Hi Maju, Just an update on that R1b and Wine stuff.

Guys at the Agronomy University say that most of their studies is for Intraverietal diversity and those point exactly to the argument that the casts we have in Portugal are extremely old and point to very local and ancient domestication of vitis vinfera for wine production. Currently they are engaging with molecular investigators to get more precise readings. However they point to a countrywoman of yours, Rosa Arroyo Garcia, Instituto Nacional de Investigación y Tecnología Agricola in Madrid, which is already engaging in Molecular studies and here studies in chloroplast microsatellites, clearly show that the domestication occurred in the east and also on the west and then moved from both sides to the center… see, J R1b did it in Armenia 6,000  years ago and not longer those same R1b where in Portugal domesticating those astonishing variety of wild grape casts to produce wine… that is why we still have the best wine in the world and that is the reason they stayed in the Iberian peninsula so long… it’s the wine gentlemen, it’s the wine!

 

Maju, should you ever drop by Lisbon I will drive you the Zambujal Castro. Not to see the damn rocks but to go then to the estuary of the sizandro river where those R1b sailed the wine and Copper and go to a great restaurant there. Best fish ever and we can have watching those pillars of Hercules, which are the two massive scarps from each side of the beach and that open up the Atlantis as described by Plato!

 

 

OK, óbvio que isto tudo é em tom de brincadeira e não sou historiador nem nada que se pareça, mas parece-me de nota. Aliás, até parece que temos falta de pessoas em Portugal formadas em história e/ou Antropologia (ironia). Adoram é passar a vida a fazer teses sobre temos em nada relevantes para o resto do mundo quando por exemplo os trabalhos em Zambujal até sempre foram realizados pelo do Instituto alemão de… Madrid.

Os factos, contudo e relacionado ao meu comentário, mantêm-se. E são muito simples.  

Os homens que são nossos (europa ocidental) antepassados terão vindo do Cáucaso. São os tais R1b.  No caso dos homens do leste, os R1a, é fácil de seguir o seu rasto deste a cultura Yamna, os kurgans do caucaso e o seu percurso pelas estepes da Ucrânia, Hungria, polonia, etc. … os R1b não. Aparecem de repente há 5000 anos na europa ocidental, ligados à cultura Bell beaker em portugal e daí sim tornam-se em menos de um fósforo na linhagem dominante na europa, como aliás agora se viu novamente com as amostras dos homens do calcolítico na Irlanda (fica para depois).

 

Quando encontrei uma referência no Google sobre apresentações da PORVID sobre as castas portuguesas e algumas referencia ao cáucaso, cheguei ao contacto por email com o prof Antero Martins do Instituto de Agronomia de Lisboa que rapidamente me deu aquela informação que no comentário explanei.

Eu tinha dito ao Maju num post (dos infindáveis post que hoje em dia existem sobre o tema)

que era prova anedótica mas a verdade é que havia referências sobre a nossa vinicultura e a teses de que a vinicultura poderia ter começado em Portugal e não no Cáucaso e sobre o nosso cão serra da estrela e o Cáucaso (fica para outro post) e já que havia esse mistério não tinha a certeza se estas pequenas provas não tinham muito de real. Deixando de lado a questão do cão serra da estrela a questão do vinho parece muito pertinente.

 

Tentarei fazer um post sobre cada um destes temas que na verdade, já se viu coisas mais estranhas do que provar desta forma que os R1b vieram por mar ou por norte de Africa para a península ibérica e com eles trouxeram duas coisas:

1 – O cão pastor do Cáucaso que rapidamente se transforou no cão serra da estrela em Portugal

 

2 – A técnica de domesticar as vinhas vinis viníferas selvagens e produzir vinho.

 

E já agora…

 

3 – Que Platão quando descreveu Atlântida estava a descrever a civilização do Zambujal (torres vedras), a primeira superpotência do oeste europeu.

 

 

Assim que tiver tempo vou brincar um pouco mais com estes temas.

 

 

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Após os 3 posts sobre os portugueses geneticamente:

* I - Portugueses… (primeiro os europeus atuais) (http://barradeferro.blogs.sapo.pt/i-portugueses-primeiro-os-europeus-28285)

*II - Portugueses… (Esperem! ....primeiro os europeus originais (sort of)) (http://barradeferro.blogs.sapo.pt/ii-portugueses-esperem-28901)

*III - Portugueses… Finalmente! (http://barradeferro.blogs.sapo.pt/iii-portugueses-finalmente-32254)

 

Voltamos á imagem do post inicial. Portugueses...( http://barradeferro.blogs.sapo.pt/portugueses-27716)

 

Por vezes quando se menciona às pessoas que somos um bocado North European, um bocado Gedrosia e um bocado Africa do Norte as pessoas pensam que nos referimos que há pessoas que são um coisa e outras que são outra. O que esta imagem mostra é que para estes 6 Portugueses que mandaram os seus dados do 23andme para o Dodecad (base de dados de genética populacional) todos temos aqueles bocados em proporções mais ou menos similares e depois alguns têm pequenas componentes de umas coisas e outros de outras ou até das duas ou 3 percentagem minúsculas mas que mostram a nossa diversidade gerografica… aliás como se nota noutros europeus como os holandeses, belgas, franceses, ingleses etc.

Assim, de baixo para cima:

 

 

 

 Podemos ver que o primeiro começa por ter uma proporção de West Asian (caucaso - azul bébé) de cerca de 7 a 12 porcento…

…  depois tem um bocado de Northwest African (africa do Norte) cujos marcadores nos SNP (single nucleoides…) são essencialmente berberes o que cria algumas dúvidas sobre se são o resultado das invasões islâmicas ou se são muito, mas muito, anteriores porque representam bem as populações paleolíticas do norte de Africa (como os mozabites) e não propriamente uma réplica fiel das populações que os substituíram posteriormente….

…  Depois o verde clarinho que é a nossa maior e mais marcante elemento e que é similar ao maior load genético agricultores do neolítico (Atlântico- mediterrânico)…

…  e depois vemos que a proporção do Southwest asian (Gedrosia) que partilhamos com o pessoal do Afeganistão e irão e até partes do extremo norte da india e que até parece aumentar ou diminuir na proporção inversa à quantidade de genética Norte Africana. …

  2 ou 3 tem uns residios de East Asian (do este Asiático ) que não faço a mínima ideia de como cá chegou essa componente e também parece ser inverso ao facto se ter East asian ou south asian o que é estranho visto os portugueses ou tem resticios da India ou da china como dizia o outro mas não os dois em simultâneo (não faço a mínima ideia porquê)…

 ... a seguir o amarelo torrado, que em alguns destes é quase tão grande quanto o substrato do neolitico e que é a North European, há quem lhe chame Hyperborean, correspondendo ao material genético dos caçadores recolectores que habitaram a europa no paleolitico... 

 Vemos uma componente East African (Egipto e Judeu) que veio com essa migração dos sefarditas e das invasões africanas (roxo claro)….

  E vemos por fim que um deles tem uma pequena percentagem de material genético da Africa subsariana (west african) , o segundo a contar da esquerda, mas os outros não tem.

 

 

E pronto... assim se criou este povo. para o bem e para o mal.

 

 

 

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III - Portugueses… Finalmente!

por Olympus Mons, em 28.12.15

Após todos os posts que fui colocando sobre a genética subjacente ao que nós portugueses somos historicamente, com todas as certezas, duvidas e novidades que aparecem, aqui vai o uma descrição em termos de grupos genéticos, pedaços de história genética que nos compõem a todos. Somos uns bocadinhos destes, mais um bocadinho de aqueles.   Isto estamos a falar de genética autossómica (autosomal), aquela que é passada tanto pelo pai como pela mãe. E os exemplos que dou são representados por grupos de pessoas que hoje em dia tem maiores quantidades daquela agremiação genética,não necessariamente que tenham sido eles a dar-nos essas componentes genéticas.  

