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Estava a ver a Renata Cambra na SIC. A TV com todas as luzes e filtros faz as pessoas bem mais bonitas e atraentes do que aquilo que elas realmente são. - Mas Renata Cambra é verdadeiramente gira. É uma miúda gira. É uma fêmea atraente.
E por isso, e só por isso, porque usou a sua beleza tipo meninas nas grelhas de partida da fórmula 1 para promover o seu partido, subitamente uma coisa insipida como o MAS (Movimento Alternativa Socialista) começa a ganhar tração, atenção e soundbites.
“O Movimento Alternativa Socialista (MAS), antes Ruptura/FER, é uma organização política trotskista portuguesa e é o resultado da fusão entre a Frente da Esquerda Revolucionária (FER), e os jovens activistas do movimento estudantil (Ruptura).”
O MAS é nada, zero, como procedência politica. Era mais uma das agremiações de esquerda ressabiada a quem ninguém ligava nenhuma e que, por exemplo, nunca iria ter representação parlamentar ou sair para além de um grupelho do Facebook ou de alguns blogs. - No entanto, aposto com quem quiser que o MAS estará não tarde muito (os tais 5 anos) na assembleia da republica.
E isto porque a Renata é jovem e bonita. - Assim tipo quando uma marca de carros coloca jovens nos stands de exposição ou quando as marcas usam a exposição dos ícones de beleza feminina para se promover, assim o partido percebeu que, como qualquer marca de cosmética, se colocar a gaja gira nos posters e outdoors tem clientes, perdão, votos (mesma merda). - Que ninguém se iluda a Renata é um modelo fotogénico usado no contexto de uma marca política para ganhar clientes. E, como o marketing nos demonstra… funciona. - E não é porque a Renata consegue com voz suave descrever a sua ideologia que deixa de ser mais em substância do que aquilo que acima descrevo. Lembro-me sempre de uma imagem que me marcou que era o maluquinho muito articulado no discurso ao falar com os policias estava na ponte para se atirar da ponte abaixo. Seres articulado no discurso não é garante de nada.
Por isso ao final do dia é um truque que já tinha sido usado pelo Bloco com grandes ganhos durante anos (acho que efeito já passou por aqueles lados), ou que por exemplo em Espanha todos os partidos de todos os espectros políticos já perceberam que funciona e usam sem qualquer pudor, por isso não encarem este meu texto como imputando isto exclusivamente à esquerda.
Mas não deixa de ser curioso ver como, sem qualquer pudor, as esquerda das igualdades de do fim do patriarcado que exige o fim das ditas nas grelhas de partida da F1, não se constringe de usar o que se consideraria como truques e manhas do patriarcado, não é? - Ora, porquê esta conversa? Por algo que me tem chateado e me tem perturbado faz algum tempo estará ligado e estes fenómenos.
Aliás tenho falado profusamente sobre a regeneração dos papeis tradicionais no modo como se organizou a resistência na guerra da Ucrânia, o modo como já não tem problema que os homens fiquem para lutar e morrer enquanto mulheres serão colocadas em segurança. Igualdade de géneros não é?
No entanto a minha preocupação com as consequências da chegada do eterno feminino ao topo do poder seja ele político, comunicacional ou cultural tem muito mais tempo do que quaisquer circunstâncias atuais. Encaro esse protagonismo como natural. Mas não me impede de tentar antever qual o significado e impacto nas sociedades, porque muito pouco tempo passou sobre essa chegada aos centros de poder para se fazer laudas a qualquer beneficio, ainda mais quando não me é aparente quais serão. Pelo menos não encontro descrito, para que se possa averiguar.
Uma das coisas que me era óbvio, mas que só agora encontro em paper é isto: E o isto é que o posicionamento político das mulheres não só é muito mais à esquerda como a transmissão de valores de direita ocorre ainda entre pais e filhos varão mas que se dilui tremendamente essa transmissão de valores de direita entre pais e filhas. As filhas acabam sempre politicamente mais à esquerda do que os filhos homens. O mundo ocidental estará tão mais enviesado para a esquerda quanto o papel do eterno feminino se sobrepuser ao patriarcado como de facto ocorre nos dias de hoje. As pessoas tem que perceber que tudo vem com as duas faces da moeda, com o bom e com o mau. Leia-se isto, publicado à dias:
https://doi.org/10.1111/1475-6765.12517 - “Political socialization, political gender gaps, and the intergenerational transmission of left-right ideology” - Mathilde M. van Ditmars.
É importante perceber isto. Que por exemplo o posicionamento e supremacia de extrema esquerda no meio académico advém essencialmente do facto da academia estar enviesada em direção ao feminino que se juntando com os betas masculinos que por norma adoram snifar o eterno feminino não espanta pois que se assista ao que se assiste nestes meios. No momento em que essa posição ideológica transvasa diariamente para a sociedade em geral estamos a assistir às consequências. Sim, o fim da varonia traz também muito da intolerância que vem desse eterno feminino e deve ser evidenciado e entendido nesse contexto e, pelo menos, observado e analisado com alguma objectividade.
Existe quem demonstre que o eterno feminino só se materializa propriamente quando lhes nasce os filhos e que nessa altura assistimos ao tal idiology flight mais para a direita, seguido de flights mais práticos como o White flight ou o Texas flight. Até lá é patetice da puberdade.
Pessoalmente, continuo a achar que se devia bater à porta de todas as organizações feministas, universidades de maioria do sexo feminino e organizações de minorias com stands para se alistar para ir combater na Ucrânia. - `Bora lá acabar com o patriarcado!
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