The lie will become the truth.
Já escrevi sobre Razib Khan.
A ele devo o meu interesse e paixão pela arqueo-genética e recorrentemente me entretenho com os textos que produz. Na verdade foi num antigo blog de Razib que a primeira vez assisti a longas trocas de comentários aos “gritos” sobre R1b, Z2103, M269, L51 e ADN das nossas mães mitocondriais, as H e U5, tudo uma sopa de letras e números e eu só pensava que raio esta gente está a discutir… Ainda por cima de forma tão apaixonada e agressiva.
Entretanto as técnicas e tecnologias ligadas à extração de ADN destas ossadas de milhares de anos evoluiu imenso e deixou de se ligar tanto aos pedaços de ADN do cromossoma Y ou de haplogrupos de ADN mitocondrial que está em todo o lado logo era simples de apanhar, para nos dias de hoje se conseguir olhar para a totalidade do ADN extraído. E hoje em dia conseguem retirar ADN em quantidades brutais formando BAM files cheios de marcadores, de SNPs e alelos que naturalmente nos dão informação sobre a totalidade do ADN do individuo e por isso estão a revolucionar a pré-história e agora a própria história.
Não que não seja importante continuar a olhar para os haplogrupos do cromossoma Y porque eles representam linhagens patriarcais que nos dá informação sobre quem “eles” eram e depois de se instalaram “quem” é que sobreviveu mesmo. Sei lá, veja-se os berberes que estão enfiados no deserto. Ou o modo como os Africanos Bantu enviaram os que por lá viviam para os confins dos ambientes mais inóspitos e “eles” por lá ficaram. Alguém veio e ganhou o espaço por isso os seus filhos foram os que procriaram e singraram. Os outros… pois, azar.
Escrevo este post porque no último post de Razib, “Septimius Severus Was Not Black, Who Cares?” ele termina assim:
“The job of scholars in the modern West is, to tell the truth and represent facts as they are. They may miss the mark often, but they should aim as best as they can. The problem with classicists over the last few years is they temporize, equivocate, and intentionally mislead their audiences when they very well know that the North African people that suggest “may have been black” were likely no more black than the typical West Asian. This is not to say they were “white” (though many people from the MENA do identify as such today and did in the past), but scholars should have the courage to admit that the past was not black and white, and it does not always easily fit in our narratives, whether we are 19th-century Victorian white supremacists or 21st-century anti-racists.
I write this in 2022 with the clear understanding that the lie will likely become the truth. But some of you will remember the truth, and the more I write and talk about this, the more the truth shall not die. The will come when the darkness will end, and we or our descendants should be prepared to remember the world as it was rather than only have the understanding of priests who preach how it should have been.”
Podem ler tudo aqui, - https://www.gnxp.com/WordPress/2022/09/13/septimius-severus-was-not-black-who-cares/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=septimius-severus-was-not-black-who-cares
Tal como tinha acontecido com o Antigo Egipto, e apesar do ADN dos faraós nos mostrarem que o ADN subsariano nas pessoas do norte de África ser muito posterior porque estes, os faraós, eram sim west euroasians com forte componente levantina e nada a ver com Africa (sem contar com os da era macedónica, claro), houve e há ainda uma forte crença em certos círculos que eles eram negros ou com forte admixture genética subsariana e que foi a cultura Ocidental que branqueou na sua senda de supremacia branca.
Agora é a conversa que “Septimius Severus” foi um Imperador Romano Africano. E efetivamente saído da extraordinário sistema educativo norte-americano nasce a crença partilhada que Septimius Severus era o imperador Romano negro. E se acha que isto é só patetice ignorante prepare-se que neste novo air du temps que aí vem, e dentro de pouco tempo, vai perceber que contestar estas evidências o vai deixar aberto a todo o tipo de maledicências e agressões verbais, quiçá um dia físicas.
Já não papo que é tudo moda ou algo para não ser levado a sério que eles todos ainda hão de crescer!
Claro que Septimius Severus que não era nada subsariano e nem precisa de ADN para o revelar bastará ver as descrições feitas à época. Tanto que o único ADN fenício do Norte de Africa que temos, o jovem “Byrsa”, é geneticamente similar a um português atual, tanto que pelo que li das bases de dados genéticas a pessoa mais parecida com ele é um português de santarém. Ora o mesmo é verdade em relação a Septimius Severus.
O clash entre esta confabulações de esquerda e a realidade serão épicas no futuro próximo. Épicas, mas desastrosas para reputação daqueles que continuarem a ter um par de tomates, como Razib, de ir escrevendo “verdade”, no sentido de postulações que cumpram com o melhor a cada altura do conhecimento sobre determinado assunto, apesar de todas as oportunidades que ele já perdeu por não se vergar ao politicamente correto.
Para quem não é da tribo, quem não tem aquele perfil neurológico é aterrador a perspetiva de viver nesse mundo não é?
The lie will become the truth: Onde já assistimos a isto? que obras nos alertaram para esses ministérios da verdade, que regimes no passado recente nos mostraram que a verdade é manipulável por normativos?
Como estamos a perder a guerra pela verdade desta forma?