Tudo isto é muito consistente, tanto por trabalhos feitos em portugal, até claro a partilha de análises autossomais de portugueses que se deram ao trabalho de partilhar os seus dados genéticos que obtiveram através das analises genéticas como o 23andme e que agora fazem parte de bases de dados genéticas do planeta inteiro.

 

Mas começando pela percentagem maior até à menor e alguns factos que criam contexto para essas componentes genéticas. Preparados?

 

 47%   disto (Atlantic mediterranean)

 As populações com maior percentagem deste genética populacional são os Bascos (franceses e espanhóis) e depois o pessoal da Sardenha.

 

 

  No fundo é o material genético dos agricultores do neolítico. Estes homens que vieram da Anatólia. Dantes dizia-se do levante mas agora sabemos que vieram da Anatólia antes do aparecimento da identidade turca (ou as misturas da queda do império Otomano) que ocupou aquela região. Começaram a vir para a Europa há sensivelmente 10,000 anos. Como sabemos o europeu é essencialmente feito deste material chamado de EEF (early eastern Farmer), de WHG (West Hunter gatherer) e ANE (Ancient Northern Eurasian) e o que divide um europeu do norte de um europeu do sul é que as proporções estão invertidas. No sul mais EEF e no Norte mais WHG. 

Mesmo os agricultores do Neolítico já eram uma mistura de uma componente misteriosa que é o Basal eurasiático (que ainda não se encontrou nenhuma pessoa ou material genético antropológico que fosse só isto) e já uma componente forte dos caçadores recolectores que há muito habitavam o Oeste Europeu (mas curiosamente os EEF não possuem componentes dos caçadores recolectores do leste).

 

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 23% disto (Northern European)

Lituanos, finlandeses e eslavos estão carregados disto…

 

 

Caracterizado hoje em dia como Northern European, esta é a componente mais acentuada da componente genética dos caçadores recolectores que habitaram a europa nas últimas dezenas de milhares de anos. Estamos a falar do período Aurignacian e gravettian. Razão pela qual o norte da europa tem mais desta componente que a sul, é porque quando se deu a expansão na idade do bronze dos cavaleiros das estepes, nos últimos 5 mil anos estes vinha carregados desta componente de caçador recolector (WHG - West Hunter Gatherer) e por isso existe mais a norte do que a sul, visto que a sul foi por onde entraram os EEF (agricultores do neolítico) e daí terem ficado mais carregados desta genética.

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10% disto (Cáucaso)

Os georgianos, arménios e Ossetianos do norte ou mesmo Chechenos têm proporções acima dos 50% disto.

 

Definido como caucasiano porque é a componente especifica dos povos que hoje em dia habitam a região à volta do Mar Negro e do Mar Cáspio. Este ponto terá sido o ponto de origem dos povos que colonizaram a europa após o neolítico. A famosa migração das estepes que retornou a genética dos caçadores recolectores ancestrais á europa, Os indo-europeus, os Cavaleiros das carruagens, da pastorícia e acima de tudo os bebedores de leite que trouxeram essa capacidade para a europa e rapidamente eliminaram todas as linhagens dos agricultores do Neolítico porque ter filhos que sobrevivem a leite de animais bate qualquer outra estratégia.  Foi o fim do megalitismo na europa ocidental. Este é o povo da cultura pit-grave, Yamnaya, os Kurgans ou  e Maykop e esta componente genética foi para os judeus, foi para o médio oriente e para a Asia central.  Em Portugal temos muita genética judia, dos judeus sefarditas e estes também trouxeram muito desta genética para Portugal, tal como provavelmente povos do norte de africa.

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7% disto (Norte de Africa)

Os Mozabites (100%!) e marroquinos.

 

É a percentagem que temos do Norte de África. Que muita gente chama de Árabe mas não tem nada de Árabe. É norte africano. Por isso muita gente aceita que vem das invasões islâmicas, do califado de cordoba, enquanto outros dizem que não porque esta componente é essencialmente bérber e muito paleo norte africana, e por isso andaria por aqui há dezenas de milhares de anos, muito antes da islamização ou arabização do norte de Africa. Se por um lado eles andaram por aqui, antes da reconquista, um dos maiores mistérios que há relativo a isto é o seguinte: Só existem linhagens de sangue pelo lado da mãe (MTdna), ou seja do haplogrupo U6, que é Norte Africano no… norte de Portugal.  É estranho mas é assim. As filhas, das filhas das filhas destas norte africanos estão no norte do pais não havendo no centro ou sul nda destes haplogrupos. Quando é verdade que já os short tanden repeats  (Y-Dna) que permitem identificar a descendência de homens (masculino) do norte de Africa estão grandemente concentrados no Alentejo… mas não no algarve (pese embora exista pela europa fora).

 

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7% disto (Gedrosia)

Os Brahui e Balochi, tal como o irão, Afeganistão e Paquistão e mesmo a india (partes) estão cheios disto.

 

 

 

Gedrosia é a região á volta do deserto com esse nome antes de chegar à india. Costumo dizer que é de onde a beleza vem. Algumas das faces mais simétricas do planeta estão por aqui. Mas também os maiores malucos. É só ver os afegãos. Esta genética faz parte da genética que veio com os indo-europeus para a europa e depois claro Portugal. Uns vieram para aqui pela cultura Yamna e Kurgan (malucos dos machados de guerra) e outros por culturas como Afanasevo foram para oriente, para este, indo parar ali para os lados da asia central. Atrás de Alexandre o grande também veio alguma desta genética… e é daqui que vêm a genética dos malucos que encontra no dia-a-dia em Portugal.

 

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5% disto (Sudoeste Asiático)

Estamos a falar de palestinianos, israelitas, etc.

 

 

Esta componente genética terá chegado a Portugal provavelmente com a herança genética dos Judeus sefarditas que muitos temos em Portugal. Encontramos abundantemente nas zonas onde a linhagem patriarcal do J2 (Y-dna) ainda é muito abundante como na região de santarém. Ver meu post sobre a cultura do touro e das touradas.  

 

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0,7% disto (África Subsaariana)

Do Senegal a Angola

 

 

 

Dos resíduos genéticos que ainda se encontra na população Portuguesa, uma das curiosidades é esta pequena percentagem de genética subsaariana que uma parte da população Portuguesa possui. Esta componente terá vindo da elevada população negra que Portugal chegou a ter, nomeadamente no século XVII quando cerca de 10% da população de lisboa chegou a ser de raça negra. Outros dizem que esta genética negra também é muito mais antiga, trazida pela genética bérber que integra os tais 7% acima mencionados. 

Uma coisa e certa: Apesar da nossa genética subsariana ser tão pequena e não existir descendência de Haplogrupos Y-Dna negros em Portugal (homens) a verdade é que a quantidade de portugueses que maternalmente descendem de uma mulher negra é elevado e único em toda a europa. Cerca de 6% dos portugueses descendem de uma mulher cuja ancestralidade está numa mulher do haplogrupo mtDna (maternal) L. Ora este HG só existe na Africa Ocidental. Se as linhagens matriarcais do norte de africa (U6) se encontram somente no norte do pais (… mas então as invasões islâmicas não foram a sul??!?!) a verdade é que o mtdna L está proporcionalmente espalhado pelo pais todo. Na Europa, só se encontra este fenómeno mesmo em Portugal indiciando que terá mesmo origem no comércio de escravos.

