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Quando vi a cena hoje de manhã, comentava com o meu sócio que não há pachorra. Ignorámos o assunto e fomos à nossa vida. Pela tarde, com o papo cheio desta conversa da chapada do Will Smith ao Chris Rock já vomito e acima de tudo não me sai do cérebro uma determinada constatação.
É que ter “history” tem muita gente com outras tantas e tantas, tantas que nem existe número ou pachorra para contar. Mas, e no entanto, …
Lembrem-se de ter aqui escrito que um estudo recente mostrava que não só as pessoas de raça negra nos EUA eram responsáveis pela maioria dos assassinatos, mas que, e essa a novidade, esses assassinatos ocorriam por motivos perfeitamente banais, perfeitamente corriqueiros e sem importância alguma. Uma boca num social media, um olhar mal interpretado.
Ocorreu-me, porque já no passado todos nos lembramos do Kanye West invadir o palco da atribuição de um prémio a uma cantora branca porque ela tinha ganho o prémio e preferência do publico à Beyoncé.
Até á bem pouco tempo a conversa era o choque nos EUA por os óscares nunca terem pessoas de raça negra representadas. Nos últimos anos isso tem sido corrigido e para dizer a verdade até sobre corrigido dada a proporção das pessoas de raça negra na população geral dos EUA.
Foi corrigido e agora temos a interrupção da cerimónia porque Will Smith não gostou de uma boca, perfeitamente inofensiva (as coisas que o Gervais já disse nestas cerimónias) que Chris Rock mandou à mulher.
Parece-me a mim que o formato foi criado para pessoas com autocontrolo, desconto hiperbólico do futuro ou Delay Gratification bem maior do que algumas das personagens que agora invadem o quotidiano lá do sítio, daí que se espere determinado output do formato. E isto é nada. Com a maior adição de pessoas de outras etnias no substrato elite dos EUA mais episódios destes serão recorrente.
Mas que gente estou eu a falar? Que formato temperamental tinham os british e Irish que fizeram a Califórnia?
“The British are said to be reserved in manners, dress and speech. They are famous for their politeness, self-discipline and especially for their sense of humour. British people have a strong sense of humour which sometimes can be hard for foreigners to understand.”
E tenho que voltar a dizer, que o que mais me irrita é as pessoas acharem que as etnias, ou raças, são todos iguais no temperamento, porque não são. E é ofensivo querer que pessoas com outros temperamentos se comportem dentro de modelos que foram criados para pessoas com temperamento diferente. É ofensivo quando as pessoas esperam que eu me comporte fora dos parâmetros que eu pessoalmente me conheço como inatos. Já disse que não sou o CEO das minhas empresas porque tenho um temperamento que não é conducente a essa posição. Sou sanguíneo e não psicopataish.
Ao final do dia, viva o progressismo, não é?
Dado o que sabe sobre o comportamento das pessoas de raça negra, só nos resta dizer, como no software, que foi “working as designed”.
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