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Lamento que não tenha deixado uma carta, especialmente se essa tivesse sido escrita em momentos lúcidos e com significado das suas intenções.
Joao Rendeiro suicidou-se numa prisão na Africa do Sul.
Não sei assim tanto sobre as circunstâncias criminosas do personagem. Mas sei que num país de gentes assim-assim, gente poucochinho e com a espinha de uma minhoca, um homem que sabia ter uma escapatória para o inferno em que se tinha metido assumiu a sua intenção até ao fim e preferiu morrer a quebrar – Badass Motherfucker!
Esperemos para ver se os heróis de AzovStal farão a mesma opção. Não é?
Tantas laudas que lhes fazemos, pelo menos eu faço, vamos ver quantos acabarão por dizer que irão lutar até à morte. - O batalhao AZOV é isso mesmo uma elite guerreira que se se preparou para combater os russos até à morte em nome da Ucrânia. Vamos ver se dão uma de Rendeiro. Uma Rendeirite heroica, uma “a la” Joao Rendeiro…
Se não o fizerem também não terei nenhum julgamento em particular. Não acho que lutar até à morte por um objetivo que não é estratégico para o resultado da guerra seja a atuação correta para um soldado. Contudo sei que a questão entre o batalhão Azov e as forças russas é uma questão de princípio e de ajuste de contas dogmático. É tanto uma questão de cão e gato quanto são duas forças militares em combate em que seria normal a rendição de uma das partes se não tiver mais condições de combater. Quer dizer é uma questão de princípio como o não voltar a Portugal para ser preso era uma questão de princípio para Joao Rendeiro. E quando chegou a hora em que enfrentou a inevitabilidade Joao Rendeiro optou por morrer a quebrar. Assim simples!
Não vou celebrar Joao Rendeiro. Mas vou olhar para José Sócrates, para Varas, para Vale e Azevedo e Ricardo Espírito Santo ainda com mais desprezo. Se isso for possível.
Aliás a minha homenagem, se isso assim se pode chamar, resume-se à fotografia que escolhi para o Post. Não uma imagem do homem vergado sobre si mesmo, mas sim o homem no seu apogeu, para o bem e para o mal.
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