 

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Em resumo,

 

Em resumo, nós, como todos os povos europeus, somos uma mistura das mesmas componentes genéticas milenares e são essas componentes que fazem de nós geneticamente europeus. Numa análise mais elevada (K3) somos essencialmente EEF, WHG e ANE. Isto é o europeu visto mais à distância. Da mesma forma que visto mais de perto (em K7 ou K12) vemos que em pequenas alterações nas proporções dessas mesmas componentes assim detetamos europeus do Norte ou do Sul e alterações ligeiramente maiores assim definem europeus do sudeste europeu (como a Sicília ou Grécia) ou do noroeste europeu (Dinamarca ou suécia).

Pequenas componentes extrínsecas a esta caracterização genética central dos europeus definem a heterogeneidade da história dessas populações, como por exemplo no caso das populações Ibéricas os 6 ou 7 porcento da genética do norte de Africa destingem-nos do resto da europa ou a componente de 6 ou 7 porcento de componente siberiana define os finlandeses e os russos, ou percentagem mais elevada de caucasiano define os georgianos ou os cipriotas…

As misturas genética europeias, muita gente não sabe, ocorreram nos últimos 1500 anos. E foi essa mistura, junto á mistura ancestral, que nos transformou em todos… primos.

 

 

 

 

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Coming Up...

por Olympus Mons, em 22.12.15

Nos próximos tempos tenho que concluir a análise de genética populacional dos portugueses. Nos posts anteriores sobre a genética dos portugueses (tag genética) já escrevi que os portuguese tem uma percentagem de divisão de linhagem patriarcal (Y-DNA) de sangue (haplogrupo genéticos) em tudo muito similar aos restantes europeus tal como nas linhagens matriarcais  (mtDna mitocondrial) também totalmente europeu.

Quando corremos estatisticamente Principal component analysis (PCA),  verificamos nas imagens ortogonais que os portugueses em nada se distinguem dos espanhóis, ficando claro que existe um cluster genético composto por portugueses, espanhóis e Italianos do Norte e do vale de Aosta. Como a Itália do norte é uma  região europeia de elevado sucesso económico é notória a tentativa de se considerar esta região como europa de norte… quando ela na verdade é geneticamente homologa os tugas e espanhóis.

 

Pese embora todos os europeus sejam todos geneticamente muito próximos e com muita admixture, especialmente nos últimos 1500 anos, a verdade é que se consegue destrinçar um grupo de norte de europa (os chamados CEU ou UTAH whites) e um grupo de europeus do sul. Notoriamente nunca se encontram os suíços e austríacos nesses análises e começo a desconfiar e achar que (até pela proximidade do vale aosta) este seriam claramente integrados nos grupo dos europeus do sul nas análises de PCA.  A ver vamos no futuro.

 

De qualquer das formas a verdade é que as mesmas análises integram sempre o grupo de humanos mais cognitivamente dotado (diria sobredotado), os Judeus Ashkenazi , claramente num cluster sul europeu. Pese embora também os agrupe depois no grupo mais calão (na minha opinião) de todos os europeus… os sicilianos. Penso que é sintomático de como estas análises genéticas dizem muito e ao mesmo tempo tão pouco. O Grupo de pessoas que por exemplo menos hiperbolic discount faz de recompensas futuras está junto geneticamente do grupo de pessoas que mais hiperbolic discount faz! Claro que a justificação tem a ver com a genética do norte de africa que ambos possuem.

 

… bem, mas ver se oportunamente concluo esta conjunto de posts sobre os Portugueses geneticamente. 

 

 

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Entender o português primeiro é preciso entender o europeu, porque nós somos intrinsecamente europeus. E entender os europeus atuais primeiro é necessário entender as matrizes genéticas que nos compõem e que têm dezenas de milhares de anos.

Deixem-me apresentar-vos alguns dos meus mais velhos amigos. Alguns tem entre 8 e 10 mil anos, outros entre 5 a 8 mil anos e outros ainda são uns jovens entre 4 e 6 mil anos. Isto para não falar do mais velho, o Kostenki-14 de 37…mil anos!

 

  1. 37,000 anos- Kostenki , que era caçador recolector, estava cheio (mais ou menos) de ADN Neandertal. Era na verdade uma mistura do Basal Eurasian e já era também algo que se chama euroasiático do oeste europeu (west euroasian) que marca os Hunter gatherer do paleolítico na europa. Qualquer que tenha sido a primeira população não africana sofreu mais tarde uma mutação para o Basal Eurasian e na verdade ainda não encontramos ninguém que fosse só Basal-Euroasian mas encontramos a sua componente genética por ai abaixo e fora.  Kostenki (K-14) tinha definitivamente olhos escuros e 50% possibilidade de ter cabelos negros e 50% de ter cabelos castanhos. Esta é a linhagem patriarcal dos I2a1b.

 

  1. WHG - Dos restantes caçadores recolectores,  HG (Hunter gatherers) temos vários amigos. Loschbour (definitivamente olhos azuis e cabelo preto) e vivia no atual Luxemburgo, La Brana vivia aqui em León no norte de Espanha  (olhos azuis e cabelo preto ou castanho, 50-50) , os 7 amigos Motala da suécia tinham todos olhos azuis mas depois a cor dos cabelos variava: 3 Tinham cabelos negros, 3 cabelos loiros e 1 (Motala-9) até era ruivoKarelia (7000 anos), do lago onega acima de moscovo e junto à Finlândia claramente olhos negros e cabelo preto ou castanho.  Estes humanos viveram entre 9,000 anos e 7,000 anos atrás mas representavam as pessoas que habitaram a europa nos 20,000 a 30,000 anos anteriores. E a genética deles forma um único grupo que mais tarde é uma das componentes essenciais para a formação genética dos europeus. Esta é a linhagem patriarcal dos c1 e  I2a1b

 

  1. EEF - Estavam Motalas, La-brana e amigos entretidos a viver a sua vida aqui na europa, quando há 8 mil anos atrás começaram a chegar os outros nossos amigos, provindos da Anatólia (agora Turquia com outas gentes) os Agricultores do neolítico (EEF – Early eastern farmers).   A composição genética destes (dos quais os portugueses tem carradas de) já era uma mistura da genética dos caçadores recolectores do oeste, WHG, acima descritos e muito do Basal Eurasian. Reparem que o Basal Euroasian aparece infusado nos EEF muito tempo depois de se encontrar outros povos derivados deles. Toda gente ainda procura qual era o povo cheio de Basal Eurasian que se fundiu com WHG e formou os EEF (agricultores do neolítico) que vieram da Anatolia (esqueçam  levante). Mas verdade é que estes, passado milhares de anos, como demonstrado pelas linhagens patriarcais e matriarcais, substituíram completamente as linhagens e a genética dos HG. Stuttgart  e K02 tinha olhos e cabelos castanhos, os amigos NE da Hungria (1 a 7) uns tinham cabelos e olhos  escuros mas 1 ou 2 tinham olhos azuis e cabelo loiro e GOK2 (suécia), um jovem de 4 mil anos,  também era loiro e de olhos azuis. Mas geneticamente eram todos da farinha do mesmo saco. Passados pouco milhares de anos destes terem chegado à europa somente se encontra a linhagem genética destes os G2a tal como Otzi the Iceman.

 

  1. ANE - Estavam os EEF acima nas 7 quintas quando passou-lhes por cima a linhagem que hoje em dia domina a europa. Pelo menos para quem acredita na teoria Kurgan hypothesis. Estes são os caucasianos Indo-europeus que vieram de regiões entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, os Yamnaya, os cavaleiros bebedores e leite e que dizimaram toda a linhagem dos agricultores do neolítico. Trouxeram a altura de volta à europa, depois dos agricultores do neolítico a terem reduzido. Por alguma razão também vinham carregados de genética dos Hunter gatheres da europa do oeste daí que algumas pessoas denominam da vingança dos descendentes dos HG sobre os EEF. Mas o importante é que terão trazido para a europa a terceira componente dos europeus atuais: O ANE (ancient north Euroasian) das estepes da sibéria. Esta é a componente que por exemplo partilhamos com os ameríndios. E há quem diga que é daí que vem o cabelo liso e escorreito dos europeus. Além da altura mais elevada. Pela mistura que traziam estes também vinham com vários sabores e cores. Por exemplo o SVP57(Yamnaya) Olhos escuros e cabelo de certeza loiro, ESP16(CWC), guerreiro battle axe, olhos escuros e cabelo escuro e mesmo mais tarde o Bell Beaker(I0112, QUEXII16) tinha olhos azuis mas cabelo escuro.  Sendo estes os Indo europeus são as linhagens atuais da europa: R1b a Oeste da europa e R1a a este. Os primos. Os arqueiros da europa ocidental e os homens dos machados da europa de leste.

 

 

Assim entender um europeu é entender que ele é feito na globalidade de 3 materiais no essencial (analise em K3): WHG, EEF e ANE. ANE é fixo nas percentagens, mais ou menos 10% (excepto os estonios que tem muito) mas a diferença entre um europeu do norte e um europeu do sul é a percentagem de WHG de uns (mais a norte) e de EEF noutros (mais a sul) e o ANE é mais ou menos similar.

                Mas cada uma destas componentes pode-se partir em vários outros subgrupos genéticos  (K7, K12, etc) e aí sim, vamos depois aos portugueses.

 

 

Nota: Não estou nada convencido da Kurgan Hypothesis. Mas fica para outro post.

 

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I - Portugueses… (primeiro os europeus atuais)

por Olympus Mons, em 30.11.15

 

Primeiro vamos clarificar o que é, geneticamente, qualquer europeu. Os europeus estão geneticamente, como demonstrado por Fst (fixation índex),  muito perto uns dos outros. Raramente acima de 0.05 (somos todos geneticamente muito parecidos e misturados).  

 

Na Verdade Europeu é tudo o que vai de Russos até gregos. Puxamos os romenos mais para dentro e estão dentro do saco. Sim, Turco está mesmo do outro lado… lá para o fundo.

 

Novamente se nota um cluster interno europeu com os Portugueses, Espanhóis e Itália do norte e, ao lado, com o pessoal da Toscânia (Itália) mesmo colados a nós (e a Itália do sul lá para o outro lado).  

 

Os Franceses fazem a ponte dos ibéricos e NIT (north Italians) para os CEU

O pessoal do centro oeste da europa junta-se num cluster Ceu (Utah Whites) que congrega em britânicos, alemães, Suecos, dinamarqueses Balcãs, etc.  

 

Pode-se dizer que o Bielorussos fazem ponte entre os CEU e o pessoal mais a norte, como os finlandeses, lituanos e russos.

 

Os gregos estão fazem ponte um outro grupo que também é europeu, os Judeus askanazim, Sefarditas e até os judeus marroquinos. No meio desses estão os italianos do sul (Sicília, etc).

Os cipriotas fazem a ponte para o médio Oriente.

 

Depois temos os extremos: Os chuvash da Rússia nos urais (geneticamente completamente fora do baralho) e os bascos do outro lado (mas até bem perto dos portugueses) e no fim, também fora baralho e lá para os quartos dos fundos isolados estão os Sardos (sardenha)

 

Claro que os sub cluster europeus que acima falei colocam o Fst a rondar os 0.01... É quase como se fossem todos primos. Quase, porque por exemplo os suecos ou os Noruegueses são mesmo todos primos uns dos outros.

 

 

 

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Bascos e Sardos!

por Olympus Mons, em 18.11.15

 

Aliás, no seguimento do post anterior será óbvio que tinha que me referir agora à Sardenha. No Post anterior é, no PCA superior direito, aquela mancha roxa do lado esquerdo.  Nesta imagem ao lado é a mancha azul. Tal como quando nos referimos aos Bascos estavamos a falar de gentes de “outro planeta” relativo à Espanha, também quando falamos da Sardenha estamos a falar … do "tal planeta" à parte.

 

Que tem em comum? Sardos e Bascos são a mais fiel representação genética dos agricultores do neolítico, pessoal do levante que trouxe a agricultura para a europa. Os sardos ainda mais EEF puros, Early Eastern Farmers, do que os próprios Bascos porque os bascos sofreram mais alguma admixture resultante das invasões dos povos do norte da europa. E essa marca lá ficou. Mas seja como for a componente de genes que ambos possuem muito similares aos genes dos agricultores do Neolitico (10-5 mil anos atrás) é muito elevada (genes autossomas, que tanto o pai como a mãe passam à descendência).

 

 

 

Porém, uma diferença grande entre os Sardos e os Bascos é que os primeiros mantêm uma percentagem grande de linhagem patriarcal (Y-dna) do haplogrupo genético I2*/I2a do norte do Cáucaso (como os Bósnios e Croatas) e é o local da europa ocidental com a maior percentagem de homens da linhagem genética masculina verdadeiramente associada aos agricultores do neolítico … o haplogrupo G2A. Os bascos são quase todos da linhagem patriarcal R1b (sitio em todo o mundo com maior percentagem, cerca de 90%) o que é estranhíssimo e um dos maiores mistérios atuais da pré-história. Como é que estes são a representação genética dos agricultores EEF e na verdade não possuem a descendência masculina destes (mas sim dos outros misteriosos R1b que também não se sabe como é que sendo do caucaso  subitamente aparecerem aqui (europa ocidental) e eliminam praticamente todas as outras linhagens masculinas (tanto dos caçodores colectores como dos EEF).

Mas qual é o segundo sitio em toda a europa com maior percentagem de G2a? - A Cantábria, em espanha, que é mesmo colada ao pais basco! Os R1b substituiram totalmente os G2a no Pais Basco mas não na Cantabria. aliás percentagem também relativamente elevada em Portugal (6%), sendo 13% em Évora (13%) por onde provavelmente os EEF entraram em Portugal (entre os rios) e na Guarda  (10%) visto que hoje em dia é nas regioes montanhosas de toda a europa onde se encontram as maiores percentagens deste haplogrupo genético (alpes, Tirol, serra da estrela...). É para onde fogem os acossados, certo?.

Não é por mero acaso que Otzi, o homem de 5000 anos, tinha uma flecha enfiada no ombro e foi morto por uma pancada na cabeça...

Curiosidades…

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Gostava imenso de ter mais tempo para escrever um pouco mais sobre estas questões de genética populacional. Tanto a nível pré-histórico (Paleolítico, neolítico, idade do ferro, Bronze, etc.) como numa perspetiva inovadora sobre eventos históricos, estas análises estão a mudar a nossa visão do mundo.

Até para aliviar um bocado as temáticas abordadas nos últimos dias. Ok.

Escrevo isto porque tive a ler the Italian genome reflects the history of Europe and the Mediterranean basin  e na verdade a diferença, o fixation Index, entre um italiano do Norte e um italiano do sul é por exemplo maior que a diferença entre um Português e um alemão. Ou entre um irlandês e um alemão (ou pelo menos parte considerável da Alemanha).  Fst 0.0013 é igual ou maior que a maioria (mais de 50%) de todas as combinações entre os povos europeus.

 

Já escrevi no post (De Catalães a Bascos. Duas coisas bem diferentes) sobre a independência da Catalunha que estes não se diferenciam geneticamente em nada (ou quase) dos espanhóis de Madrid. Mas, na verdade num mundo de incertezas em que vivemos existiria no futuro hipoteticamente um “Pais” que seria composto por Portugal, Espanha e…. Norte de Itália. Aliás, existe em várias análises PCA (principal componente)  de genes e polimorfismos comuns que criam este cluster de pessoas.   

EthnicityGedrosiaSiberianNW_AfricSE_AsianAtlantic_MedNorth_Europ
Espanha6.000.503.250.2054.3521.95
Norte Italia5.760.282.800.2639.3624.61
Portugal6.330.216.240.2847.1422.28

 

EthnicityS_AsianE_AfricSW_AsianE_AsianCaucasusS_Saharan
Espanha0.200.055.200.007.750.60
Norte Italia0.060.395.440.2920.200.54
Portugal0.730.774.890.0910.580.46

 

Com estas percentagens de genes destes clusters geográficos, como apresentado no quadro acima, as analises de principal components criam um cluster de pessoas que são geneticamente “mais” parecidas. Assim haveria um país de pessoas geneticamente "mais próximas" composto pela peninsula ibérica e norte de itália (Pidmonte,lombardia,romangna, etc). Aliás como outros "paises" podem surgir noutras areas geográficas da europa.

Alias, nota-se em Portugal o numero elevado de genes do norte de Africa, que na verdade ninguem sabe se são antigos (paleolitico/neolitico) ou da invasão arabe sec. VII-X (só por si isto dava um post enorme). Sendo sempre esse o traço distintivo que uso mesmo sem ver a nacionalidade no 23andMe se é português (procuro cerca de 6% de genes do norte de Africa), assim como uso a percentagem de genes negros (S_Saharan) para saber se estamos perante um Portugues (0.5%) ou um Brasileiro  de origem portuguesa (3.5%).

Deste ponto em diante dava para escrever um livro....

 

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Uma curiosidade.

                Nada na Catalunha, na minha forma de ver o mundo, justifica a intenção de independência destes. Não é porque num determinado momento na história a minha região detém mais recursos que a média do meu país que eu devo pedir a independência. Penso, verdadeiramente, ser esse o fator motivador preponderante na Catalunha. Nem a língua é assim tão diferente, nem a sua história (pode ser ignorância minha) nem a sua genética é em nada diferente do resto da Espanha, pelo menos da Espanha “Madrilena” . Nada.

 Dito isto se querem mesmo ser independentes basta que se estabeleça o preço a pagar e pronto. Sair do Euro e da União parece-me ser o preço ajustado para se justificar, pelo menos nos mínimos olímpicos (já não há pachorra para sangue), essa alteração das fronteiras de um país…

 

Olhando para o quadro abaixo, sobre cluster de genes em análise autosomal vemos que não existe praticamente diferença. O Fst populacional (um dia falamos nisto),  a diferença nos genes entre eles é mínima (deve ser algo como 0.0001) ou algo do género.

EthnicityGedrosiaSiberianNW_AfricanSE_AsianAtlantic_MedNorth_EuropeanS_AsianE_AfricanSW_Asian
Espanha6.000.503.250.2054.3521.950.200.055.20
Catalunha6.350.002.150.2547.3328.480.200.083.73
E_AsianCaucasusS_Saharan
0.007.750.60
0.0511.080.25

 

 

Ora, já se passarmos para os Bascos, ui, isso sim, já é uma história diferente. Os Bascos são mesmo, mesmo, um “país” à parte. Em qualquer análise PCA (principal componente) que se analise os genes dos Bascos eles aparecem sempre como um cluster à parte. Nem se juntam à Europa do Norte nem do Sul. 

 

Neste PCA são as mancha castanha avermelhada na parte central mais para baixo, por cima do Amarelo. Reparem como não possuem traços comuns ao admixture que encontramos nos outros povos da europa e do mundo.

 

 

 

 

 

 

 

 

EthnicityGedrosiaSiberianNW_AfricanSE_AsianAtlantic_MedNorth_EuropeanS_AsianE_African
País Basco8.700.000.000.0071.1020.300.000.00

 

SW_AsianE_AsianCaucasusS_Saharan
0.000.000.000.00
    

 

Os bascos nunca se misturaram com ninguém em 5 mil anos, a sua língua é a única língua europeia que não é PIE (proto indo europeia), mistério dos mistérios, são quase todos descendentes do R1B (tem quase todos esse polimorfismo nos genes) como linhagem de sangue patriarcal  (Y-DNA).

Não entendo como os bascos (espanhóis e franceses) não são um país independente, se o quiserem ser claro.

 

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Os cegos e os que não querem ver

por Olympus Mons, em 09.03.14

Segurem-me que eu ainda faço um paper e submeto ao jornal of antrophology.

 

A mente humana não tolera vazios. E o maior vazio na actualidade antropológica é toda a confusão na pré-história europeia… Não. Temos que ser precisos. O mistério é quem eram e de onde veio a linhagem genética masculina europeia, os R1b da europa ocidental. Para a maior parte dos historiadores, antropologistas e paleo-geneticista europeus e norte-americanos existem uma verdade que lá ao fundo no cérebro os chateia. Essa verdade (e como verdade leia-se a história mais plausível), essa coisa que não se diz,  é somente esta:

 

 Os R1B da europa ocidental, vieram pelo norte de África provenientes do Cáucaso, com uma língua que não era indo – europeia mas era parecida, que vieram com o Haplogrupo mtdna H (ou pelo menos parte). Que entraram na europa pela península ibérica, que na ambientação a esta nova  casa atingiram o seu apogeu no estuário do Tejo, que partiram dali como bell beakers (a primeira vez que se viu humanos em contexto de cultura) que dominaram a europa ocidental e mais tarde o mundo.

 

Quem fizer um paper com isto que vos vou escrever tem os holofotes do mundo antropológico sobre si.

 

R1b – Estepes e Médio Oriente (R1b1)

Entre 12 mil anos e 8 mil anos atrás os r1b eram a Sub Clade M343 originária do Cáucaso e foram descendo vindo do Mar negro e do Mar Cáspio, pelo médio oriente. Esta deve ter sido um período histórico curioso, porque se foram cruzando com pessoas de outras haplogrupos (G, J, E) e como as misturas autosomal (load genético que determina nosso aspecto físico) eram menores podiam identificar-se bem uns aos outros como membros da mesma tribo  e claramente identificar quem não era.

Toda a gente assumiu durante anos (e ainda se faz um esforço brutal para fechar os olhos) que os R1b M335 (Anatólia) foram atrás dos G2a na conquista da europa como agricultores do neolítico mas a verdade é que não se encontram R1bs nem por cima nem por baixo do mar negro, nem no resto da europa durante o neolítico. Na europa aparecem muito depois há 5,000 mil anos atrás (como R1b bell beaker).

 

R1b África – Enquanto neste inicio do neolítico (9-8 mil anos) os G2A da Anatólia partiram pelo mediterrâneo norte para conquistar a europa como agricultores os R1b partiram pelo mediterrâneo sul (Africa).  Os  V88 (R1b1c)  acabaram  Curiosamente a meio de África  e os  R1b M269 (R1b1a - nós europeus) passámos pelo Egipto e foram para a Argélia.  Já num post anterior falei sobre o tutankhamun, o National Geographic e o facto de a imagem que eles mostraram numa das imagens da descodificação genética era de um r1b. Lembram-se? Começa a fazer sentido. Se as autoridades egípcias revelassem os resultado das análises genéticas à sua múmia (que se recusam determinantemente a fazer- porque será?) teria interesse saber se ele (caso se confirme ser R1b) se era de V88 (que acabaram em algumas tribos da África central e hoje devido ao admixture são negros) ou M269 ( que acabaram na Europa).

 

No meu post anterior , Por (não) falar em alterações climáticas,  está um mapa climático de todo o período holoceno.  Se lá forem ver reparam no período de climate optimum 8-6 mil anos atrás em que as condições de habitabilidade no norte de África eram muito boas. Mas depois podem reparar, algo como há 6200 anos atrás,  aquele longo período de frio (na europa), que significou para os R1b que estavam no norte de África, tal como para os agricultores do neolítico mais a norte na europa (devido ao Frio) , um período de grandes dificuldades devido ao avanço brutal do Sahara e do  clima quente e seco.

Fica a curiosidade de que (provavelmente claro) os R1b passaram pelo Egipto antes do aparecimento das primeiras dinastias Egípcias  e que o inicio do bell beaker na Europa começou exactamente no mesmo período do inicio das dinastias arcaicas no antigo Egipto. Que tem em comum? Verifiquem no meu post anterior quando começa o segundo Holoceno Climate Optimum.

 

Os R1b começam a  passar o mediterrâneo para a península ibérica. E mais especificamente para lá do guadiana (rio Ana) ou seja para Portugal.  Em África ficou o legado genético e linguístico (nos berberes e Tamazights) . 

Não sei dizer muito sobre estes. Não sei  nada sobre a história deles (nem acho que se tenha feito esses estudos genéticos em profundidade) . Mas sei que, primeiro, têm um número muito elevado de MtDna do haplogrupo H tal como a globalidade dos europeus ( e ao contrário dos outros na região)  e claro que sabemos  que são o grupo paleolítico do norte de África (habitantes originais)  e que a sua língua ancestral se assemelha e muito ás línguas ibéricas ancestrais (que já lá vamos).  Evidente que com tudo o que passaram nos milénios seguintes nada  terá restado da linhagem R1b, primeiro pela evasão dos J2 que deram nos cartagineses e muito recentemente pelos seus habitantes actuais, os árabes (E3b)  que estão lá há meia dúzia de dias. Mas como sabemos homens e elementos do sexo feminino não dá muita hipótese da linhagem ter sobrevivido. Claro que a linhagem Mtdna, do haplogrupo H, por lá ficou e bem implantada (também explica esse mistério). Matam-se os homens mas obviamente que não as mulheres, como bem sabemos.  Apesar de já haver muito DNA H na europa  (vieram com os Agricultores G  do neolítico) a verdade é que a sua dessiminação é concomitante com a dos bell beaker R1b e que por exemplo, as populações do actual pais Basco sofreram uma substituição do seu Mtdna K pelo H por volta dessa altura.  

 

 Os R1b quando passaram o mediterrâneo para o lado de cá acabaram em Portugal. Não devia ser um grupo muito grande. Mas por alguma razão passaram para lá do rio guadiana e muito rápido para lá do Tejo. Na verdade já cá habitavam humanos (por isso os portugueses tem ainda dois genes únicos no mundo) mas a verdade é que pouco depois (1000 anos?) existia a cidade de Zambujal em torres vedras (ver o post Eu que nem tenho nada a ver com esta área!), existiam pequenas aldeias fortificadas ao longo do estuário do tejo, e imensas e vibrantes destes aglomerados a sul de Évora.

E nessa altura, estes povos amantes das suas placas de 15 cm, estavam a fazer os potes do bell-beaker. Potes estes que tem semelhanças muito grandes com outros potes anteriores ao bell beaker...  sim advinhou. os potes de barro do norte de Africa! Como os retirados do cemitério de Skhirat. 

Alem disso, pelo norte de Africa encontram-se setas em imensos locais, setas muito parecidas com as setas dos R1b Bell Beakers, que como sabemos eram os arqueiros deste periodo.

 

Mas a verdade é que pouco tempo depois estão a espalhar a cultura, a hierarquia, a ordem social, a cerveja e o meade,  por essa europa fora e a espalhar a linhagem R1b pela europa ocidental. A europa deixou de ser grupelhos de pessoas a viver mais ou menos juntos para ter cultura.

 

Os que cá ficaram, do estuário do Tejo  e da cidade de Zambujal transformaram nos Oestrimnios e sul do Tejo, a partir do vibrante grupo a sul de Évora, nos Coinios.   

Algum tempo depois eram aqui os Kunettes (algarve) os  Celtici (Alentejo) e keltoi e  os do norte do Tejo em Lusitanos.   E os Tartessos…. Os tartessos e a sua língua é outra das grandes confusões que é resolvida pela vinda dos R1b por África.

 

R1b e a confusão da língua.

A  língua tartessiana. E a confusão toda que existe na comunidade linguística por causa dos Bascos e do tartessiano e dos celtas. 

Quem entende o que eu acabei de descrever pode perceber a confusão.

Este língua, e os textos das placas de Mesas do Castelinho (Almodôvar) ou fonte velha, estão ainda hoje não classificados e sendo registado as suas semelhança com outras paleo-línguas ibéricas, basco e …antiga língua berbere. 

Contudo, como John Koch defende tem também grandes semelhanças com o celta (quando se elimina a coisa estúpida de achar que celta, celta mesmo é o celta  da Irlanda, provavelmente a ultima parte a ser celtificada) e com sequencias inteiras da língua Indo-europeia porque na verdade os R1b vieram com uma língua Indo-europeia tal como nessa altura os R1A vinham pela europa central com outra, muito parecida, língua indo –europeia.

 

 Confessadamente a língua basca continua envolvida em enigma . porque é de todas a que menos relação tem com qualquer elemento  indo-europeu.  Mas não será de todo impossível imaginar que tendo sofrido uma verdadeira substituição do MtDna (mitocondrial DNA) do haplogrupo K para o H (que menciono acima) nestes 5 mil anos que por alguma razão tenham mantido a estrutura da antiga língua e seja essa a razão pela qual mantem tantos traços distintivos das língua Pie (proto Indo european). Aliás essa passagem PIE-Celta-Basco  é abordada por Gianfranco Forni (Evidence for Basque as an Indo-European Language) , que de uma língua original tenha adquirido traços celtas (na verdade R1b e Indo-europeia) trazidos pelos lusitanos quando substituíram aquele load genético referido atrás.  Por isso existem todas as questões levantadas por Theo Vennemann,  e  também todas a vezes que se tenta associar o Basco a línguas do Cáucaso (de onde originam os R1b e os R1a) , ao Katvelian e tchetcheno, etc. – Sim as língua europeias antigas eram um mixórdia de inputs e talvez por isso tenham sido homogeneizadas com facilidade por uma língua mais estruturada geograficamente como as língua Indo-Europeia.

 

 

Assim, esta confusão toda das línguas Paleo-ibéricas, com os traços locais, dos fenícios e outros, mas também com traços Celtas e Indo-europeus, só existe porque não se assume que os R1b da Europa ocidental vieram por África, se calhar até apanhando elementos dos berberes, mantendo traços característicos e distintos relativos ao Indo-europeu puro dos R1a e dos Kurgan da cultura Corded Ware que se deslocavam pela europa Central - Quando se encontraram não deve ter sido um problema muito complicado para os cérebros dos R1b aceitarem, assumirem e assimilarem, línguas indo-europeias (outras).

No fundo eram, pelo menos em parte, também as suas, somente destituídas de uma miríade de elementos diferentes foneticamente.

E por isso, deste substrato bell beaker e R1b, nascem os celtas, com os seus escudos em forma e V, com espadas em folha, as lanças ibéricas com forma ogival…tal como a dos irlandeses. É só parar de olhar para a história de Hallstatt e La Tène (de onde se julgava ter vindo os Celtas) e olhar para realidade.

 

Bela história Olympus… mas que provas tens?

Ah! Várias. Mas isso é o próximo post.  Porque temos que falar de HLA (Human Leukocyte  Antigens) para dar a estocada final …. E alguém sabe porquê?

 

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Alguém sabe o que é um R1B?

por Olympus Mons, em 04.01.14

 

 

 

Já que estávamos numa de  genética, vou-vos contar uma história que tenho a certeza estará errada (ou não!) ou pelo menos terá tons de cinzento. O problema é que ninguém nesta altura a conseguirá provar errada.

Mas deixem-me explicar. Haverá um ponto neste texto em que vou trocar R1b por Tejanos ( de rio Tejo) mas obviamente que me estarei sempre a referir ao haplogrupo R1b.  R1b é uma linhagem masculina, do cromossoma Y, que os pais passam para os filhos (mas não para as filhas) e através destas mutações genéticas sabemos por onde andaram os antepassados. Estes SNP/STR (short tandem repeats) são os mesmos que o seu pai tinha, e já tinha o pai dele e assim pelo tempo acima até recuar dezenas de milhares de anos.

 Em Portugal, Espanha, França e Reino Unido somos esmagadoramente R1B. Somos todos descendentes do mesmo pequeno grupo de pessoas (sub clade L11).  Alemanha é o sitio onde se encontra a maior mistura de linhagens Y, com proporções iguais de r1b e R1a, com I1, N, etc.  Já na europa de leste são esmagadoramente R1A (a guerra entre os irmãos R1b e R1a será  talvez um dia outro post), no médio oriente J, etc. 

 

Mas vamos fazer uma viagem de 10,000 anos. E partimos do Tejo e voltamos ao Tejo. 

 

Ok. Oficialmente os R1b são as pessoas do refúgio ibérico. Ou seja durante a glaciação, antes deste período do Holoceno (11,000 anos) havia um grupo muito pequeno de humanos que viviam aqui na península ibérica (200? 300?). De Espanha para cima era tudo glaciares. E não é muito difícil de imaginar que eles estavam nos pontos mais amenos e com mais acesso a por exemplo um rio e mar, logo imaginemos algo como Lisboa. E a partir de aqui vamos chamar-lhes tejanos  (de rio tejo).  Isto porque uma coisa é certo. Foi do estuário do Tejo que se iniciou a cultura Beaker bell, e esta mudou a Europa como fogo em palha seca.  Beaker bell (potes de barro) era cultura, hierarquia, religião. Mas vamos ter que voltar um pouco atrás.

Há 10,000 anos atrás este pessoal do Tejo por aqui pescava , caçava, apanhava  bagas, etc  e começou a reparar que o clima estava a aquecer. Mas por aqui ficou. Cerca de 8-9 mil anos atrás passaram por aqui uns homens diferentes. Eles tinham vindo da Anatólia (Turquia - Siria),  pelo mediterrâneo. Eram os G2A (como por exemplo Joseph stalin). Estes eram os agricultores originais do neolítico. Foram os homens que trouxeram a agricultura e disseminaram-na pelo mundo. Otzi (Homem de 7 mil anos encontrado gelado nos Alpes) era G2a, assim como o Y-DNA dos primeiros agricultores encontrados na europa (os LBK). Assim foi até há 6 mil anos atrás … até subitamente desaparecerem praticamente da europa e tudo o que se encontra depois dessas datas são os BBC (Cultura beaker bell) que são o tal pessoal do Tejo (R1b) a espalhar  agricultura pela europa atlântica. Os tais tejanos (R1b) pareceram sempre ter uma característica que é não serem agressivos inicialmente, aceitar, observar e depois … como diziam os romanos ?  - veni vidi vici.

Os G2a eram montanheses do Cáucaso (aliás onde há hoje em dia G2a é usualmente nas zonas montanhosas da europa) e talvez por isso tenham passado os Alpes com naturalidade e os tejanos os tenham seguido. Alguns. Porque os que ficaram do lado de cá das montanhas, como por exemplo os Bascos ainda hoje são em mais de 90% tejanos (R1b). Mas os tejanos sempre parecem ter sido assim como que pouco ameaçadores, algo harmonizadores para os outros até ao momento em que se surgem como uma força incontrolável. Desta forma,  e mil anos depois,  quem procriava com sucesso eram os tejanos Beaker bell e os G2a já nem se encontram no ADN antigo que se vai examinando. 

 

Mas algo como há 5,000 anos atrás já as coisas deviam estar a aquecer entre os Tejanos (r1b) e os seus irmãos R1a do leste… ou não. Porque os tejanos (tal como os portugueses) tal como atrás dizia, parecem ter a característica de se dar bem com todos os que se encontravam no seu caminho. Até ao dia. Reparem que aprenderam agricultura com os G2a e transformaram-se nos agricultores de excelência da europa atlântica. Encontraram os R1a a cavalo (estes eram os malucos dos cavaleiros indo-europeus) quando se moveram para leste e não os devem ter logo afrontado porque a verdade é que quando os voltarmos a ver historicamente os tejanos, 1000 anos depois, já eram cavaleiros mestres da chariots na figura de hittites e já falavam uma língua Indo-europeia (como os R1a). Alem disso usavam machados como os tais R1a, a tal cultura do machado, a cultura Corded Ware culture.

Sim, os hittites. Voltamos a encontrar os tejanos (sei que alguns contestam que fossem os mesmos, mas 1000 anos é muito tempo) nem mais nem menos na terra originária dos G2a (Anatólia). Incrível. E na terra dos G2a sabe-se que chegaram cerca de 4 mil anos atrás e ficaram numa pequena  vila, Hattusa , no norte de Anatólia (Turquia). Mas o que sabia deles até ao século 20 era pela bíblia e seriam uma pequena tribo,  parte das tribos de canaan (que bate certo), as tais que Moises andou depois à procura,  estando por isso perto das tribos de Abraão (ou sendo uma das). Enquanto os filhos de Abraão (haplogrupo JIc3d) formavam as tribos judaicas e as tribos Adnani (arabes - por isso maomé também era JiC3d como muitos dos judeus! ) os R1b talvez decidissem que  não queriam nada com aquela confusão e foram para hattusa. Poucos séculos depois eram um império colossal.

Falamos da civilização egípcia porque fizeram pirâmides para a história e os Hittites nada tinham construido a nível de grandes monumentos. Como disse só a bíblia os referia e até se achava que era um mito. No século 20 descobriu-se as ruinas e percebeu-se que verdadeiramente tinham inventado a idade do ferro. E durante 5 séculos dominaram a região. Quem ler um bocado sobre os hittites (no youtube comentado por Jeremy Irons é brutal) percebe como eles foram mesmo os percursores de muito do que foram depois os europeus...  E tinham a tal característica: quando encontravam quem não os afrontasse formavam alianças e fraternidades sem violência. Quem os enfrentava era dizimado. Só não acabaram com os Egípcios por sorte (batalha de Kadesh) e neste ponto entra aquele episódio que é o dos maiores mistérios históricos:  Primeiro o facto de há poucos anos no documentário do Discovery channel mostrar a sequenciação genética de tutankamon e aquilo que se vê no ecrã do PC lá atrás no documentário era um R1b (tejano). Pode ser que aquilo que estavam a mostrar no ecrã não era o DNA de tutankamon (para a televisão vale tudo).  Se era então ele era R1b! o que leva ao outro mistério com os hittites. Quando o faraó morreu a mulher pediu a Suppiluliuma, seu arqui-rival Hittite, que lhe enviasse um dos filhos para casar com ela porque ela nunca aceitaria casar com um dos seus súbitos. O soberano Hittite achou que era brincadeira mas após troca de manuscritos lá mandou o filho… que foi logo assassinado.

Mas, como todos os impérios, o hitita acabou por desaparecer.

 

Mas durante os próximos milénios continuámos a ouvir falar deles…

Por essa altura já se ouvia relatos dos Tejanos (R1b)  na figura de troianos (descendentes dos Hittites) e 700 anos depois  (há 2700 anos) de Espartanos e Dorianos (tejanos!) nas suas batalhas  com a grega  J2, G2 e E1b1b … sabemos como as coisas deram umas valentes traulitadas com os gregos.

No momento em que Esparta caia perante os visigodos, mesmo com a ajuda de mercenários celtas (celta = Tejanos R1b!) já descendentes de Troianos, formavam outra bolsa de r1b na região de lazio (latium) – chamava-se Roma . E novamente, alguns séculos depois eram os centuriões romanos que concluíram o trabalho dos seus pais hittites, dos troianos e espartanos,  conquistando a Grécia e a bacia do mediterrâneo toda.  Levou 3 mil anos mas os tejanos lá conseguiram.

Após a queda de Roma voltamos a encontrar os tejanos ( R1b), 1000 anos depois, numa pequena bolsa (800 mil almas), no ponto mais a oeste da europa, num pais chamado Portugal.  Há 500 anos atrás, tendo aprendido as artes da navegar contra o vento com os E3b (arabes), tal como antes a agricultura com os G2A (agricultores do neolítico), a locomoção a cavalo e as hierarquias guerreiras com os R1a (guerreiros indo-europeus) , dizia eu, agora com o que aprenderam com os árabes lançavam-se de barco para terras nunca navegadas. Mantinham a tradição dos R1b: Observar, interagir com comércio e quando confrontados altamente violentos.  Muito para além dos Hitities, dos Troianos, Espartanos e Romanos, agora era o mundo o palco dos descendentes desses 200 do Tejo, agora chamados de Portugueses.

 

Atrás dos R1b portugueses foram os seus irmãos mais a norte. Espanha, França e Reino Unido. Hoje em dia encontramos a parte saliente desse pessoal do Tejo, após milhares de anos de choro atrás de choro, de filho atrás de filho,  nos Estados Unidos, sendo este o ultimo império dos Tejanos (R1b).

 

Incrível, não é?

 

 

 

 

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A beleza da Elevada Diversidade Humana (EDH)

por Olympus Mons, em 26.12.13

 

Colocar um post com uma imagem destas não será a forma mais apelativa de ser lido.

E este borrão de cores pode à partida não significar nada para si, mas ele representa a beleza da diversidade humana.

 E sendo este um blog com instancias algo politicas não posso deixar de dizer que enquanto o FCE (fascismo cultural de esquerda) continuar a impingir essa visão de que somos todos iguais somente contextualizados por pequenas diferenças, irrelevantes e sem significado, vamos continuar a não ver, a não apreciar na sua real extensão, a beleza da diversidade humana.  Enquanto esse FCE tiver reacções alérgicas à saliência, à proeminência de alguns fenótipos em determinadas características vamos viver num mundo alternativo e altamente abstractizado sem verdadeiramente vermos o outro. Até ao dia.

Almoço com um judeu Askenazim, sem me sentir diminuído ou inferior, e sinto-me fascinado com a inteligência, com o fraco hiperbolic discounting, percebendo com satisfação o modo como ele encara a realidade. Quando estou com asiáticos repara no recato e na timidez sem me sentir de alguma forma superior por ser mais desinibido e quando navego a mundo, o meu mundo, de forma alguma procuro amizades e vivência do meu precioso tempo tentando aferir a inteligência, ou mesmo o status, das pessoas que me rodeiam. ou me sinto bem junto deles ou não. Certo?

 

Mas dizia eu que cada uma daquelas cores significa um conjunto de marcadores genéticos que populações humanas estiveram sujeitas e que tem que, tem que, ter marcado de forma profunda, diferenciada e diferenciadora, cada um deles! – Tem que.

Este mapa tem o admixture das populações humanas.  Admixture é a mistura de marcadores genéticos, que todos nós transportamos, e que quando duas populações diferenciadas começam a reproduzir se introduzem então essas novas linhagens na população.

 

  

 

 

 

 

  

AFRICA

os verdes. curiosamente os verdes escuros correspondem a culturas Dad, a culturas de elevado investimento parental. E os claros a culturas de mais baixo investimento parental (cads)... mas deve ser uma coincidencia...!

  

NORTE AFRICA

Depois estamos no norte de africa e médio oriente. por exemplo os beberes Mozabites (azul) do haplogroup E1b1b1 , E3, etc ... 

 

 

MÉDIO ORIENTE

E os amarelos do médio oriente, dos haplogrupos J...  

 

 

 LEVANTE e CÁUCASO

E começamos a ver os Roxos (escuro), levantinos originais, perto do haplogrupo G2a3 que trouxeram a agricultura para a Europa...

 

 

INDO... dos INDO-EUROPEUS

E começa o Lilás, o mar negro, cáspio, do irão, Afeganistão, os Arianos cavaleiros da parte asiática do nosso load genético...

 

 

 

 

 

 

 

  

OS EUROPEUS

Chegando aos europeus concentramos no lilás, no roxo e no vermelho. O vermelho é a base do europeu, é a genética dos caçadores recolectores do mesolítico (12,000 – 7000 anos), essa passagem do Paleolítico para o neolítico, sendo a genética que prevalecia na europa antes da chegada do neolítico. Há quem goste de lhes chamar Hyperboreans. O roxo é a genética do neolítico, dos agricultores do Sul, dos homens que trouxeram e disseminaram a agricultura na europa, a cultura Cardial, a cultura  Linear Pottery   (LBK – Linearbandkeramik) há  6-7 mil anos atrás.  E o lilás é a genética da Asia que existe em nós, é a genética que veio com os indo-europeus. Curiosamente todas as nossas línguas são essencialmente indo-europeias (3-4,000 anos atrás) daí que estes malucos bebedores de leite, esta cultura Kurgan vinda das estepes, entre o Mar negro e o cáspio, do ponto de vista linguístico eliminam todos as outras línguas, são omnipresentes na europa… mas o load genético que aqui deixaram, na vertente asiática, é muito pequeno. O que só poderá significar que já vinham cheios de genética Hiperborean, que não será de espantar porque estes estenderam-se até o lago baikal lá junto à Sibéria e na verdade é o mesmo load genético dos… ameríndios (!). Incrível, não é?

 

 

DE VOLTA Á ÁSIA

Voltamos à  Ásia com os lilazes onde o mais claro nos leva á India.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SOL NASCENTE

e damos um salto brutal para as terras do sol nascente (Azul escuro), com os HAN, chineses e japoneses vendo o rasto genético que os Mongol e outros povos ali de junto à russia deixaram (o laranja)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Que pena não haver uma história escrita sobre estes tempos, antes dos egipcios, gregos e romanos.  Resta a genética para nos ir dando pistas sobre a vida nesses 8,000 anos. Será um tema ao qual voltarei algumas vezes.

 

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